A exoneração da diretoria do Banco Central pelo presidente é prevista em lei quando os objetivos da autarquia são descumpridos de maneira recorrente.

Gleisi sugere exoneração de Campos Neto e diretoria do BC por "desempenho insuficiente" diante da inflação.
A exoneração da diretoria do Banco Central pelo presidente é prevista em lei quando os objetivos da autarquia são descumpridos de maneira recorrente.
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), sugeriu nesta quinta-feira (30) que o presidente Lula pode exonerar a diretoria do Banco Central. Ela lembrou da Lei Complementar nº 179, de 24 de fevereiro de 2021, que dispõe sobre 'os objetivos do Banco Central do Brasil, sobre sua autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu Presidente e de seus Diretores'.
O texto prevê que o presidente da República poderá exonerar o presidente do Banco Central e seus diretores quando estes "apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil"."
O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços", define a lei, além de prever como dever do BC "zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego", além, claro, de manter a inflação em patamares controlados.Gleisi lembra que a atual diretoria do Banco Central deverá, em 2023, chegar ao 3º ano consecutivo sem conseguir manter a inflação dentro da meta. Para ela, o fato justifica a exoneração de Campos Neto e demais diretores do Banco Central.
Em dia de feira livre,como a que está armada aqui nas varandas de casa, uso de toda a humildade do mundo para render minhas homenagens aos feirantes e, como cliente, abraçar os compradores de paçoca, queijos, umbus, siriguelas, cajás, cajaranas, castanhas e demais frutos e verduras da manhã. Daí que fico em estado de graça, feliz feito pinto no lixo, alegre feito passarinho ocupado fazendo ninho na algaroba da frente do prédio onde moro. Uma quinta feira que fez com que Brasilia se arrumasse pra que o tal mito não promovesse sujeira no hall do aeroporto, hoje, quando se anuncia sua volta. Deve ser horrível alguém voltar pra casa e ter que entrar pela porta dos fundos,mesmo não tendo saído pela porta da frente. A quinta feira , porém, aqui, promete sol pra alumiar com força a banca que vende sementes de maracujá, fruta boa pra acalmar os nervos dos doidinhos.
Neste mês de março, quando é celebrado o padroeiro do Ceará, o Governo do Estado compartilha série de reportagens com histórias de beneficiários(as) do Projeto São José
O sonho plantado pela agricultora Maria do Carmo da Silva Oliveira na década de 1990, no bairro Mucunã, em Maracanaú, frutificou, ou melhor, transformou-se em toneladas de polpas de frutas produzidas mensalmente pela fábrica da Associação Menino Jesus de Praga. Lili, como era conhecida, faleceu em 1995 e não pôde ver o resultado do trabalho junto aos associados, entre eles, o filho Antônio Fernando Oliveira, de 55 anos. O legado da agricultora faz parte da história da comunidade e se entrelaça ao Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável, o Projeto São José (PSJ), do Governo do Ceará.
“No início, a ideia da minha mãe era criar a associação para alfabetizar os filhos dos agricultores e se organizar para melhorar o bairro. Anos depois da fundação, nós, com a mesma perspectiva de nossa mãe, que era uma mulher inspiradora, percebemos que podíamos participar de políticas públicas para melhorar a vida dos moradores e nossos vizinhos. Em 2016, apareceu a oportunidade de participar do Projeto São José”, relembra Antônio Fernando, que hoje é presidente da Associação Menino Jesus de Praga.
O propósito do PSJ, coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário desde 2007, é fortalecer a agricultura familiar no Ceará, aprimorando o acesso a mercados, com abordagens de resiliência climática e ampliando o acesso aos serviços de água e saneamento nas áreas rurais.
Nesse sentido, são contemplados agricultores que desenvolvem atividades agrícolas e não-agrícolas em comunidades rurais e famílias rurais sem acesso à água potável e esgotamento sanitário, sendo todos representados por suas associações comunitárias, associações de produtores, cooperativas ou outros tipos de organizações legalmente constituídas.
A quarta fase do Projeto, lançada em 2020, beneficiará cerca de 440 mil pessoas direta e indiretamente até 2025, com investimento total de R$ 750 milhões. A iniciativa é resultado de acordo firmado pelo Governo do Ceará com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Também dentro do Projeto, o Governo do Ceará desenvolve o São José Jovem, para financiar, via edital, cerca de 300 projetos produtivos inovadores conduzidos por jovens rurais entre 18 e 29 anos.
A Associação Menino Jesus de Praga, com o apoio do Projeto São José – na terceira fase (2013 a 2019) –, construiu a fábrica de polpas de frutas que hoje estampa o nome da agricultora Lili nas embalagens. “A fábrica era um sonho nosso, porque a gente produzia no quartinho no quintal de casa. A gente via a necessidade de aproveitar frutas como cajá e manga, que in natura não têm muito preço. A polpa agrega valor. Por meio do São José, nós realizamos mais um sonho. Agora, nossas polpas são de cajá, acerola, manga, goiaba e outras”, detalha Antônio.
A fábrica emprega diretamente seis pessoas e conta com rede que inclui 40 associados e mais de 30 sítios. Antes da pandemia, a produção chegava a cerca de 30 toneladas de polpas mensalmente. Em 2022, ficou em torno de 13 toneladas/mês. Inicialmente, as polpas foram adquiridas pelos Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (PNAE), do Governo Federal. Recentemente, a entrada no comércio local começou a acontecer por meio de uma cooperativa, que também está se inserindo na Central de Abastecimento do Ceará de Maracanaú.
Entre os sítios fornecedores está o da agricultora Maria Geralda de Moura, 59, que gosta de ser chamada de Cristina. Em uma área de cinco mil metros quadrados, Cristina garante que planta de tudo, porque a terra é boa. “As frutas que colho aqui e vendo na Associação rendem um dinheiro que me ajuda. Tudo isso serve muito. Sem a fábrica, a gente não tinha como vender. A venda de porta em porta é difícil para quem não tem transporte. E se não tiver o milho, o feijão e a fruta que eu planto e colho, como as pessoas da cidade vão comer? É por causa de nós, agricultores, que tem comida na mesa deles”, pontua.
Do pequeno ao médio produtor, reforça Antônio, a fábrica é uma ponte para que a comunidade se reconheça e se fortaleça. “A missão da Associação é sempre incentivar o pequeno produtor. Se ele trouxer um quilo de cajá ou de acerola, nossa missão é comprar, para proporcionar uma renda à família. Para quem produz mais, nós pesamos e pagamos o preço justo”, explica.
O cearense costuma relacionar a chuva à boa colheita, afinal, esperamos o sinal das águas para saber se o “inverno” será bom ou não. Também temos os profetas da chuva; homens e mulheres dos sertões nordestinos que, observadores da natureza, anunciam previsões.
No entanto, Antônio Fernando defende que o sol também é um amigo do agricultor. “Eu sempre digo que o sol é mais importante que a água. Porque conseguimos transportar a água, mas o sol não dá. O sol é vida e esperança. Sem ele e São José não estaríamos aqui, almejando outros objetivos. Que São José nos abençoe”, diz.
Algumas conquistas já foram alcançadas, segundo o agricultor, como as novas máquinas da fábrica e da padaria, também da Associação. A embaladora automática de polpas, por exemplo, foi adquirida em 2022 por meio do Ceará Credi, programa de microcrédito orientado e capacitação do Governo do Ceará.
Com otimismo, Antônio fala do novo sonho: instalar placas solares na fábrica. A energia do sol, abundante no Ceará na maior parte do ano, vai gerar economia e aumentar a capacidade de armazenamento e congelamento das polpas. Assim, os agricultores não sofreram tanto com a escassez relacionada à sazonalidade.
Essa redução nos custos pode impactar positivamente outros segmentos produtivos da Associação, como a horta comunitária. “Agricultor não é para estar catando latinha. É para trabalhar com a natureza. Não é todo mundo que faz isso que a gente faz. Agricultor é persistente”, conclui Fernando, ressaltando que também deseja construir uma estufa para produzir hortaliças no verão e durante o período chuvoso.
A horta comunitária é gerida pelo agricultor Jesus de Nazareno Marreiro, 51, também associado. Com suor escorrendo no rosto e o crucifixo pendurado no peito, Jesus agradece a dádiva de trabalhar junto à natureza. “Às três horas da manhã já estou de pé, e fico na Horta das cinco até as 14 horas. Às vezes perco o cheiro-verde, ou não consigo vender, mas eu não desisto de jeito nenhum. Peço todo dia ao meu paizinho do céu que dê minha saúde, porque coragem eu tenho”, afirma.