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Opinião De Leonardo Attuch


Ou você está com Lula ou está com Trump, o agressor do Brasil. Faça sua escolha
Não há terceira opção e a questão que se coloca é uma só: o que Bolsonaro prometeu a Trump para conseguir sua carta ameaçadora?
A história costuma oferecer momentos em que não há lugar para ambiguidades. O dia de ontem, 9 de julho de 2025, é um divisor de águas e entra para essa galeria ao expor uma escolha inadiável: ou se está com a defesa da soberania nacional representada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou se está com o agressor imperialista Donald Trump, que, num gesto inédito de hostilidade, atacou o Brasil com uma carta ameaçadora e impôs um tarifaço de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto para tentar evitar a prisão de Jair Bolsonaro, que está prestes a ser condenado por tentativa de golpe de estado.
Não há meio-termo. O que se coloca hoje diante dos brasileiros é uma opção entre o projeto nacional e soberano, que busca integração regional e autonomia estratégica — como se viu recentemente na bem-sucedida cúpula do BRICS no Rio de Janeiro — e o velho entreguismo colonial, agora reciclado pela extrema-direita que, de forma clandestina, articula com potências estrangeiras formas de minar o processo democrático brasileiro.
A carta de Trump é um ato hostil que não pode ser dissociado da tentativa de tutela externa sobre as instituições nacionais. Ao atacar diretamente o Supremo Tribunal Federal e ameaçar o Brasil com sanções econômicas, Trump ultrapassou qualquer limite aceitável nas relações diplomáticas. A resposta do governo brasileiro foi firme e precisa: “não aceitaremos ser tutelados por ninguém”.
Mas não se trata apenas de mais uma bravata ao estilo mafioso do presidente estadunidense. Há indícios cada vez mais claros de que esse gesto foi articulado com o clã Bolsonaro, em especial com o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que atua desde março nos Estados Unidos com o único propósito de conspirar contra o STF, contra o presidente Lula e contra o Brasil. A ação do Grupo Prerrogativas para investigar essa atuação é mais do que necessária. Estamos diante de uma possível articulação golpista transnacional.
A questão central é: o que foi prometido a Trump?
Se Trump aceitou negociar com o bolsonarismo, como indica o gesto de agressão explícita ao Brasil, a pergunta inevitável é: o que o clã Bolsonaro ofereceu em troca? O mais provável é que tenha sido uma promessa de retirar o Brasil do BRICS em caso de vitória eleitoral da extrema-direita em 2026 — uma medida que teria enorme impacto geopolítico, ao enfraquecer o bloco que hoje representa o maior contraponto à hegemonia estadunidense.
Mas não se deve descartar outros “presentes” prometidos: a entrega das riquezas nacionais — petróleo, estatais, terras raras, biodiversidade e até mesmo a Amazônia. Trata-se de uma lógica colonial empacotada no discurso pseudonacionalista que há muito tempo não engana mais ninguém. São políticos vira-latas, dispostos a vender o país em troca de proteção ou apoio internacional.
O agravante, neste momento, é o desespero do clã Bolsonaro, especialmente de Jair Bolsonaro, que se aproxima rapidamente da cadeia por seus crimes contra a democracia. A carta de Trump pode ser lida como uma tentativa desesperada de evitar esse destino, pressionando o Brasil e suas instituições. Mas, ironicamente, o gesto serviu para isolar ainda mais os que flertam com o autoritarismo.
Chegou a hora de todos os brasileiros fazerem uma escolha clara: ou se está ao lado de Lula e da soberania nacional, ou se está ao lado de Trump e da submissão colonial. Não há terceira via. A história julgará cada cidadão e cidadã.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

O dia

 


- Meados de julho de 2025 e o tempo parece inverno do sul-sudeste; frio incomum e aparecimento até de frutos nos mercados que a natureza nos dá lá pra setembro. Benza Deus essa arrumação

O poder da mensagem

 


O drama na UTI da economia do Nordeste

 


Dnocs faz cortes na luta contra a morte
(Reportagem de Beth Rebouças-Jornal OEstadoCe)
Prestes a completar 116 anos, em outubro, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), passa sufoco e está momentaneamente sem informações de Cota e Volume dos seus reservatórios e sem fiscalização. Isso deixa as estruturas vulneráveis a furtos, invasões, vandalismos e riscos operacionais afetando a gestão hídrica. Por isso, a saída do Dnocs foi oficiar a Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH), solicitando apoio para delegar a guarda e a operação de seis reservatórios: Castanhão, Orós, Banabuiú, Lima Campos, Curral Velho e Cedro. É importante ressaltar que a gestão dos açudes visa garantir o abastecimento de água para consumo humano, atividades produtivas e outras necessidades da população onde estão localizados os aquíferos.
Em resposta, a SRH manifestou o interesse do Governo do Estado em assumir a operação desses reservatórios por meio da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), entidade estadual responsável pelo gerenciamento dos recursos hídricos. As tratativas referentes ao processo de cessão das áreas já estão sendo conduzidas entre o Governo Federal, o Dnocs e o Governo do Estado, por meio da SRH e da Cogerh.
O corte orçamentário de R$ 150 milhões do Governo Federal foi o motim para a exposição da fragilidade institucional do órgão. A situação atual é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a redução de recursos financeiros e a falta de investimento em pessoal. 70% do perfil de despesa do órgão refere-se a custo de pessoal. Há a necessidade da aprovação de proposta para realização de concurso público com o intuito de evitar a sucumbência institucional e a descontinuidade dos serviços prestados.
Foram 70 vigilantes terceirizados demitidos em junho último, com a justificativa desse contingenciamento do governo federal, embora o ano passado, o perfil de lucro da autarquia tenha sido positivo pelo que consta no seu relatório anual: “A geração líquida de caixa em dezembro de 2024 apresentou saldo positivo em R$38 milhões, quase duas vezes a geração de caixa do ano anterior. Em termos nominais, trata-se de um aumento de R$24 milhões.”
No instagram do Sindivigilantes do Ceará confirma que a empresa Cet-Seg deu aviso prévio aos vigilantes, pois o Dnocs está há meses sem repassar os pagamentos. Sem receber, a empresa cancelou os contratos e os trabalhadores terceirizados que atuavam na manutenção também foram impactados: 50% foram desligados, afetando a sede administrativa do órgão e seus serviços de apoio técnico e operacional. O Sindicato em nota de repúdio considera. “Essa atitude irresponsável ameaça não apenas a segurança das instalações, mas também o sustento de dezenas de famílias que dependem desses empregos para sobreviver”.
O engenheiro agrônomo e servidor do Dnocs Joacir Moreira, atual coordenador estadual do órgão, em recente reunião na Assembleia Legislativa do Ceará, afirmou que o Dnocs “já teve 12 mil servidores. Hoje só conta com 565, muitos ingressando na aposentadoria”. No relatório, indica 532 servidores ativos.
Devido à significativa redução do quadro funcional, o órgão também vem enfrentando dificuldades para a realização da integralidade das inspeções de suas Barragens. Por isso, vem buscando parcerias junto às Universidades para realização dessa atividade. Noutro tópico do relatório, que tivemos acesso, ressalta que os trabalhos relativos ao monitoramento têm sido bastante impactados com a redução do quadro de pessoal da autarquia, o que tem feito com que as informações relativas ao monitoramento não sejam obtidas com a frequência ideal.
No ano de 2024 o Dnocs realizou intervenções em 20 barragens nos Estados do Ceará, Alagoas e Rio Grande do Norte, com a conclusão das obras de recuperação de 13 delas. O órgão também possui sob sua jurisdição 37 Projetos Públicos de Irrigação espalhados pela maioria dos estados do Nordeste Brasileiro. A Autarquia mantém seis contratos de cessão celebrados com os distritos de irrigação do projeto Araras Norte, Baixo Acaraú, Jaguaribe, Apodi e Tabuleiros de Russas no estado do Ceará.
Castanhão dribla dificuldades
A barragem Padre Cícero, ou simplesmente Castanhão, em Jaguaribara, foi concluída em 23 de dezembro de 2002, com capacidade de armazenar 6, 7 bilhões de metros cúbicos. Sozinho, ele tem 37% de toda a capacidade de armazenamento dos 8.000 reservatórios cearenses. No último dia 7, o volume acumulado estava em 1.923.658.000,00m3 e Cota de 89,95M. Esse dado repassado pelo coordenador do açude, Fernando Pimentel de Andrade, vem com a certeza de que o desleixo foi driblado por lá. Ele destacou o apoio do Governo do Ceará, através da Cogerh e da prefeitura de Jaguaribara. Inclusive, no momento da conversa com o Estado, por telefone, ele estava na prefeitura de Jaguaribara.
A Cogerh cedeu pessoal que fica no posto extremo pela Jaguaribara e a Prefeitura, cuida do posto pelo lado de Alto Santo. Fernando acrescentou que está articulando junto ao Governo do estado, a contratação de segurança armada. Esse processo já se encontra em fase final dos trâmites burocráticos. O açude do Castanhão compreende os limites geográficos dos municípios cearenses: Jaguaribara (Nova Jaguaribara), Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribe. Suas finalidades básicas são irrigação, transposição, abastecimento e usos múltiplos. Representa um mecanismo de controle das secas e das cheias sazonais que atingem o vale do Jaguaribe, sendo uma reserva hídrica estratégica para o Estado. A água dele, quando necessário, é transferida para a Região Metropolitana de Fortaleza através do Eixo de Integração do São Francisco, garantindo o abastecimento de milhões de pessoas na capital cearense.
Em nota, a assessoria de comunicação da SRH frisou que o Governo do Estado do Ceará já iniciou as mobilizações emergenciais necessárias para viabilizar a cessão dos reservatórios e reitera seu compromisso com a celeridade e a legalidade de todo o processo, assegurando o uso responsável e estratégico desses importantes mananciais para a segurança hídrica da população cearense.
Construindo
novo açude
Está em construção a Barragem Fronteiras, em Crateús. As obras encontram-se com 65,89% de execução. Contudo, no ano de 2024, houve a paralisação das obras devido a problemas administrativos com a contratada. Para solucionar essa situação, o Dnocs está adotando providências para realizar nova contratação para dar continuidade às obras. Também houve dificuldades no andamento das ações sociais em virtude da demora da emissão do Decreto de Utilidade Pública para continuidade das desapropriações.
(Por Beth Rebouças)
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Açudes
O Dnocs é o empreendedor de 328 barragens no Nordeste, com capacidade total de reservação de 36.122.852.852 m³, para beneficiar uma população estimada de 17.302.427 pessoas. Só no Ceará foi responsável pela construção de 65 açudes. Vamos citar alguns deles.
Com uma capacidade 96.800.000m³, o Açude Ayres de Sousa, conhecido como Jaibaras, está localizado no município de Sobral, cuja história remonta ao século XIX. Foi inaugurado em 1936. O Açude Forquilha fica localizado na Região Norte do Ceará e faz parte da bacia do Rio Acaraú. Foi concluído em 1928. Tem capacidade de acumular mais de 50 milhões de metros cúbicos de água. O Açude Público Paulo Sarasate, conhecido como Açude Araras, em Varjota, acumula um bilhão de metros cúbicos de água. Foi concluído em 1958.
O açude Arrojado Lisboa, cuja barragem foi erguida no rio Banabuiú, tem capacidade para armazenar cerca de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água. O Açude do Cedro em Quixadá tem capacidade para acumular 125 milhões de m³ de água, o equivalente a 50 mil piscinas olímpicas. O Açude General Sampaio foi concluído em janeiro de 1935. Represa as águas do rio Curu e pode acumular 322,2 milhões de metros cúbicos de água.
O Açude Pedras Brancas, localizado em Quixadá, intercepta o rio Sitiá, afluente do rio Banabuiú, e acumula um volume de água represada de 434.049.250 metros cúbicos. O Açude Mundaú, em Uruburetama, tem 21.308.000 m³ de água em seu volume total. Foi concluído em 1988. O açude Tucunduba, em Santana do Acaraú, foi concluído em 1919. Tem capacidade para acumular 41.430. 000 m³ de água. A Barragem Pereira de Miranda, conhecida também por Açude Pentecoste foi construída sobre o leito do rio Canindé, com capacidade de armazenamento de água é de 395.638.000 m³. Foi concluída em 1957.
O Açude Edson Queiroz, conhecido como Serrote, em Santa Quitéria, capacidade para acumular até 254 milhões de metros cúbicos de água e é responsável pelo abastecimento para a cidade de Santa Quitéria e distrito de Taperuaba, em Sobral. A Barragem Eugênio Gudin, popularmente conhecida como Acarape do Meio fica em Redenção e foi concluída em 1924 com capacidade de acumular 34.1000.000m³ de água. O Açude Orós, em Orós, foi inaugurado em 1961. Tem capacidade para armazenar 2.000.000.000 m³ de água.
O açude Santo Antônio de Russas, em Russas, foi construído em 1927, e tem volume 24.000.000 m³ de água O açude Jenipapeiro, em Deputado Irapuan Pinheiro, tem capacidade para armazenar 17.000.000 m³ de água. Inaugurado em 2009. O açude Trussu, em Iguatu, também se chama açude Roberto Costa pode armazenar até 301.000.000m3 de água. Foi inaugurado em 1996. O açude Feiticeiro, em Jaguaribe, também denominado de açude Joaquim Távora, foi inaugurado em 1933, podendo acumular até 26.773.000 m³ de água.
O açude Quixabinha foi inaugurado em 1967. Levou 55 anos para ser concluído. Fica em Mauriti, e tem capacidade de acumular 31.000.000 m ³ de água. O açude Prazeres, em Barro, foi inaugurado em 1988, com 32.500.000 m ³ de capacidade d’água. OBS: Apesar da diretoria do órgão ter sido contatada através da Assessoria de Imprensa e da própria secretária do diretor Fernando Leão, não houve retorno para confirmar a entrevista, nem por ligações nem do email.
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As descobertas de Beth Rebouças, e os registros dos últimos acontecimentos com o DNOCS mostram como Estados e empresas querem o DNOCS para si. Bombardeado, o DNOCS sofre ingerência de bandidos e maus gerentes o que os federais e senadores do Ceará não ligam a mínima.

Coluna do Macário Batista em 10de julho de 2025

Sudene aponta Transnordestina e Chamada Nordeste como ações fundamentais para o desenvolvimento regional em audiência no Senado
Com o objetivo de discutir as ações estratégicas do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado recebeu o titular da pasta, Waldez Góes, nesta terça-feira (8). O superintendente da Sudene, Danilo Cabral compôs a equipe do ministro e destacou a Ferrovia Transnordestina e a Chamada Nordeste como duas das principais ações da Sudene em favor do reposicionamento da região como protagonista do crescimento sustentável do Brasil. “A ferrovia é obra que se encontrava paralisada e que tem a Sudene como um importante agente de financiamento. Em 2023, nós liberamos R$ 800 milhões, e no início deste ano, mais R$ 400 milhões. Nestes dias, a gente ainda deve estar aprovando a liberação de outros R$ 600 milhões”, adiantou. Ainda segundo Danilo Cabral, um estudo feito pela Federação da Indústria do Estado de Ceará destaca que em um raio de 300 quilômetros por onde a Transnordestina passa estão representados 41% do PIB do Nordeste. “Ou seja, ela é fundamental para a logística e competitividade da região e a Sudene será responsável, quando concluída, por quase 50% do financiamento desta obra, através do FDNE”, complementou. Outra ação priorizada pelo superintendente foi a articulação da Sudene no âmbito do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais, para integrar e potencializar recursos para o Edital Chamada Nordeste, “uma iniciativa importante que conta com R$ 10 milhões destas instituições e que dialoga com a Nova Indústria Brasil, coordenada pelo Ministro Geraldo Alckmin”. Segundo o gestor, os recursos financeiros serão direcionados à produção de energia limpa, hidrogênio verde, data center, bioeconomia, o polo de fármacos, indústria automotiva e tantos outros projetos.

A frase: "Deus age através da união do povo". Salmo 133

 
(Quem lembra disso?)
Mais médicos (Nota da foto)
O estado do Ceará recebeu o reforço de 187 profissionais do Programa Mais Médicos, iniciativa do governo federal que tem como foco ampliar a cobertura da atenção primária em regiões de maior vulnerabilidade social. Do total de médicos, seis foram alocados para atuar no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Ceará, que atende populações indígenas em áreas de difícil acesso. Os demais médicos reforçarão as equipes de Saúde da Família nos municípios cearenses.

Conhecer oportunidades
A Latam viu o bicho pegando pras bandas dos EEUU e mudou o foco. Ao inés de voos entre Fortaleza e estados americanos, apontou pra Europa. Fortaleza–Lisboa terá três voos semanais e mira mais cargas para a Europa.

Turismo nacional
Beach Park é o segundo destino que mais recebeu visitantes no Brasil em 2024. O Nordeste concentrou 45% do faturamento e 44% dos embarques domésticos, firmando a liderança como "o destino turístico" dos brasileiros.

Sacanagem (desculpas)
Descaso do INSS em Tauá: trabalhador, com câncer, pede perícia médica e exame é marcado para final de novembro.O trabalhador que está com câncer e precisa do aval médico para receber o auxílio-doença.

Agora imagine
O vereador Voni Souza,disse na Câmara do Tauá: ‘’É desumana a situação de uma pessoa que precisa fazer uma perícia no INSS’’, desabafou ao  dizer que, após inaugurada, a agência do INSS nunca teve um médico perito.



 
 

Bom dia

                                                      Capa do jornal OEstadoCe

STF amplia investigações sobre desvios em emendas e mira uso eleitoral de recursos públicos

Pode ser uma imagem de 3 pessoas e a estrado

Operação revela ligação entre verba de parlamentares, fraudes em licitações e campanhas municipais
Redação Brasil 247
247 – O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova frente de apuração sobre o uso de emendas parlamentares, com foco na destinação irregular de recursos para campanhas eleitorais. A informação foi revelada com base em documentos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação envolve indícios de fraude em licitações, desvio de verbas públicas e compra de votos em municípios do interior do Ceará.
Segundo a Polícia Federal, emendas indicadas pelo deputado federal Júnior Mano (CE) abasteceram licitações fraudulentas em cidades administradas por aliados políticos. Parte dos recursos, após a vitória de empresas ligadas ao esquema, teria sido utilizada em campanhas eleitorais de candidatos apoiados por Mano nas eleições municipais de 2024. A investigação aponta que o parlamentar “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.
Esquema operado por aliados e novos alvos
O caso está sob sigilo e tramita no STF, uma vez que envolve parlamentares com foro privilegiado. De acordo com a PF, o esquema era operado por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, eleito prefeito de Choró (CE), mas impedido de tomar posse por decisão da Justiça Eleitoral. Mensagens obtidas pelos investigadores mostram conversas entre Bebeto e aliados de Júnior Mano sobre o pagamento de propinas em troca da liberação das emendas. Os percentuais, que chegavam a 12%, eram chamados de “pedágio” ou “imposto” nos diálogos — uma prática descrita pela PF como “institucionalizada de corrupção”.
Em nota, Júnior Mano negou qualquer irregularidade e afirmou que “sua correção de conduta será reconhecida ao fim da investigação”. Desde 2021, a cidade que mais recebeu emendas do deputado foi Nova Russas, governada por sua esposa, Giordanna Mano, que não foi alvo da operação.
Outros parlamentares citados
Além de Júnior Mano, as investigações também mencionam emendas associadas a outros parlamentares cearenses: José Guimarães (PT), atual líder do governo na Câmara; Eunício Oliveira (MDB) e Yuri do Paredão (MDB). Nenhum dos três foi alvo da operação.
Em nota, Guimarães declarou: “Reafirmo o fato de que não destinei emendas parlamentares à localidade de Choró (CE)”. Sobre Canindé, outra cidade citada, afirmou que “uma simples consulta ao Siafi comprova que não destinei emenda entre 2024 e 2025”.
A assessoria de Eunício Oliveira informou que o parlamentar “destina emendas para obras em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e de acordo com a legislação” e que já pediu a suspensão de uma emenda para Canindé. Yuri do Paredão, por sua vez, afirmou que “o fato de todos os recursos estarem disponíveis no Portal da Transferência da Câmara demonstra a seriedade e a responsabilidade com que o deputado conduz suas ações”.
Expansão do escopo e tensão entre os Poderes
A descoberta do uso de emendas para alimentar campanhas eleitorais impulsionou o STF a autorizar, por decisão do ministro Gilmar Mendes, a abertura de uma investigação específica sobre a execução ilícita desses recursos. Há expectativa de que novas manifestações da PGR sejam apresentadas ainda neste semestre, o que preocupa lideranças no Congresso diante da possibilidade de novas medidas cautelares, como quebras de sigilo e buscas autorizadas pela Corte.
As apurações já haviam provocado, em abril, a queda do então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), denunciado pela PGR por desvio de emendas em seu mandato anterior como deputado. Parte da verba teria sido destinada à pavimentação de ruas em Vitorino Freire (MA), município então governado por sua irmã.
Outros casos recentes
As investigações sobre o uso político de emendas parlamentares não são isoladas. Em fevereiro, emendas indicadas por Afonso Motta (PDT-RS) foram alvo de operação da PF, que resultou na demissão de seu chefe de gabinete. Em março, a Primeira Turma do STF tornou réus os deputados Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e o suplente Bosco Costa (SE), todos do PL, acusados de negociar R$ 6,6 milhões em emendas em troca de R$ 1,6 milhão em propina.
Em outro caso, a PF apontou que um servidor estadual recebia comissão de 6% sobre verbas destinadas por um deputado para um hospital em Santa Cruz do Sul (RS), formalizadas inclusive por contrato — evidência, segundo a PF, de corrupção sistematizada.
CGU e o padrão das irregularidades
Parte relevante dessas apurações teve origem em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), que detectaram concentrações atípicas de emendas em municípios ligados a parlamentares, sem critérios técnicos claros. Os indícios apontam para superfaturamento, favorecimento político e uso de empresas de fachada para viabilizar os desvios.
As descobertas ampliam o mal-estar entre os Poderes. Nos bastidores, ministros do STF reconhecem que o avanço das investigações tem contribuído para as tensões com o Congresso e com setores do Executivo. A ofensiva sobre as emendas parlamentares — vistas por muitos como instrumento legítimo de articulação política — levanta questões fundamentais sobre os limites da autonomia legislativa e a necessidade de maior transparência no uso dos recursos públicos.

Imagens negativas da vida brasileira

 

Rejeição nas alturas: com 75% e 74%, Alcolumbre e Hugo Motta lideram ranking de imagem negativa
Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg revela que presidentes do Senado e da Câmara têm maior taxa de desaprovação entre os principais líderes políticos do Brasil
247 - Os dois principais nomes do Congresso Nacional enfrentam forte desgaste perante a opinião pública, segundo a mais recente rodada do relatório Latam Pulse, parceria entre AtlasIntel e Bloomberg. O levantamento revela que Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, são os líderes com as piores avaliações entre os 16 nomes analisados.
A pesquisa, realizada entre os dias 27 e 30 de junho de 2025 com 2.621 brasileiros adultos, mostra que apenas 3% dos entrevistados têm uma imagem positiva de Alcolumbre, enquanto 75% manifestam percepção negativa, resultando em um saldo de imagem de -72 pontos percentuais (p.p.) — o pior entre todos os avaliados. Já Hugo Motta registra 4% de imagem positiva e 74% de negativa, com um saldo de -70 p.p..
A diferença entre imagem positiva e negativa é abissal, contrastando com a percepção de outras figuras políticas de peso. A pesquisa incluiu nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que mantém um equilíbrio relativo (47% de imagem positiva e 53% de negativa, com saldo de -6 p.p.).
Outros líderes com desempenho frágil, embora não tão dramático quanto o de Alcolumbre e Motta, foram Ciro Gomes (24% positivo, 62% negativo, saldo de -38 p.p.) e Ronaldo Caiado (25% positivo, 53% negativo, -28 p.p.).
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A pesquisa seguiu metodologia de recrutamento digital aleatório (Atlas RDR), com margem de erro de ±2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%

Derrota caseira

 

João Pedro após marcar gol pelo Chelsea contra o Fluminense, seu ex-clube (Foto: Hannah McKay / Reuters)

Ingratidão
Até tu, bruto!
Chelsea ganha do Fluminense e vai à final do Mundial de Clubes. Assista aos gols
A equipe inglesa enfrentará na decisão do campeonato o vencedor de Real Madrid e PSG.
O Ingrato é o João, criado no Fluminense e comprado pelo Chelsea que fez os dois gols da vitória lá deles.
Tricolores em luto. Perdemos pro Brasil que inventamos.

Opinião

 


De Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.
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O candidato das elites se revelou mais uma vez: é um capacho de Trump
No dia em que o presidente dos Estados Unidos atacou a soberania brasileira, Tarcísio de Freitas ficou ao lado dos Estados Unidos.
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apoia agressão de Donald Trump ao Judiciário brasileiro
A política brasileira viveu, nesta segunda-feira (7), um daqueles momentos que ficarão marcados pela submissão vergonhosa de parte de nossas lideranças a interesses estrangeiros. O protagonista do episódio? O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, mais uma vez, mostrou sua completa fidelidade não ao Brasil, mas ao trumpismo — essa corrente autoritária que despreza instituições democráticas e flerta abertamente com o golpismo.
Na segunda-feira (7), Tarcísio correu para as redes sociais para repercutir e endossar o apoio de Donald Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral e réu no Supremo Tribunal Federal por crimes graves, como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. “Bolsonaro deve ser julgado somente pelo povo brasileiro”, escreveu Tarcísio, referindo-se às eleições, como se a Justiça não tivesse papel algum no Estado Democrático de Direito.
A fala, claro, ecoava a declaração de Trump, que acusou o Brasil de “perseguir politicamente” Bolsonaro e pediu que “o deixem em paz”. A mensagem, vinda de um ex-presidente estadunidense notoriamente hostil às instituições democráticas de seu próprio país, representou um ataque direto à soberania do Brasil e ao funcionamento regular do nosso sistema judicial. E, ao invés de se indignar com essa afronta, Tarcísio se alinhou ao agressor.
Essa postura, além de covarde, é anti-patriótica. No momento em que o Brasil busca afirmar sua soberania e fortalecer sua democracia diante das ameaças internas e externas, um governador de Estado — o mais rico e populoso do país, e escolhido pelas elites financeiras e pela mídia como o candidato da direita nas eleições de 2026 — prefere a subserviência como estratégia política. Tarcísio age como um representante estrangeiro dentro do território brasileiro. É o “candidato das elites” revelando mais uma vez seu verdadeiro projeto: transformar São Paulo e o Brasil em quintal ideológico do trumpismo.
Não é a primeira vez que o governador se curva aos interesses dessa direita internacional reacionária. Ainda em janeiro, celebrou efusivamente a posse de Trump nos Estados Unidos, vestindo orgulhosamente um boné vermelho com os dizeres “Make America Great Again” e entoando um “grande dia” — expressão simbólica do bolsonarismo nacional. Mais do que uma saudação, tratava-se de um sinal de alinhamento incondicional a uma agenda de extrema-direita que despreza a democracia, promove o ódio e alimenta conspirações.
Dois meses depois, Tarcísio se juntou ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em uma visita a Israel, em meio à mais grave crise diplomática entre Brasil e o governo de Benjamin Netanyahu. Enquanto o presidente Lula denunciava, com razão, o massacre contra a população civil em Gaza, Tarcísio preferia posar sorridente ao lado de líderes responsáveis por ações militares condenadas em todo o mundo. Para ele, parecer bem aos olhos dos poderosos no exterior é mais importante do que defender a dignidade humana ou os interesses da diplomacia brasileira.
Em tempos de reconstrução democrática, o Brasil não pode tolerar lideranças que preferem a bajulação internacional à defesa firme das instituições nacionais. O governador de São Paulo fez sua escolha — e ela não foi pelo Brasil. Ao se comportar como um capacho de Trump, Tarcísio de Freitas deixou claro de que lado está: contra a soberania, contra a democracia, contra a Justiça brasileira. É preciso lembrar disso. E cobrar, com vigor, o preço político dessa escolha.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.