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Precarização do Jornalismo: Especialistas mostram como pejotização torna profissão numa fraude

 

O suposto glamour que, muitas vezes, parece envolver a profissão de jornalista e outras atividades de comunicação social, na verdade esconde uma realidade de intensa precarização profissional.
O cenário foi avaliado em um debate com especialistas na última semana, e ocorre na esteira do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do processo que pode dar ares de legalidade a uma típica fraude trabalhista, a chamada pejotização, que é quando empresas contratam prestadores de serviços como Pessoa Jurídica (PJ), evitando criar uma relação de vínculo empregatício formal e, com isso, descumprir as obrigações previstas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
“Temos uma pejotização irrestrita na área da comunicação, que é uma fraude trabalhista, utilizada por grandes, pequenos e médios empregadores, que se valem desse modelo para obter mais lucro explorando a única coisa que a gente tem, que é a nossa mão-de-obra”, destacou Samira de Castro, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), no debate transmitido na página da federação.
Segundo a jornalista, este fenômeno de pejotização começou ainda em meados da década de 1980, quando os profissionais passavam a ser contratados como “frila fixo” ou sócio-cotista, modelos recorrentemente aplicados por agências de comunicação. Desde então, a situação se agravou e, na atualidade, o número de trabalhadores da comunicação que trabalham por conta própria explodiu.
De acordo com os dados disponibilizados pela Receita Federal à Fenaj, apurados em 3 de junho deste ano, há 33.252 empresas com CNPJ registrados como microempreendedor individual (MEI), em atividades econômicas ligadas à edição de jornais e revistas.
“Existem 33 mil pessoas editando jornais e revistas no país? Quase o mesmo número de jornalistas com carteira assinada, basicamente. Claro que não, isso é a constatação de uma fraude trabalhista. E os nossos 31 sindicatos recebem diariamente denúncias de tentativa de escamoteamento desse vínculo formal”, denuncia Samira.
“A gente conseguia muito, na Justiça do Trabalho, comprovar vínculo, fazer com que direitos fossem reconhecidos e pagos. E agora, com esse tema no STF, é um grande golpe para a classe trabalhadora e contra os jornalistas”, lamenta a presidenta da Fenaj.
Na contramão desse processo, o número de vagas formais de trabalho na comunicação vem despencando ano após ano, com uma redução de 18% no número de empregos CLT em uma década.Em 2013, o número de vínculos com carteira assinada de jornalistas no Brasil era de 60.899, mas baixou para 40.917 em 2023, segundo dados apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), compilados a partir de consultas à Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e ao Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). São vagas que, na prática, foram extintas, para dar lugar a contratações informais ou legalmente frágeis. Os números foram divulgados em abril pela federação.
Consciência de classe
“Afinal de contas, por que isso se facilitou nesse meio específico, o da comunicação? Compreender os porquês nos ajuda a superar essa situação. O primeiro dado concreto que a gente tem que pensar é que trata-se de um nicho, os empregadores no setor são muito poucos, e eles conseguem fazer uma espécie de cartel, de aliança, de tal modo que, se uma pessoa não se submete aquelas condições, ele não é empregado nem por um nem por todos”, analisa o jurista Jorge Souto Maior, professor livre-docente de direito do trabalho pela Universidade de São Paulo (USP) e desembargador aposentado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região.
A única forma de reagir a isso, defende o docente, é de forma coletiva, por meio da conscientização dos trabalhadores e sua organização em sindicatos.
“Muitos jornalistas não se veem com trabalhadores, mas como empreendedores, como trabalhadores intelectuais, o que de fato são, mas trabalhadores intelectuais são explorados tanto quanto trabalhadores manuais, cada um a seu modo. Na questão do mundo do trabalho não existem democráticos e não democráticos. É a classe dominante contra a classe trabalhadora”, reforçou.
Para a presidenta da Fenaj, é preciso se desvencilhar de uma narrativa ainda dominante no mercado da comunicação. “O discurso sedutor do eu empreendedor, o patrão de si mesmo, para o trabalhador jornalista, isso não cola. Estamos subordinados a um veículo com sua linha editorial, que inclusive causa muito sofrimento psíquico. Essa pejotização fraudulenta está ferindo de morte os trabalhadores e a nossa categoria”, apontou Samira de Castro.
“Ser classe trabalhadora não é rebaixamento, é a explicitação do real. Se não somos capitalistas, donos dos meios de produção, então somos classe trabalhadora, e temos que lutar juntos por melhores condições de trabalho. É sindicalização mesmo, greve e organização política como classe. Individualmente, nós não vamos resolver os problemas”, enfatiza Souto Maior.
Tecnologia e apropriação
A esse modelo histórico de precarização, soma-se um processo de reconfiguração do mundo do trabalho capitaneado pelas grandes empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs. Referência nos estudos sobre comunicação, trabalho e plataformas digitais, a professora Roseli Figaro, da USP, avaliou que a precarização assumiu patamares ainda desafiadores na atual fase do capitalismo.
“As grandes empresas controlam a produção e o fluxo informacional do mundo. Não apenas o fluxo dos usuários comuns, que querem se falar, mas elas controlam as ferramentas que proporcionam o trabalho em diferentes áreas profissionais, do advogado, do professor, do médico, do psicólogo, do dono da padaria e, sobretudo, o trabalho dos profissionais da comunicação”, apontou a pesquisadora.
Ao mesmo tempo em que reformulou o trabalho, o capitalismo informacional, segundo Roseli Figaro, subordinou as empresas tradicionais do mercado de comunicações às grandes empresas de tecnologia.
“A monetização do jornalismo [na internet] não é mais circulada nos links. Agora, as notícias são apropriadas e sintetizadas como texto da própria inteligência artificial do Google, a Gemini, por exemplo. Mesmo citando a fonte, ninguém sequer precisa abrir o link, como se fazia antes. O que é isso senão a apropriação da propriedade intelectual do outro?”, questionou a professora.
O tema da inteligência artificial generativa, que está impactando a indústria de notícias, tem sido apontado por especialistas e organizações como crucial no mundo contemporâneo e que deve ser objeto de regulação por parte dos governos.
Fonte: Agência Brasil

União nacional contra o tarifaço de Trump em defesa do Brasil, da democracia e da reeleição de Lula

 

Não há espaço para neutralidade diante de um ataque dessa gravidade
A decisão unilateral de Donald Trump de impor tarifas de 50% contra todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos representa um inédito e frontal ataque aos interesses nacionais e à soberania do país.
Em gesto inequívoco de arrogância imperialista, Trump interfere em assuntos internos do Brasil para livrar seu protegido, Jair Bolsonaro, de afinal responder por seus crimes. Bolsonaro fez todo tipo de coação para viciar as eleições de 2022.
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Derrotado nas urnas, conspirou para impedir com um golpe militar a posse do vitorioso, o que incluiu plano de assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. A morte de Gilmar Mendes chegou também a ser cogitada. O tarifaço é uma ação assumidamente política, dirigida a enfraquecer o governo legítimo e legal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante desse ato hostil, não cabem tergiversações. O país precisa reagir não com divisão, mas com unidade. Deve superar disputas aceitáveis em conjunturas menos críticas. É hora de união contra o inimigo externo e seus agentes internos, os traidores da pátria, a seu serviço.
É hora de um verdadeiro pacto nacional em defesa da pátria, da liberdade e da democracia. O Brasil precisa compreender que está sendo atacado não apenas em sua economia, mas, acima de tudo, em seus princípios mais fundamentais: a soberania popular, a independência nacional e o direito de decidir livremente seu destino.
O presidente Lula, com equilíbrio e firmeza, já demonstrou que está à altura da responsabilidade histórica que lhe cabe. Sua longa trajetória internacional e o prestígio que reconquistou para o Brasil no cenário global o capacitam a articular uma resposta estratégica e soberana, tanto nos fóruns multilaterais quanto no comércio bilateral. Mais do que nunca, é essencial que os diferentes setores políticos e sociais compreendam que a defesa do governo Lula neste momento é, antes de tudo, a defesa do interesse nacional.
Não há espaço para neutralidade diante de um ataque dessa gravidade. É tempo de união em torno de um projeto de país que recuse a submissão aos arreganhos de um tiranete estrangeiro em flerte aberto com a intervenção colonial. Desde a expulsão das últimas tropas portuguesas que resistiram à independência, o Brasil não enfrentava ato mais claro de guerra contra sua soberania.
Em honra do sangue derramado pelos heróis da independência brasileira, é necessário contra-atacar. Essa reação deve enviar a mensagem mais clara e efetiva, na linguagem que todos entendam. Deve ferir o inimigo, frustrar suas ameaças e extirpar o tumor da traição que, disfarçada, ainda conspira contra a nação no interior da sociedade brasileira.

Coluna do Macário Batista em 14 de julho de 2025

Senador Girão "risca faca"
O senador cearense Eduardo Girão (Novo-CE) comentou a operação da Polícia Federal que investiga o uso irregular de emendas parlamentares no Ceará, envolvendo o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). O senador destacou que a investigação aponta para um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio da cobrança de porcentagens sobre as emendas. O parlamentar lembrou que, de acordo com as informações divulgadas, o caso envolve práticas como financiamento de campanhas e compra de apoio político. Ele defendeu o fim das emendas parlamentares, alegando que o instrumento tem sido utilizado como moeda de troca política. ”Desde o início do mandato eu venho trabalhando para que um dia nós consigamos avançar para dar um fim nas emendas parlamentares. Cada senador aqui tem direito a R$ 80 milhões, R$ 90 milhões por ano. O certo é acabar de vez com essas emendas, porque tratam-se de um desvio de função, de finalidade do Congresso Nacional. E é escandaloso, indecoroso, indecente que o sistema tenha degenerado a ponto de criar emendas pix, com transferência direta, sem fiscalização”, disse. Girão associou o desvio de emendas em seu estado à fragilidade do governo cearense no enfrentamento do crime organizado. Ele afirmou que, enquanto verbas públicas são desviadas por meio de parlamentares e operadores locais, o governo estadual demonstra incapacidade de cumprir simples mandados de prisão.  ”O povo cearense está escravizado pela violência, pelo domínio de um estado paralelo, porque o estado real, que deveria ser forte, é fraco, incompetente, omisso, para não dizer coisa maior”, afirmou o parlamentar. As provas obtidas até agora apontam que, além dos desvios de emendas, ocorria a manipulação direta de processos eleitorais em várias cidades do interior do Ceará, relatou o senador. Ele citou o prefeito eleito de Choró- CE, Bebeto Queiroz, que teve a posse suspensa pela Justiça. ”Olha aí as ramificações! São várias as mensagens trocadas entre o deputado e Carlos Alberto Queiroz, o Bebeto de Choró, que, depois de ser eleito pelo esquema, está com ordem de prisão e foragido desde 2024. A ineficiência para prender Bebeto é mais um dos assuntos inexplicáveis sobre a segurança pública do governador Elmano [de Freitas], do PT”, acusou Girão. (Fonte: Agência Senado)

A frase: "Trump cria armadilha à direita" - Ao penalizar o Brasil, o celerado do Norte pode jogar população contra Bolsonaro e companhia. Donald Trump não sabe nada de Brasil. Demonstra-se um fingidor quando resolve penalizar o país, com ameaça de taxar em 50% nossos produtos, falando em déficit numa realidade em que os Estados Unidos são superavitários na relação comercial. Isso na economia. Na politica ,então, o presidente americano é mais que um amador nas questões políticas brasileiras. É um desinformado, característica que alia à má fé."  Dora Krammer, jornalista.

Duquinha voltando (Nota da foto)
O suplente Manuel Duquinha finalmente voltará ao parlamento estadual cearense depois de extensas conversas com lideranças do partido dele. Duquinha acertou aqui a licença de David Durante por 4 meses, mas a presidência de Marcos Pereira, bispo da Universal, exigiu sua presença em Brasilia para referendar. E lá foi ele, acolitado por outros cearenses. Depois do recesso parlamentar, dia 5 de agosto  Duca voltará à bancada do Republicanos. 

Não colou
A 6ª Vara Federal no Ceará negou o pedido do ex-reitor Cândido Albuquerque para tirar uma fotografia da exposição Sementes de Lutas, que retrata a história do movimento estudantil da Universidade Federal do Ceará. O processo incluía pedido de indenização por danos morais, alegando ofensa à honra.

Vai pagar a conta
A decisão, assinada pela juíza Niliane Meira Lima, considerou que não houve ato ilícito ou abuso de poder por parte da Reitoria e extinguiu o processo contra o atual reitor, Custódio Almeida. O ex-reitor também foi condenado a pagar honorários advocatícios.

 

Bom dia

 


O dia - Tão falando em chuva pros lados de cá. Nem é mais novidade essa fora de época. Só que tem novidade; o Brasil está muito interessado num achado: descoberta uma cobra boitatá, no Pantanal.

O dia

 


O feudo da bandidagem , São Paulo, tem focado em quebrar vidros de ônibus. Não bastasse o que escolheram, agora amargam o que vem de graça. Tem uma coisa aí que todos desconhecem, lá. O jogo do bicho trabalha por regiões. Isso foi aprendido pelas milícias. Os ataques teem cara de ação miliciana. Quem sabe até política. Viu.

O dia

 


O dia- A promessa é de que vai dar certo. Cachorro que ladra, não morde. Pelo menos enquanto estiver latindo. Se incomode, não; ainda tem dois dias de Forricó, depois a gente pensa o que fazer com o trampo.

O Poder da Mensagem




Justiça eleitoral cassa mandatos de prefeito e vice de Iguatu-CE

 

Foto: Reprodução/ Facebook
Ontem, sexta-feira (11), a Justiça Eleitoral cassou os diplomas do prefeito de Iguatu, Carlos Roberto Costa Filho (PSDB), e do vice-prefeito, Antônio Ferreira de Souza (PSDB).
A chapa é acusado por abuso de poder político e econômico durante as eleições municipais de 2024. Eles são acusados de se beneficiar de um esquema operado por uma advogada para obter apoio de um chefe de facção.
A decisão de primeira instância, da 13ª Zona Eleitoral de Iguatu, também torna o prefeito e vice-prefeito inelegíveis por oito anos e determina pagamento de multa de R$ 30 mil e a realização de novas eleições no município. Os dois ainda podem recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) e, por isso, permanecem nos cargos.
De acordo com a Polícia Civil, o traficante Thiago Fumaça era procurado por candidatos que procuravam apoio político nos bairros Santo Antônio e Nova Iguatu. Um deles, o candidato a vereador Jocélio de Araújo Viana, foi preso pela Polícia Federal em outubro por oferecer R$ 50 mil ao traficante pelo seu apoio. Ele foi condenado, em primeira instância, a oito anos de inelegibilidade.
Segundo o inquérito da Polícia Civil, uma advogada chamada Márcia Rúbia agia como uma espécie de coordenadora informal da campanha de Roberto Costa Filho – ela não possuía nenhum cargo oficial dentro da coligação.
Defesa de Carlos Roberto
Viemos a público, em respeito à população de nossa cidade, prestar esclarecimentos a respeito da recente decisão judicial que determinou a cassação de nossos diplomas como Prefeito e Vice-Prefeito de Iguatu.
É importante deixar claro que a decisão em questão ainda não é definitiva e que dela cabe recurso às instâncias superiores, o que será prontamente realizado por meio de nossa equipe jurídica. Temos absoluta confiança na Justiça dos Homens e na Justiça de Deus, confiando que essa decisão será revisada e que a verdade prevalecerá.
Importa destacar que durante o processo, o Ministério Público Eleitoral (MPE), instituição de inquestionável relevância para a garantia da lisura das eleições, concluiu que não existe qualquer elemento que nos ligue às acusações feitas. O MPE foi categórico em afirmar que as acusações contra nós carecem de qualquer substrato fático ou probatório e são baseadas, unicamente, em meras ilações, desprovidas de qualquer embasamento na realidade dos fatos.
O próprio parecer do MPE reforçou que não há qualquer mínimo indício capaz de sustentar, sequer, o curso da ação, quanto mais uma condenação. Ressalte-se que o parecer foi firmado pelo promotor que acompanhou de perto todo o processo eleitoral em 2024.
Reafirmamos, portanto, que detemos a legitimidade de nossos mandatos, conquistados democraticamente pela vontade soberana do povo de Iguatu. Essa com certeza será confirmada nas instâncias superiores, que farão prevalecer a verdade e a justiça.
Seguimos como Prefeito e Vice-Prefeito de Iguatu, com o mesmo empenho e dedicação que norteiam nossa gestão. O progresso e a mudança que iniciamos em nossa cidade continuam firmes e avançando em benefício de todos os iguatuenses. Nosso compromisso permanece em trabalhar por um Iguatu mais justo, desenvolvido e próspero.
Pedimos novamente a todos os cidadãos e cidadãs tranquilidade e confiança. Reafirmamos que a Justiça será feita e que não há, nem nunca houve, qualquer prova ou fato que desabone nossa conduta ou que retire a legitimidade do exercício de nossos cargos.

Agradecemos ao povo de Iguatu pelas manifestações de apoio e solidariedade que temos recebido. Com determinação, fé e trabalho, continuaremos lutando por uma cidade melhor, honrando a confiança que nos foi depositada.

Tarcísio tentou convencer STF a facilitar a possível fuga de Bolsonaro para os EUA

 

                                         É esse ai.

Governador propôs que ex-presidente viajasse aos EUA para negociar com Trump, mas ministros temem plano de asilo e rejeitam sugestão como “esdrúxula”

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apoia agressão de Donald Trump ao Judiciário brasileiro
247 – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugeriu a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizassem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a sair do Brasil para negociar diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a redução da tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, Tarcísio alegou que Bolsonaro manteria influência suficiente sobre Trump para conseguir uma trégua comercial entre os dois países. O gesto, segundo ele, poderia ser interpretado como sinal de boa vontade por parte do Judiciário brasileiro e traria benefícios a setores econômicos de São Paulo. A proposta, no entanto, foi recebida com espanto e classificada por ministros do STF como “totalmente fora de propósito” e “esdrúxula”.
A ideia foi rejeitada por unanimidade. Bolsonaro está com o passaporte retido e proibido de deixar o país por decisão do ministro Alexandre de Moraes, no contexto das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Integrantes da Corte manifestaram receio de que o ex-presidente tentasse obter asilo político com apoio de Trump — que exerce seu segundo mandato desde 2025 —, o que inviabilizaria sua extradição e obstruiria a responsabilização penal no Brasil.
Além do risco de fuga, a proposta foi vista como violação à lógica institucional da diplomacia brasileira. Ministros ressaltaram que negociações internacionais são atribuições exclusivas da Presidência da República e do Itamaraty, não cabendo a um ex-presidente investigado conduzir tratativas com chefes de Estado estrangeiros.
Ainda segundo a Folha de S. Paulo, aliados de Bolsonaro informaram que a sugestão de Tarcísio fazia parte de uma articulação política mais ampla. A proposta previa que o ex-presidente viajasse aos Estados Unidos acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O grupo buscaria não apenas um gesto de Trump que aliviasse a tensão comercial, mas também costurar um acordo político interno para aprovar uma eventual anistia a Bolsonaro no Congresso Nacional.
Para ministros do STF, a movimentação escancarou os riscos de tentativa de fuga e demonstrou a persistência de articulações que buscam blindar Bolsonaro das investigações em curso. A resposta da Corte foi categórica ao rejeitar qualquer flexibilização das medidas cautelares impostas ao ex-presidente.

Bom dia

 

Senador cearense em citação sobre ação da PF diz que governo do Ceará deve se explicar
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador cearense Eduardo Girão (Novo-CE) comentou a operação da Polícia Federal que investiga o uso irregular de emendas parlamentares no Ceará, envolvendo o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE).
O senador destacou que a investigação aponta para um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio da cobrança de porcentagens sobre as emendas. O parlamentar lembrou que, de acordo com as informações divulgadas, o caso envolve práticas como financiamento de campanhas e compra de apoio político. Ele defendeu o fim das emendas parlamentares, alegando que o instrumento tem sido utilizado como moeda de troca política.
”Desde o início do mandato eu venho trabalhando para que um dia nós consigamos avançar para dar um fim nas emendas parlamentares. Cada senador aqui tem direito a R$ 80 milhões, R$ 90 milhões por ano. O certo é acabar de vez com essas emendas, porque tratam-se de um desvio de função, de finalidade do Congresso Nacional. E é escandaloso, indecoroso, indecente que o sistema tenha degenerado a ponto de criar emendas pix, com transferência direta, sem fiscalização”, disse.
Girão associou o desvio de emendas em seu estado à fragilidade do governo cearense no enfrentamento do crime organizado. Ele afirmou que, enquanto verbas públicas são desviadas por meio de parlamentares e operadores locais, o governo estadual demonstra incapacidade de cumprir simples mandados de prisão.
”O povo cearense está escravizado pela violência, pelo domínio de um estado paralelo, porque o estado real, que deveria ser forte, é fraco, incompetente, omisso, para não dizer coisa maior”, afirmou o parlamentar.
As provas obtidas até agora apontam que, além dos desvios de emendas, ocorria a manipulação direta de processos eleitorais em várias cidades do interior do Ceará, relatou o senador. Ele citou o prefeito eleito de Choró- CE, Bebeto Queiroz, que teve a posse suspensa pela Justiça.
”Olha aí as ramificações! São várias as mensagens trocadas entre o deputado e Carlos Alberto Queiroz, o Bebeto de Choró, que, depois de ser eleito pelo esquema, está com ordem de prisão e foragido desde 2024. A ineficiência para prender Bebeto é mais um dos assuntos inexplicáveis sobre a segurança pública do governador Elmano [de Freitas], do PT”, acusou Girão.

Fonte: Agência Senado