Contato

Bom dia

 


O dia - Gente de Deus! Já é quinta feira. Pelo menos termina hoje o mês. Mês de 31 dias acaba com o humor do assalariado. O humor e muito cedo acaba também a comida do gato e do cão. Mas vamos tocando que vai entrar agosto. Agosto preocupa mais ainda quando o Boquinha desvairado, quer ser responsável até por vulcões e tsunamis. Mané!

 


O dia - A chuva já veio com o dia clareando. Continua bonito. Bem arrumado pra chover. Diz um pensamento que o tolo acha que sabe tudo e o sábio aceita conselhos. Ei ei.

O Poder da Mensagem

 


Estadão defende, em editorial, a cassação de Eduardo Bolsonaro

 


Jornal afirma que deputado atua contra os interesses do Brasil e ultrapassa todos os limites democráticos em defesa do pai, Jair Bolsonaro
247 – Em editorial contundente publicado nesta quarta-feira 30, o jornal O Estado de S. Paulo defendeu a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), classificando suas ações como incompatíveis com a democracia. O texto relembra que, em janeiro de 2000, a mesma publicação já havia pedido a cassação de Jair Bolsonaro, então deputado federal, por sua atuação agressiva contra as instituições. Passadas mais de duas décadas, o jornal sustenta que o filho trilha o mesmo caminho de ataques deliberados ao país em nome dos interesses pessoais da família Bolsonaro.
“Por atuar deliberada e sistematicamente para prejudicar o Brasil, em nome dos interesses particulares de sua família, Eduardo Bolsonaro precisa ter cassado seu mandato de deputado federal”, afirma o Estadão. O editorial condena a atuação internacional de Eduardo, que teria pressionado o governo dos Estados Unidos a agir contra o Supremo Tribunal Federal, em uma tentativa de enfraquecer os processos que envolvem Jair Bolsonaro. Essa articulação resultou, segundo o texto, na imposição de tarifas comerciais ao Brasil pelo presidente americano Donald Trump, convertidas em uma chantagem diplomática para favorecer o ex-presidente.
Play Video
O jornal também criticou duramente a postura do deputado ao se colocar como uma espécie de negociador diplomático não oficial, pedindo sanções contra autoridades brasileiras, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado, o ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, Eduardo admitiu ter sabotado abertamente a comitiva de senadores que viajou aos Estados Unidos com o objetivo de estabelecer diálogo institucional com o Congresso norte-americano.
Segundo o Estadão, o deputado ainda atacou governadores aliados da própria direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Junior (PSD-PR), por abordarem a questão tarifária sem mencionar a situação judicial de Jair Bolsonaro. Eduardo teria acusado Tarcísio de desrespeitá-lo por dialogar com empresários e com representantes diplomáticos dos Estados Unidos, desviando o foco da pauta familiar bolsonarista.
O editorial também denuncia uma live recente de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais, em que o parlamentar atacou o STF e ameaçou abertamente um delegado da Polícia Federal. “Vai lá, cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, declarou, em tom intimidatório.
Com a licença parlamentar já vencida e sem previsão de retorno ao Brasil, Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos. Circulou nos bastidores da Câmara a possibilidade de usar o mesmo expediente aplicado ao deputado Chiquinho Brazão — permitir a perda automática do mandato por excesso de faltas. Para o Estadão, isso seria um erro grave. “A fim de cuidar da própria imagem, não bastará ao Legislativo federal recorrer a essa solução. Afinal, Eduardo Bolsonaro passou dos limites e merece não a inércia corporativista da Casa, mas uma punição dura, real e imediata.”
Ao concluir, o jornal relembra que a Câmara optou por não punir Jair Bolsonaro em 2000 e que essa omissão desmoralizou o Legislativo. “Que não repita esse erro agora com Eduardo Bolsonaro.”

Areninha indígena

 

Governo do Ceará entrega Areninha em Aquiraz, a primeira em território indígena, nesta quarta-feira (30)

Nesta quarta-feira (30), às 9h, o Governo do Ceará entrega mais uma Areninha. Desta vez, a população de Aquiraz, da localidade de Lagoa Encantada, território do povo Jenipapo-Kanindé, será beneficiada. 

O governador Elmano de Freitas participará da solenidade de entrega ao lado do prefeito Bruno Gonçalves, entre outras autoridades. A Lagoa Encantada está localizada no território do povo Jenipapo-Kanindé, reconhecida como uma terra indígena demarcada. É a primeira Areninha em território indígena no estado.  

Com investimento de R$ 347 mil, a Areninha da Lagoa Encantada, em Aquiraz, conta com campo society, grama sintética, alambrados e rede, vestiários com banheiros, acessos pavimentados e torres de iluminação.


Serviço 
Inauguração de Areninha em território indígena, em Aquiraz
Data: 30 de julho (quarta-feira)
Hora: 9h
Local: Localidade Lagoa Encantada, Aquiraz

Continua solto

 

Em um trio elétrico, Bolsonaro participa de motociata em Brasília
Foto: Comunicação PL / Comunicação PL
Na tarde desta terça-feira (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de um ato no Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília, antes da motociata organizada por apoiadores.
O evento começou pouco depois das 15h e teve transmissão nas redes sociais, principalmente no X (antigo Twitter) e no Telegram. Bolsonaro subiu no trio elétrico ao som do Hino Nacional. Entre os presentes estavam a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O trio elétrico com Bolsonaro deu uma volta ao redor do estacionamento em que as motos estavam paradas. A locutora entoava a todo instante: “Deus, pátria, família“. E os motociclistas repetiam: “Liberdade“. Ainda não há uma expectativa de público que participou do evento, segundo a Polícia Militar.
No estacionamento, manifestantes exibiam cartazes contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Durante o ato antes da motociata, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em cima de um trio elétrico, abriu uma live em seu perfil no Instagram e convocou a população para participar, no próximo domingo (3), da mobilização Reaja Brasil, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Bolsonaro cumpre uma série de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Com informações do Correio Braziliense

Com políticas integradas, Brasil é novamente referência mundial no combate à fome


Saída do Mapa da Fome é resultado de decisões que priorizaram redução da pobreza, apoio à agricultura familiar e estímulo à geração de emprego e renda, entre outras medidas
Iniciativas de acesso à alimentação, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tiveram papel estratégico para o Brasil sair do Mapa da Fome - Foto: Cláudio Veríssimo/MDS
O anúncio de que o Brasil está oficialmente fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), feito durante a Cúpula dos Sistemas Alimentares, nesta segunda-feira (28), em Adis Abeba, capital da Etiópia representa uma grande conquista do Governo Federal. Conquista, aliás, que é resultado da média trienal 2022/2023/2024, que colocou o país abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição — índice utilizado como referência pela FAO.
A saída do Brasil do Mapa da Fome é fruto de uma série de políticas públicas articuladas em diferentes frentes pelo Governo Federal. Programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e iniciativas de acesso à alimentação, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tiveram papel estratégico. Ao lado deles, ações estruturantes nas áreas de desenvolvimento regional, crédito rural, irrigação e apoio à agricultura familiar também contribuíram de forma decisiva.
Entre os destaques está a ampliação do acesso ao microcrédito rural por meio do novo AgroAmigo, relançado em dezembro de 2024 sob coordenação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Com mais de R$ 100 milhões já movimentados e previsão de investimento de R$ 1 bilhão até o final do ano, o programa viabiliza recursos para agricultores familiares realizarem investimentos em infraestrutura e insumos.
“O microcrédito é um instrumento decisivo que garante às pessoas das mais distintas atividades participarem do processo de desenvolvimento que o país está passando”, afirmou o ministro Waldez Góes. O novo AgroAmigo é operado pela Caixa Econômica Federal e atende públicos como assentados da reforma agrária, ribeirinhos, pescadores, indígenas e quilombolas.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o recente anúncio da FAO é resultado de uma articulação ampla do Governo Federal em torno da erradicação da fome. “Entre 2023 e 2024, reduzimos em 85% o número de pessoas em insegurança alimentar grave. Agora, o resultado de diversas políticas públicas nos retira dessa trágica estatística. Esse trabalho é motivo de muito orgulho e mostra que aprendemos lições importantes, porque, no passado, levamos 11 anos para retirar o Brasil do Mapa da Fome”, destacou.
Wellington Dias lembrou que a meta estipulada pelo presidente Lula era atingir o marco até 2026. “Cumprimos antes do previsto. Nosso objetivo agora é garantir alimentação digna a 100% dos brasileiros, além de fortalecer a segurança e a soberania alimentar.”
PRODUÇÃO — Outro eixo importante para retirar o Brasil do Mapa da Fome é o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais (APLs) e das Rotas de Integração Nacional. As rotas priorizam cadeias produtivas com vocação regional — como leite, mel, castanha, pesca artesanal, agroecologia e turismo de base comunitária — e estimulam a organização da produção, o acesso a mercados e a geração de renda nas próprias comunidades.
IRRIGAÇÃO — Com foco em garantir produção constante de alimentos e reduzir os impactos de períodos de estiagem, o MIDR também atua na expansão dos Polos de Agricultura Irrigada. A iniciativa, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, já contempla 18 polos em funcionamento e busca destravar o potencial de irrigação de até 53,4 milhões de hectares no Brasil.
“Com irrigação bem planejada, conseguimos produzir mais, com menos desperdício, o ano inteiro. Isso significa comida na mesa do povo, emprego no campo e desenvolvimento nas regiões mais vulneráveis”, destacou Antônio Guimarães Leite, coordenador-geral de Sustentabilidade de Polos e Projetos de Irrigação da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica.
COMPROMISSO — A conquista brasileira foi reconhecida pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, como exemplo de políticas eficazes de combate à fome em países em desenvolvimento. Depois do anúncio, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, telefonou para Qu Dongyu. Lula celebrou a conquista do Brasil. “Para que a gente acabe com a fome e a pobreza, é preciso colocar o povo pobre no orçamento do país, no orçamento de estados e municípios”, disse. “O dia em que os governantes fizerem isso, a gente vai resolver esse problema crônico da humanidade.”
O presidente se declarou o “homem mais feliz do mundo”, mas também assumiu o papel de “soldado do Brasil, um soldado da FAO, um soldado mundial” em prol do fim da fome e da pobreza, com ou sem mandato presidencial. Para o presidente da FAO, o papel de Lula é claro: “O senhor pode ser um soldado, mas é, na verdade, um comandante-chefe.” O executivo da ONU disse que, em 2026, a FAO visitará o Brasil para conhecer experiências no combate à fome durante o Fórum CELAC, que reúne os países da América Latina e do Caribe. “Você mobiliza seus colegas e o seu povo para lutar contra a fome”, disse.
Para o Governo Federal, a retirada do Brasil do Mapa da Fome não representa um ponto final, mas um novo ponto de partida. Além de consolidar os avanços já alcançados, o governo seguirá investindo na inclusão produtiva, qualificação dos sistemas alimentares e fortalecimento das redes locais de produção e distribuição de alimentos. O Plano Brasil Sem Fome, articulado com os ministérios e estados, é o eixo central dessa estratégia.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Coluna do Macário Batista para 30 de julho de 2025


A vida dos oportunistas, ou das oportunidades
De repente você entra num super mercado e, de cara, encontra morango, nem sempre de primeira qualidade, por cem contos o quilo. Cem contos é o mesmo que cem reais, para quem nunca ouviu falar em contos de réis. Mas, o que é isso? R$100 reais um quilo de morango? Motivos quais, pergunta o maloqueiro da esquina que corre pro Ceasa e vai comprar lá pra revender nos semáforos da cidade. Semáforo é como os semi-eruditos chamam os sinais luminosos de trânsito. Farol para os paulistas. O noticiário pega o leitor assim: "O preço do morango disparou nas Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa) e já chega a R$ 100 o quilo no varejo, segundo levantamento do analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão. No atacado, o valor está em R$ 50/kg. A alta representa um avanço de 44,6% em relação a março de 2025 e de 13,5% na comparação com o mesmo período de 2024. Segundo Girão, o movimento é impulsionado por uma explosão na procura registrada nas últimas semanas, reflexo da viralização da receita conhecida como “morango do amor”, que ganhou popularidade nas redes sociais em todo o país". A especulação não deixa dúvidas; a demanda crescente esgotou os estoques no entreposto de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, e também nas unidades da Ceasa de Barbalha, no Cariri, e Tianguá, na Serra da Ibiapaba. “Sobre o morango comercializado no varejo, o preço disparou para R$ 100 a caixa de 1 kg”, aponta Odálio Girão, conta o focus.
A frase: "Os principais fornecedores do fruto para o mercado cearense são municípios de Minas Gerais, e da Bahia. Minas segue como o maior produtor nacional de morangos". Falam lá nas Ceasas da vida.
Uma receita da internet (Nota da foto)
Do jeito que ocorre com a política, o comércio e a indústria, as arrumações digitais podem bulir com o abastecimento e os preços de produtos desse nível. Como a coisa é pouca e a procura é muita, o morango deixou de ser picolé e virou creme de luxo no Ceará. Com os preços nas alturas e a imprensa divulgando receitas, como o "morango do amor" a safra vai sendo consumida. E nem precisa conhecer o chantilly.
Prontuário afetivo
Conhecer gostos e informações pessoais podem individualizar alguém, mostrando características únicas e aproximando pessoas. Diante disso, a Casa de Cuidados do Ceará (CCC), implantou o prontuário afetivo.
De músicas e apelidos
Nos leitos dos pacientes constam apelidos carinhosos, preferências musicais, comidas preferidas, entre outros dados que podem não ser relevantes clinicamente, mas tornam o atendimento mais humanizado, diz a Sesa.
Os conservadores
A mais recente edição do Índice de Conservadorismo Brasileiro, realizada pelo Ipsos-Ipec, revela uma leve queda no conservadorismo da população em relação às pautas de costumes, atingindo a marca de 0,652 em uma escala de 0 (totalmente progressista) a 1 (totalmente conservador).
Alguns números
Segurança pública na população. Em 2025, os principais resultados são: Prisão perpétua para crimes hediondos: 72% a favor. Redução da maioridade penal: 65% a favor. Pena de morte: 43% a favor. Casamento entre homossexuais: 36% a favor. Legalização do aborto: 16% a favor.
Um passo atrás...
O resultado representa um recuo em relação a 2023 (0,665), mas ainda se mantém acima dos níveis mais progressistas registrados em 2021 (0,639) e 2022 (0,637). O recuo é impulsionado, principalmente, pelas mulheres, pelas pessoas com 60 anos e mais, por aqueles com baixa escolaridade, as de menor renda familiar e entre moradores das regiões Norte/Centro Oeste.

Bom dia

 

             Zambelli no apartamento onde se hospedara na Italia

Zambelli presa na Itália: por que ela pode não voltar ao Brasil tão cedo

A deputada foragida foi capturada em Roma, mas o caminho de volta pode levar meses, se é que vai acontecer

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa pelo governo italiano nesta terça-feira, em Roma. Foragida desde junho, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) a condenou a dez anos de cadeia por hackear os sistemas do Conselho Nacional de Justiça, a deputada agora enfrenta uma batalha jurídica que pode se arrastar por anos.

Apesar da prisão, Zambelli não deve desembarcar no Brasil tão cedo. "As pessoas acham que é simples: prendeu, já vem. Não é assim que funciona. O processo de extradição tem uma maratona burocrática que pode durar anos", explica a advogada Jacqueline Valles, Mestre em Direito Penal.

Primeiro, o Brasil precisa fazer o pedido formal. Depois, os italianos vão verificar se existe tratado entre os países (existe), se as leis coincidem e se os direitos humanos de Zambelli foram respeitados. "Primeiro, os italianos checam se todo processo está adequado. Na segunda fase, vem a comparação das leis. Aqui também não deve ter problema, já que a Itália não extradita quando há risco de pena de morte ou prisão perpétua - e esse não é o caso de Zambelli", detalha Jacqueline.

Depois, os juízes italianos vão dissecar cada vírgula do processo brasileiro para ver se tudo ocorreu de forma adequada, se a deputada teve direito de defesa e se a sua condenação não foi fruto de uma perseguição política.

Jacqueline acredita que este será o argumento da defesa da deputada: alegar perseguição política contra apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. "Ela vai dizer que estava apenas defendendo o ex-presidente, que não cometeu crime nenhum e que o Brasil persegue opositores do PT. A Itália possui uma política rígida de não extraditar indivíduos condenados por crimes de natureza política. Caso Zambelli consiga demonstrar às autoridades judiciais italianas que sua condenação teve motivação política, ela poderá permanecer na Itália", avalia a especialista.

O fator tempo na disputa judicial
Processos de extradição similares levaram entre dois e três anos para conclusão. Durante este período, Zambelli permanece em território italiano para organizar sua defesa. Caso a Justiça italiana aceite os argumentos da Justiça brasileira, reconheça a legitimidade da condenação e autorize a extradição, Zambelli retornaria ao Brasil para cumprir a pena de dez anos. Se a Itália entender que a deputada foi vítima de uma perseguição, ela permaneceria no país como refugiada política.

Opinião

 


Alvo de elite tacanha, Bolsa Família ajuda a tirar Brasil do mapa da fome
Por Leonardo Sakamoto-Colunista do UOL
O Brasil saiu do mapa da fome, segundo o relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo", divulgado nesta segunda (28), pela FAO, a agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Isso não significa que não exista fome no país, mas que ela representa menos de 2,5% da população.
Um dos elementos apontados foi a renovação de investimentos em políticas sociais, com impacto direto na redução da fome e da insegurança alimentar. Segundo a ONU, ela teve especial importância para a superação da crise alimentar pós-pandemia de covid-19.
No triênio analisado (2022 a 2024), os programas sociais tiveram aumento no que é pago por família —o que começou no Auxílio Brasil e se estendeu com os R$ 150 pagos a mais por cada criança de até seis anos no Bolsa Família. Também houve melhora no Cadastro Único e obrigação de cumprir condicionantes de saúde e educação.
A importância do nosso principal programa de transferência de renda contrasta com o comportamento tacanho de parte do empresariado nacional, que tenta vendê-lo como um estímulo à vagabundagem.
Isso, claro, não resiste a uma ducha de realidade: a taxa de desocupação hoje é menor do que há dez anos, quando o valor pago pelo Bolsa Família era bem menor.
O desemprego estava em baixos 6,2%, no trimestre terminado em maio, segundo o IBGE. E a quantidade de trabalhadores CLT atingiu novo recorde, chegando a 39,8 milhões, uma alta de 3,7% em relação ao ano anterior.
Com isso, neste mês de julho, cerca de um milhão de famílias deixaram o Bolsa Família por terem aumentado a sua faixa de renda. Dessas, 536 mil famílias cumpriram os dois anos da regra que permite continuar recebendo metade do benefício após o aumento de renda que extrapola o limite para estar no programa.
De uma maneira geral, se está faltando gente para determinadas funções, o setor privado precisa melhorar os salários e condições que paga à base da pirâmide. E não exigir que ela aceite trabalhar por qualquer coisa ou que se corte a grana que os mais pobres ganham para não passar fome.
Ao mesmo tempo, o poder público deve combater mais fortemente a inflação, principalmente dos alimentos, que corrói o poder de compra e a qualidade de vida dos trabalhadores, ajudando a reduzir salários já insuficientes. Isso, inclusive, é um dos elementos analisados pelas Nações Unidas em seu relatório.
A ideia de que o Bolsa provoca falta de mão de obra foi bombada por políticos por anos a fio. Por exemplo, quando deputado federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro vinculou o recebimento do programa à vagabundagem. "O Bolsa Família é uma mentira, você não consegue uma pessoa no Nordeste para trabalhar na sua casa. Porque, se for trabalhar, perde o Bolsa Família", afirmou em entrevista à Record News, em 2012.
Uma preconceituosa matriz de interpretação do mundo considera que o programa é uma "fábrica inútil de produtores de filhos", porque é assim que Bolsonaro e uma parcela do país enxergam os pobres: um grupo interesseiro que, diante da oferta de uns caraminguás, prefere parar de trabalhar.
A esmagadora maioria dos beneficiários do Bolsa trabalha, sim, e não quer passar fome, mas precisa de uma mãozinha para viver enquanto isso não é possível —afinal, nem todos tiveram acesso a herança ou a oportunidades de educação de qualidade.
Os que preferem viver na pobreza, recebendo benefício, em vez de buscarem serviço, são um ínfimo grupo. Vale lembrar que o valor médio do Bolsa pago em julho foi de R$ 671,52, o que pode matar a fome, mas não resolve a vida.