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O século de humilhação da Europa já começou, diz Pepe Escobar


Analista geopolítico critica vassalagem da União Europeia aos Estados Unidos
247 – Em recente edição do Pepe Café, no YouTube, o analista geopolítico Pepe Escobar afirmou que a União Europeia vive o início de um verdadeiro “século de humilhação”, ao se submeter às imposições do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato. Segundo ele, o bloco europeu abdicou de sua soberania e passou a ser tratado com desdém por Washington e Pequim.
“Foi uma humilhação ao vivo performada pelo condutor circense que estava no seu ambiente correto. Face a face com a pobre tosca old money, velho dinheiro de aristocracia europeia humilhada até o fim”, afirmou Escobar.
Tarifas e imposições sobre o Brasil e o Sul Global
Pepe Escobar alertou que as ações do governo Trump têm impacto direto sobre o Sul Global, destacando que os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, em um movimento que ele chamou de “decreto imperial”. O analista afirma que a medida fere as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e representa mais uma ofensiva contra os BRICS, mirando também o controle das terras raras brasileiras, recurso estratégico para a indústria tecnológica.
Europa obrigada a contratos bilionários e fim da energia barata
Na análise, Escobar detalhou como a União Europeia foi forçada a assinar contratos bilionários de gás natural liquefeito (GNL) americano, totalizando 750 bilhões de dólares em três anos, a preços considerados exorbitantes.
“A destruição da energia barata, que foi a base do desenvolvimento econômico europeu nas últimas décadas, acabou”, disse o analista.
Ele lembrou que os Estados Unidos sequer possuem capacidade de exportação suficiente para cumprir integralmente esses contratos, e que a Europa perdeu sua principal vantagem competitiva ao abrir mão do gás russo e da parceria energética com Moscou.
Humilhação diplomática com a China
O vídeo ainda descreve a perda de credibilidade internacional da Europa, citando o fracasso da última cúpula entre União Europeia e China, em Pequim. Segundo Escobar, os líderes europeus foram despachados sem direito a declaração conjunta, em um gesto diplomático raríssimo.
“Quando você abdica da sua soberania e adota uma postura agressiva ao mesmo tempo, como é o caso da União Europeia, você é tratado tanto por uma como pela outra das duas grandes superpotências econômicas do planeta com um desdém sem tamanho”, disse.
Repercussões para o Brasil e para os BRICS
Escobar conclui que o episódio europeu serve de alerta para o Brasil e para os países do Sul Global. Segundo ele, o governo brasileiro precisará agir com firmeza para proteger seus recursos estratégicos e não ceder às pressões externas, em um contexto de guerras híbridas e crescente disputa por influência sobre os BRICS.
“Esses exemplos mostram que a falta de soberania só torna o império ainda mais perigoso. Agora, é a vez do Brasil decidir como vai reagir”, afirmou o analista.

Quando os idiotas azedam o leite

 


Senhorinha paraense, cresceu os olhos e disse, na televisão, que o quarto que aluga na própria casa, custa 300 reais por dia. Ela até fez puxadinhos criando mais outros mini apartamentos. Mas, para a COP30, no Balém do Pará onde ela é grande empresária, o mesmo quarto passou a custar 6 mil reais.
Pois bem; 30 países do mundo inteiro estão fazendo pressão junto ao Governo para tirar a COP30 do Pará. E faltam só 100 dias para o evento mundial.

Capa do jornal OEstadoCe


Selo e carimbo dos Correios destacam centenário do Corpo de Bombeiros do Ceará

 

Como parte da programação comemorativa do centenário do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), os Correios realizam, nesta sexta-feira (1º/8), o lançamento oficial de um selo personalizado e de um carimbo comemorativo em homenagem aos 100 anos da corporação. A cerimônia será realizada às 9h30, no auditório do Comando Geral do CBMCE, em Fortaleza (Av. Borges de Melo, 690 – Parreão).
Durante o evento, o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará também apresentará a programação oficial do Congresso Nacional de Bombeiros (Conabom) 2025, o maior e mais importante evento do setor na América Latina.
A cerimônia filatélica será conduzida pelo superintendente estadual dos Correios no Ceará, Kléber Andrade, com a presença do comandante-geral do CBMCE, Coronel José Cláudio Barreto de Sousa, além de autoridades civis e militares.
As duas peças que celebram o centenário do Corpo de Bombeiros são produtos filatélicos customizados produzidos sob demanda. O selo personalizado estimula a divulgação de ideias, marcas, fatos ou campanhas promocionais específicas. Pode ser usado para o envio de cartas, para colecionar, presentear e registrar momentos especiais.
O carimbo comemorativo destina-se a registrar e comemorar eventos relevantes, perpetuando a data, o acontecimento e o local em que a emissão é realizada. O carimbo alusivo aos 100 anos do CBMCE será utilizado por 30 dias nas correspondências postadas na agência Central dos Correios em Fortaleza. Após esse período, passará a integrar o acervo histórico do Museu Nacional dos Correios, em Brasília.

Serviço
📍 Local: Auditório do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará
📌 Endereço: Av. Borges de Melo, 690 – Parreão, Fortaleza/CE
🗓️ Data: Sexta-feira, 1º de agosto de 2025
⏰ Horário: 9h30

Hospital Regional Vale do Jaguaribe capta sete órgãos em 48h para transplantes em Fortaleza e Porto Alegre


Doações ocorreram na terça (29) e na quinta-feira (31)
O Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) localizada em Limoeiro do Norte, realizou, nas últimas 48 horas, a captação de sete órgãos. Na terça-feira (29), a equipe da unidade encaminhou um fígado e dois rins para transplantes em Fortaleza e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Já na manhã desta quinta (31), foram captados um coração, dois rins e um fígado, que foram destinados para unidades na capital cearense. A iniciativa foi articulada pela Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do HRVJ.
Helicópteros da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), foram utilizados para o transporte dos órgãos.
A captação de terça, a primeira realizada neste ano na unidade, foi feita por duas equipes, sendo uma composta pelo médico-cirurgião Airton Lopes; pelo médico residente em transplante Levi Moura; e pelas enfermeiras Nayane Almeida e Carolina Lopes, da Central de Transplantes. O outro grupo, do próprio HRVJ, foi formado pela médica anestesista Atanda Ohara; pela médica residente em cirurgia geral Eduarda Rabelo Lima; e pelas enfermeira Érica Rebouças; e técnicas de enfermagem Vilanete Teixeira e Tâmara Almeida. Também compuseram a equipe a psicóloga Nara Silveira e a enfermeira Andresa Rodrigues.
“Mesmo em meio à dor, é possível transformar o amor em cuidado. Doar é um ato de empatia que transforma vidas. Cada contribuição, por menor que pareça, faz a diferença para quem precisa. Juntos, podemos construir um mundo mais justo e solidário”, ressalta Andresa.
Já nesta quinta-feira (31), os profissionais responsáveis pela captação do coração foram o médico-cirurgião Daniel Trompieri; o médico residente Saul Landim; e as técnicas Maxsuele e Patrícia Mesquista. Os integrantes da captação de fígado e rins foram os médicos cirurgiões Alberto Leite e Vitor Teixeira, além dos enfermeiros Bartolomeu Neto e Leandro Regis.
Equipe da captação do coração
A operação contou também com a participação de outros profissionais da unidade, como o médico anestesista Airton Lavor; as enfermeiras Kimberly Gomes, Agnes Correia e Vanessa Maia; os técnicos de enfermagem Ronnevon Dantas e Rosângela Souza, além da enfermeira residente em terapia intensiva Rafaela Freitas.
Como se tornar um doador de órgãos
Para doar órgãos, basta que a pessoa deixe a família ciente do seu desejo. Caso algo aconteça e essa pessoa chegue a sofrer uma morte encefálica, a família é quem vai autorizar a doação. Os órgãos que podem ser transplantados no Ceará são: rim, fígado, córneas, pâncreas, coração e pulmão.

Macho não foge nem precisa ajuda


Moraes recusa defesa oficial de Lula contra sanções dos EUA
Ministro do STF descarta, por ora, atuação da AGU diante das medidas impostas por Donald Trump.
247 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comunicou ao presidente Lula que não pretende, por enquanto, contar com a defesa formal do governo brasileiro diante das sanções impostas pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e evidencia o cuidado do magistrado em não estabelecer relação direta com a Justiça americana neste momento.
As sanções foram aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por meio da Lei Magnitsky, que prevê punições a autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos ou de práticas ilícitas internacionais. Na prática, Moraes fica impedido de manter contas bancárias ou utilizar cartões emitidos por instituições financeiras que operam nos EUA, além de ter eventuais bens em território americano congelados. O STF, no entanto, avalia que a medida não terá efeitos práticos no Brasil, por se tratar de aplicação extraterritorial da legislação americana.
Durante um jantar no Palácio da Alvorada na quinta-feira (31), Moraes sinalizou que prefere aguardar e dispensar, por ora, o uso da Advocacia-Geral da União (AGU) em sua defesa. “Não pretendo estabelecer relação com os EUA neste momento”, afirmou, segundo relato dos presentes. O advogado-geral da União, Jorge Messias, declarou que respeitará a decisão do ministro.
Apesar da recusa temporária, o governo mantém em estudo alternativas jurídicas. Entre elas, estão a contratação de um escritório de advocacia nos Estados Unidos para representar Moraes ou a abertura de uma ação que leve a Suprema Corte americana a discutir o princípio da soberania das instituições brasileiras frente a sanções estrangeiras.
A reação do Planalto e do STF tem sido articulada de forma coordenada. Lula recebeu ministros do Supremo em dois encontros consecutivos e reforçou que o governo fará a defesa incondicional da Corte. O presidente foi categórico ao repudiar a interferência de Washington, sobretudo porque o episódio ocorre em meio ao processo que julgará Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado em 2022. “O STF atua rigorosamente no devido processo legal: os réus tiveram garantia do contraditório e direito de defesa”, afirmou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em defesa do tribunal.
O jantar oferecido por Lula teve caráter simbólico de desagravo a Moraes e contou com a presença de ministros como Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, além do procurador-geral Paulo Gonet. O objetivo foi demonstrar unidade entre os Poderes diante da pressão externa.
No Supremo, a avaliação é que a Lei Magnitsky foi indevidamente utilizada contra Moraes, com intuito político de influenciar o julgamento de Bolsonaro. Dois ministros consultados pela reportagem acreditam que o impacto das sanções será mínimo, mas reconhecem que existe um risco indireto: caso os bancos brasileiros sejam pressionados por Washington, poderão enfrentar o dilema de manter contas de Moraes ou preservar suas operações nos Estados Unidos.
Mesmo com as ameaças, a Corte mantém para setembro o julgamento da trama golpista de 2022, na qual Bolsonaro responde pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, com penas que somadas podem chegar a 43 anos de prisão.
A postura de Moraes e do STF sinaliza que, apesar das pressões internacionais e das movimentações de aliados de Bolsonaro, a Justiça brasileira não pretende recuar diante das tentativas de intimidação.

Coluna do Macário Batista para 01 de agosto de 2025


Conversando a gente se entende

O velho dito popular segue o rito; só se resolve problema olhando no olho. Não é negócio de jogo de porrinha, nem par-ou-ímpar, é tipo taqui o meu, taqui o teu: se der pra gente  negociar vamos conversar. Sem conversa a gente parte pra ignorância e sai no cacete. Até no jogo de truco tem negociação e, quem não souber jogar vai perder com zapi, espadilha e sete de copas nas mãos. Mas na vida não há jogo, mas interesses. Interesses são legítimos, em qualquer situação, desde que limpos, claros e transparentes, sem crises dos afoitos e sem palavrórios dos boquirrotos.  No  tratado entre as nações valem à mesa os interesses de cada um,sim, desde que dali não se exclua o mais importante a estar presente, o povo. As pessoas devem ser servidas em primeiro lugar para depois aparecerem as crises existenciais dos contendores, ou negociadores. Hoje, um dia "D" pra vida brasileira, uma chantagem paira sobre nossas cabeças a espada de Demolhes presa ao fio de uma nóia de imperador pra quem todos, os quase todos, batem o pó de seus velhos pertences e cuidam para que não sejam deles despojados. Feliz, entretanto, de uma porção deles, onde nos incluímos como vítimas maiores, eis que tratados como moeda para execráveis fins de canalhinhas ancorados num poste digno das fragilidades de caráter e de honradez. Essa conversa termina aqui, até que saibamos como seguiremos o líder, com a dignidade com que nos tratarem ou com a mesma moeda da agressão encaminhada. Nas ruas deste país de-mãe-preta-e-pai-joão uma voz ecoa: respeito é bom e conserva os dentes. Só sei que o Governo fatiará resposta ao tarifaço dos EUA e adotará medidas por setor. Plano de reação será construído com base nos impactos específicos da nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump às exportações brasileiras

A frase: “Por atuar deliberada e sistematicamente para prejudicar o Brasil, em nome dos interesses particulares de sua família, Eduardo Bolsonaro precisa ter cassado seu mandato de deputado federal”. De Editorial do Estadão.

O drama da seca que nos persegue (Nota da foto)

Apesar de a área total com seca no Ceará ter permanecido em 76% entre os meses de maio e junho, a condição de severidade no estado se agravou de forma significativa no último mês, conforme os dados mais recentes do Monitor de Secas, ferramenta coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. De acordo com o levantamento, houve um salto expressivo na área com seca moderada no estado, que passou de 2% em maio para 34% em junho — o que representa a condição mais severa no território cearense desde dezembro de 2024, quando 43% do estado registravam seca grave. Para a Fuceme a intensificação da seca no Ceará está diretamente ligada à redução das chuvas a partir de maio, após o encerramento do principal período chuvoso do estado, (fevereiro a maio).

Volta ao batente

Termina hoje o recesso parlamentar de meio de ano. Na Asseembleia do Ceará os deputados voltam ao trabalho com uma pauta cheia de pepinos. No meio deles, no cesto essa coisa de tarifaço que os "bozos" defendem.Mas trabalho mesmo,de plenário, só na terça feira, dia 5 de agosto.

Até o Estadão

Estadão defende, em editorial, a cassação de Eduardo Bolsonaro.Jornal afirma que deputado atua contra os interesses do Brasil e ultrapassa todos os limites democráticos em defesa do pai, Jair Bolsonaro. A Folha abriu o berreiro contra ele. Em editorial de ontem.

Luan comemora

Perseguido pela deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) às vésperas das eleições de 2022, o jornalista Luan Araújo comemorou a prisão da bolsonarista, detida na Itália na terça-feira (29). Lembrou?

Como foi

Durante as eleições de 2022, Carla Zambelli sacou uma arma de fogo e correu atrás de Araújo nas ruas dos Jardins, zona oeste de São Paulo. O jornalista apoiou o presidente Lula da Silva (PT) na campanha daquele ano.


Falou de mau, prepare o pau-Faloude bem,também

 


PL expulsa deputado federal que criticou Trump e defendeu Moraes Presidente do partido, Valdemar Costa Neto anunciou saída depois de Antônio Carlos Rodrigues dizer que ministro é “um dos maiores juristas do país” O deputado Antônio Carlos Rodrigues foi expulso do PL depois de pressão da bancada do partido na Câmara 

 O PL expulsou nesta 5ª feira (31.jul.2025) o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (SP)  por ter criticado as sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ministro Alexandre de Moraes...


Bom dia

 


O dia - Bate as portas uma sexta feira que, pelo correr da carruagem vai distribuir sol , um sol pra cada vivente nesta barcaça de mãe preta e pai João. E tem mais: fique sem medo e se a sorte lhe der as costas, ligue não, passe a mão nos quartos dela.

Investida de Trump contra Moraes pode converter julgamento de Bolsonaro em ato pela soberania nacional


Supremo deve reagir à ofensiva dos EUA com votos firmes contra ingerência externa e punições mais duras para os envolvidos na tentativa de golpe.
247 - A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de influenciar o julgamento da trama golpista que envolve Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ter efeito contrário ao pretendido e impulsionar uma resposta institucional enfática da corte brasileira. Segundo a Folha de S.Paulo, os ministros da Primeira Turma do STF, responsável por julgar o caso, planejam registrar em seus votos uma firme defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário frente à investida estadunidense.
Fontes do Supremo ouvidas pela reportagem descartam qualquer possibilidade de atenuação no julgamento ou nas punições dos réus, mesmo diante da escalada do governo Trump contra o Brasil e contra os magistrados da corte. A avaliação interna é de que a interferência internacional apenas fortalece o entendimento de que é preciso reafirmar o compromisso do país com seu sistema democrático e legal.
Um dos pontos mais sensíveis diz respeito à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado apoio formal da administração Trump para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes e a outros integrantes do STF. Essa articulação está sendo investigada em um inquérito da Polícia Federal, no qual Eduardo é suspeito de obstrução de Justiça e coação. Agentes mantêm sob análise publicações do parlamentar nas redes sociais, consideradas como possíveis autoincriminações.
A expectativa é que a investigação contra o deputado não se estenda por muito tempo. No Supremo, já se discute o recebimento de uma eventual denúncia contra Eduardo Bolsonaro após a conclusão do julgamento do núcleo central da tentativa de golpe, previsto para ocorrer em setembro. O processo está atualmente na fase de alegações finais, com prazo até 13 de agosto para as manifestações das defesas.
Advogados de quatro réus consultados pela Folha afirmaram que a movimentação de Trump não deverá surtir qualquer efeito prático. Pelo contrário, uma das defesas avalia que as penas de Bolsonaro podem ser ainda mais severas, considerando-se a nova conjuntura e a continuidade da atuação firme de Alexandre de Moraes no caso. Um dos defensores disse acreditar que “a ofensiva crescente de Trump reduz a chance de qualquer ponderação nas penas ou mesmo de um eventual indulto”.
A ofensiva de Washington provocou, inclusive, um efeito de coesão interna no Supremo. Integrantes da Primeira Turma —composta por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin (presidente do colegiado), Flávio Dino e Luiz Fux— demonstraram unidade frente à tentativa de ingerência. Mesmo Fux, que divergiu de medidas cautelares impostas a Bolsonaro, elogiou a independência do STF. As críticas de Zanin foram mais discretas, mas igualmente contrárias à interferência externa.
O tribunal já havia reagido anteriormente quando Eduardo Bolsonaro declarou, dos EUA, que buscaria sanções da Casa Branca contra membros do STF. A corte autorizou então a abertura de inquérito contra o parlamentar. Inicialmente, os ministros preferiram ignorar as manifestações de Trump nas redes sociais, tratando-as como parte de uma estratégia retórica sem impacto jurídico. A postura mudou após o governo dos EUA aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e acionar a Lei Magnitsky contra Moraes.
A legislação, originalmente criada para punir ditadores e violadores de direitos humanos, visa o congelamento de bens e o isolamento financeiro de seus alvos. No Brasil, a reação veio de forma institucional. Alexandre de Moraes, ao votar medidas cautelares contra Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar Brasília, classificou como “grave” a tentativa de desrespeito à legislação brasileira por parte de um governo estrangeiro.
Em seu voto, Moraes escreveu que: "a legislação brasileira é suscetível de modificação, mas não de desataviado desprezo, tampouco de negociação de descumprimento com governo estrangeiro, pois nenhuma autoridade, por mais conhecida e acreditada que seja, está acima da lei". "O comportamento de ruptura com regras elementares de atuação em sociedade se torna ainda mais grave quando se leva em conta o anúncio de novas medidas empreendidas contra a soberania do país, o Estado democrático de Direito e autoridades brasileiras", ressaltou o magistrado em outro ponto do texto.
O ministro Flávio Dino foi além ao classificar a ação de Trump como uma forma de “sequestro da economia brasileira”, sugerindo que o objetivo da medida seria pressionar pelo arquivamento do processo contra Bolsonaro. "Esse ‘sequestro’ certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo", afirmou.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também se posicionou. Em carta oficial, ainda que sem mencionar Trump diretamente, declarou que as sanções anunciadas pelos EUA têm como base uma “compreensão imprecisa dos fatos” relacionados ao processo contra Bolsonaro. Ao mesmo tempo, Barroso tem defendido que a resposta da corte seja técnica e independente, de forma a evitar uma escalada ainda maior da crise diplomática com os Estados Unidos.
No julgamento virtual das cautelares, os votos dos ministros reforçaram a percepção de que o processo pode ganhar contornos simbólicos de defesa da soberania nacional. Até mesmo Luiz Fux, que divergiu das medidas impostas, fez questão de destacar a autonomia do Judiciário frente a pressões externas.