Lula afineta americanos durante coletiva



Presidente destaca que existem frases que ficam bonitas somente na boca dos americanos

Michel Castellar
ENVIADO ESPECIAL A COPENHAGUE (DIN)
Por duas vezes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alfinetou os Estados Unidos, durante a entrevista realizada nesta quinta-feira, para promover a candidatura do Rio à sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímipicos de 2016. O político destacou que existem frases que ficam bonitas somente na boca dos americanos e lembrou que no Brasil não haverá problemas de vistos para entrar no país durante as disputas.

- Nós queremos dizer ao mundo que nós podemos. Isso dito da boca de um americano é muito bonito. E nós nunca dissemos porque, no Brasil, nós estávamos habituados a dizer nós não podemos, nós somos pobres, não podemos, como se nós fôssemos cidadãos inferior- disse Lula.

- Dessa vez, nós queremos olhar para o mundo e dizer: sim, nós podemos e vamos realizar essas Olimpíadas.

Lula afirmou que não trabalha com a hipótese de ver a candidatura brasileira derrotada na eleição de amanhã. E ressaltou que a campanha é sinônimo de motivação, superação e eficiência técnica.

Ao expor outros motivos que fazem do Rio a melhor escolha, Lula frisou que a união de todos os níveis de governo e das instituições brasileiras foram primordiais para o sucesso da candidatura. Em seguida, defendeu a realização dos Jogos na América do Sul para poder oferecer uma esperança de futuro para os jovens e as crianças do continente.

- É a primeira vez que estamos, aqui, em uma disputa em que todos nós queremos ser o pai da criança e a própria criança - ressaltou Lula, ao falar da união entre os níveis de governo. - Na América do Sul, temos 180 milhões de jovens, portanto, é uma oportunidade excepcional de meninos que não teriam condições de viajar a Tóquio, a Madri, a Chicago. Até porque, agora, está muito difícil viajar para outros países porque, se for pobre, tem mais dificuldade de entrar. Mas, aqui, no Brasil, eles terão passe livre.

Seguridade discute normas do INSS para auxílio-doença

O Deputado José Linhares participou de audiência púlica na Comissão de Seguridade Social e Família para discutir os procedimentos e normas do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) para conversão de auxílios-doença em aposentadoria por invalidez.
Participaram do debate o ministro da Previdência Social, José Pimentel; e o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, Warley Martins Gonçalles.
O ministro argumenta argumenta que há casos de beneficiários que permanecem durante anos em gozo do auxílio-doença, sem que o INSS converta o benefício em aposentadoria por invalidez. Em outros casos, os benefícios são extintos em perícias nas agências da Previdência Social, mas depois, em perícias judiciais, a incapacidade dos beneficiários é comprovada, e o INSS é obrigado a conceder aposentadoria por invalidez.
Normas atuais
O auxílio-doença é um beneficio de curta duração e renovável, pago em decorrência de incapacidade temporária do trabalhador, equivalente a 91% do salário de beneficio. Esta modalidade de assistência cessa quando houver recuperação da capacidade de trabalho ou sua transformação em aposentadoria por invalidez. Já a aposentadoria por invalidez, de acordo com a Lei 8.213/91, corresponde a 100% do salário de contribuição e também tem caráter temporário (com perícia para constar a incapacidade a cada dois anos).

Geralmente o segurado, ao incapacitar-se para o trabalho, passa a gozar do auxílio-doença e, posteriormente, constatando a perícia médica que ele não tem condições de recuperar-se nem para o trabalho que exercia nem para qualquer outro tipo de trabalho, passa a gozar da aposentadoria por invalidez.
Todavia, se a conclusão inicial for pela incapacidade absoluta, a aposentadoria poderá ser concedida de imediato.

Honduras

A ginástica do Itamaraty para a comunicação com o governo de facto
Funcionários da embaixada não podem nem sequer assinar o "ciente" em papeis que tenham timbre que lembre o regime de Micheletti

Mesmo sem reconhecer o governo de facto de Honduras instalado desde o golpe de 28 de junho, quando militares prenderam o presidente Manuel Zelaya de pijama, ainda na madrugada, e o largaram na Costa Rica, o Brasil manteve canais de conversações com o regime de Roberto Micheletti, que assumiu o lugar do mandatário deposto. Como o Brasil retirou seu embaixador de Tegucigalpa, os contatos passaram à condição de informais e foram assumidos por funcionários do segundo escalão.

Nesse período de três meses, sempre que foi necessário algo maior do que o segundo escalão poderia resolver, o Brasil passou a recorrer à embaixada dos Estados Unidos, que decidiram manter lá o embaixador. E o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, começou a só se reportar à Organização dos Estados Americanos (OEA), sempre que precisou falar alguma coisa a respeito de Honduras.


A ordem para que o governo de facto não seja reconhecido é tão severa que os funcionários da embaixada brasileira não podem nem sequer assinar o "ciente" em papeis que tenham timbre que lembre o regime comandado por Roberto Micheletti. Uma assinatura poderia ser interpretada, de alguma forma, como o reconhecimento das decisões do governo de facto.

De acordo com informações do governo brasileiro, nos três meses da deposição de Zelaya para cá coube ao encarregado de negócios da embaixada do Brasil, Francisco Catunda Rezende, manter os contatos informais. Sempre que precisou de alguma coisa do governo de facto, Catunda recorreu a uma servidora do segundo escalão da diplomacia hondurenha que já mantinha vínculos com a embaixada brasileira em tempos de outros governos.

Essa prática nunca mudou. Catunda seguiu sua rotina de guardião da embaixada por quase três meses, com quatro funcionários brasileiros e oito hondurenhos. Mas, na segunda-feira, dia 21, eis que aparece na embaixada o presidente deposto Manuel Zelaya, familiares e seguidores. Logo o prédio foi tomado por mais de 300 pessoas. Com a chegada delas, o conforto foi embora e a tranquila vida de Catunda mudou radicalmente.

Do Brasil, o chanceler Celso Amorim concluiu que um funcionário apenas não suportaria tanta carga. Ele, então, designou o ministro-conselheiro Lineu Pupo de Paula, que serve na OEA, para dividir com Catunda a tarefa de cuidar da embaixada. Mas logo surgiu um problema: como o Brasil não reconhece o governo de Roberto Micheletti, e com ele não mantém relações diplomáticas, como pedir autorização para Lineu entrar em Honduras?

Catunda resolveu a questão. Foi atrás da velha amiga do segundo escalão da chancelaria hondurenha. Logo veio a autorização para que Lineu entrasse sem problemas em Honduras. Hoje, Catunda e Lineu revezam-se na guarda da embaixada que abriga Manuel Zelaya Têm autorização para sair e para entrar. Eles mesmos cuidam de levar comida e outros gêneros para as cerca de 50 pessoas que ainda estão na embaixada.

Embaixador

O Brasil vai trocar o embaixador em Honduras quando a crise for resolvida. Mario Roiter, que estava no Kuwait, ocupará o posto que era do embaixador Brian Michael Fraser Neele Este, que estava em férias quando houve o golpe, e nunca mais voltou a Honduras, terminou o tempo de serviço em Tegucigalpa. Brian irá para a representação diplomática de Antígua e Barbuda, no Caribe.

Para quem quer aprender a fazer propaganda

Depois a gente se fala

Corrigindo os adágios

"Os últimos serão ... os desclassificados."

Do Boletim do Deputado Teodoro


A Veja não viu
Polêmica, a matéria da revista Veja intitulada The United States of Sobral tem provocado comentários diversos. Ao ressaltar, de forma picaresca, as peculiaridades sobralenses, a revista levou para o Brasil o que já comentamos no Ceará em tom de blague.

Quanto a isso, não há novidade. Os sobralenses, dando prova de sua autoestima elevada, sabem rir de si próprios. No Beco do Cotovelo, ponto nevrálgico da cidade, pode-se ler uma placa indicativa em inglês: Elbow Street.

Lamentavelmente, o jornalista descambou para alguns exageros, tentando fazer contraponto com números que fogem da realidade. Certamente, porque não teve muito tempo para apurar devidamente sua matéria. Um dos pontos fortes de Sobral é exatamente o fornecimento de água, feito pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).

O SAAE tem excelente estação de tratamento e fornece água de ótima qualidade. Esse fornecimento está quase universalizado, com a oferta chegando a mais de 95% dos domicílios sobralenses. Saneamento é outro destaque nas recentes administrações municipais. Quando Cid Gomes assumiu a Prefeitura, o acesso só atingia 6% da população. Hoje o percentual é de 80%, um dos mais elevados nas cidades brasileiras.
Educação e saúde são áreas que servem para colocar a cidade em vitrine, com a conquista de prêmios nacionais e internacionais, além do reconhecimento expresso por diversos organismos. No ensino, a prioridade que Cid Gomes deu em sua administração, A Universidade Estadual Vale do Acaraú foi parceira de toda hora, seja na qualificação de professores e envolvimento nos diversos projetos empreendidos.

Sobral é realmente uma cidade sui generis e chama a atenção de quantos lhe visitam como aconteceu com o repórter da Veja, que, obviamente, não conhece nossa história em profundidade. Sobral foi das cidades que mais cresceu nos últimos anos, principalmente com a chegada de Cid Gomes, que marcou o fim de um período de estagnação política, econômica e social.

Cid deu continuidade a um projeto iniciado pelo primeiro bispo dom José Tupinambá da Frota, responsável por diversas obras que projetaram Sobral para o futuro. Com o apoio da Diocese, e da UVA, Cid encontrou o ponto de inflexão na história sobralense.

Hoje, a cidade respira cultura com seus cerca de 13 mil universitários. Só a UVA detém 8 mil alunos. Os demais frequentam as outras quatro instituições de ensino superior.

Com o Cid, tivemos o reconhecimento do corredor cultural da cidade como patrimônio histórico cultural. A cidade conta com três bem equipados museus, o Dom José (de arte sacra), o do Eclipse (com observatório astronômico) e o Madi, de arte moderna, que tivemos a honra de ajudar a trazer para Sobral.

Sobral, como reconheceu o jornalista, é uma cidade cosmopolita, metrópole regional, cidade universitária, fruto do esforço de seus filhos ilustres ou anônimos que amaram e amam com calor desmedido a sua terra.

Cesar Rocha diz que democracia plena exige Judiciário independente e imprensa livre



“O Judiciário e a imprensa têm uma responsabilidade imensa sobre a conquista e a manutenção do Estado Democrático de Direito, porque, sem uma imprensa livre e sem um Judiciário independente, não conseguiremos ter uma democracia plena. E, por mais que algumas vezes haja uma relação conflituosa entre a imprensa e o Judiciário, há uma interdependência muito grande entre essas duas instituições, porque, em última análise, ao fim e ao cabo, o Judiciário é quem garante a liberdade de imprensa e, nos momentos de crise, de pressões que o Judiciário sofre, é a liberdade de imprensa que garante a independência do Judiciário.”

A constatação é do ministro Cesar Asfor Rocha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em discurso proferido na noite de ontem, em Brasília, na abertura da 39ª Assembléia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), da qual participa a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

O evento reúne dirigentes das Américas e da Europa. Fundada em 1964, a AIR tem, entre suas prioridades, a permanente defesa da liberdade de expressão. Para o presidente do STJ, homens públicos algumas vezes são alvos de críticas improcedentes. “Mas melhor esses equívocos pontuais do que não estarmos permanentemente sobre o crivo da avaliação da sociedade, de que a imprensa é o melhor instrumento.”

Cesar Rocha defendeu a transparência do Judiciário que, segundo ele, “já viveu, até muito pouco tempo, como um molusco, fechado em sua própria concha”, porque tinha de mostrar equívocos e acertos. “Mas hoje se sabe que está na consciência de todos nós que só há um fato que não pode ser conhecido: o fato não acontecido. E, se é assim, se não adianta mais nos esconder, melhor nos mostrar, mostrarmo-nos porque, quanto mais conhecido o Judiciário for, penso eu, mais será compreendido e menos será criticado, porque não serão apenas seus defeitos que serão conhecidos de todos, mas também suas virtudes, que são muitas. São muitos os trabalhos desenvolvidos pelos magistrados.