Atraso

Temmeia hora de atraso a agenda de Rousseff em Buenos Aires. Problemas com tráfego aéreo, soube agorinha direto da torre de controle do aeroporto doméstico de Buenos Aires, o Aeroparque.

Dilma: ‘Ninguém pode afirmar’ que Real não vai cair

Veja como eles estão atrasados...
Dilma Rousseff voa neste domingo (30) para sua primeira visita internacional. Vai abrir a semana num encontro com a colega da Argentina, Cristina Kirchner.

Horas antes da chegada de Dilma a Buenos Aires, os jornais argentinos penduraram em suas páginas uma entrevista com a presidente brasileira.

Ela recebeu, na semana passada, repórteres dos diários 'Clarin', 'La Nación' e 'Pagina 12'.

Falou, entre outros temas, sobre o risco de desvalorização que assedia o Real, direitos humanos (aqui e alhures) e a visita que Barack Obama fará ao Brasil.

Vão abaixo trechos da entrevista:



- Conseguirá deter a desvalorização do Real? “No mundo, ninguém pode afirmar isso. Nos últimos tempos temos conseguido manter o dólar numa certa flutuação. Não tivemos nenhum ‘derretimento’, como se diz por aí...”

“...A taxa de câmbio oscilou todo o tempo entre R$ 1,6 e R$ 1,7 por dólar. Agora, ninguém pode garantir que não haverá desvalorização.

- Relações bilaterias: Brasil e Argentina sofrem, como todos os emergentes, as conseqüências da política de desvalorização [de moedas] praticada pelas duas maiores economia do mundo [EUA e China]...”

“...A nossa posição no G-20 deve ser de reação à política de desvalorização que sempre levou o mundo a situações difíceis...”

“...[...] Não precisamos aceitar políticas de dumping ou mecanismos de concorrência inadequados que não se baseiam em práticas transparentes...”

“...Devemos reagir a isso. Mas também sabemos que o protecionismo no mundo não nos conduz a um bom termo”.

- Venezuela no Mercosul: É importante que a Venezuela ingresse no Mecosul. É bom para o bloco que outros países se somem. Isso muda o nível do Mercosul..."

"...A Venezuela é um grande produtor de petróleo e gás. Tem muito a ganhar no Mercosul. E nós também temos muito a ganhar com a Venezuela. Vejo com excelentes olhos sua participação".

- Visita de Barack Obama, em março, vai virar a página das divergências em relação ao Irã? “A relação do Brasil com os EUA é histórica. E essa relação se transformou à medida que os países se desenvolveram...”

“...Hoje, fantasticamente, o Brasil tem superávit na relação comercial com os EUA. [...] É importantíssimo ver os EUA com um grande sócio comercial dos países da América Latina...”

“...Para o Brasil, os EUA são e sempre serão um parceiro muito importante. [...] Tivemos uma boa experiência nos últimos anos e também tivemos diferenças de opinião...”

“...Mas o que importa é perceber que essa é uma parceria que tem um horizonte de desenvolvimento muito grande. Então, consideramos que cada ano vamos ter que virar a página do ano anterior”.

- Direitos Humanos: “Não negociarei com os direitos humanos, não farei concessões nesta área. E tampouco aceito que direitos humanos possam ser vistos como restritos a um país ou região: isso é uma falácia...”

“...Não se pode adotar dois pesos e duas medidas. Os países desenvolvidos já tiveram problemas terríveis, em Abu Ghraib, em Guantánamo... Mas também creio que apedrejar uma mulher [como no Irã] não seja algo adequado”.

- Cuba: “Com a liberação dos presos políticos, Cuba deu um passo adiante. Tem que continuar trabalhando nisso, dentro de um processo de construção de melhores condições econômicas, democráticas e políticas do país...”

“...Respeito também o tempo deles. [...] Em Cuba, prefiro dizer que existe um processo de transformação e creio que todos os países devem incentivar esse processo...”

“...Devemos protestar contra todas as falhas que houver nos direitos humanos em Cuba. Não tenho problema em dizer se algo vai mal por lá, ou por aqui também. Não somos um país sem dívidas com os direitos humanos. Nós as temos”.

- Brasil: “Ter uma posição firme nos direitos humanos não significa apontar o dedo a outros países que não os respeitam. Não defenderei quem abusa dos direitos humanos, mas tampouco sou ingênua para deixar de ver seu uso político”.

Do UOL - folhaonline


A entrevista foi sucesso aqui em Buenos Aires.

Manchetes desta segunda

- Globo: Oposição se articula para fim da ditadura no Egito

- Folha: EUA pedem fim da ditadura no Egito

- Estadão: Itamaraty pede a embaixadas reavaliação da política externa

- JB: Pra cá de Bagdá

- Correio Braziliense: Vale-transporte vira moeda até na Internet

- Valor Econômico: Crédito do FGC facilita venda do PanAmericano ao Pactual

- Estado de Minas: Indústria divide lucro e paga R$ 213 mi a empregados

- Jornal do Commercio: Festa do Timbu

- Zero Hora: Saques e embates põem Egito à beira do colapso

Para Dilma, Brasil tem dívidas com direitos humanos

A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil ainda tem dívidas na área de direitos humanos. “Não tenho problema em dizer se algo vai mal por lá, ou por aqui também”, afirmou a presidente, em entrevista aos jornais argentinos “Clarín”, “La Nación” e “Página 12”.

Ela admitiu ainda que teve uma divergência com o Itamaraty na questão. “Não vou negociar os diretos humanos, digo que não haverá concessões nesse tema.”

Sobre as tensões entre o Brasil e os Estados Unidos por conta da questão iraniana, Dilma indicou que, para ela, o caso é página virada.

“Tivemos uma boa experiência nos últimos anos [com os EUA] e também tivemos diferenças de opinião. Mas, o que importa é perceber que esta é uma sociedade que tem um horizonte de desenvolvimento muito grande”, disse.

Mesmo criticando a condenação da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani por apedrejamento, Dilma lembrou, porém, que os EUA também tiveram problemas com os direitos humanos com os casos de Abu Ghraib e Guantánamo.

“Muitas vezes, utilizam os direitos humanos não para nos protegermos, mas para fazer política, para usá-los como instrumento político.”
Sobre Cuba, a presidente avaliou que o partido deu um passo para frente ao libertar prisioneiros políticos.

“Mas, é preciso respeitar o tempo deles. A política se faz em condições de determinada temporalidade. Em Cuba, há um processo de transformação.”

Para a presidente, as violações dos direitos humanos devem ser discutidas amplamente e não tratadas apenas como problema de um país.

Dilma visita amanhã a Argentina na sua primeira viagem internacional.

Além de reunião com a presidente Cristina Kirchner, a agenda de Dilma tem marcado um encontro com as mães Praça de Maio, mulheres que perderam os filhos e netos na ditadura argentina das décadas de 1960 e 1970.

Opiniao

Resposta a uma tia indignada
Meu último artigo, no qual critiquei a decisão da PM de prender comerciantes que subiram preços na região serrana do Rio, deixou transtornada uma tia minha. Eu nunca respondo a comentários de leitores, mas família é família, e não pude ficar alheio a palavras tão duras. Exagerei? Fui desumano? Caí no pecado do economicismo, emitindo uma opinião imbecil e alienada da vida de carne e osso? Reli o artigo umas cinco vezes. Concedo que não me expressei da maneira mais adequada ao argumento. Tento de novo, respondendo à minha tia:
“Imagine, Bruno, que você morasse naquela área. Imagine que você perdesse sua mãe, seu irmão, seu pai, sua casa. Pior (deixemos de sentimentalismos...): que você perdesse o dinheiro que tinha no bolso. O socorro ainda não chegou. Você está exausto, com frio, com fome, com sede, emocionalmente devastado (Ops! Retiro essa parte: vamos nos manter no rumo que importa, o do livre mercado!). Você percebe que o bar da esquina se manteve de pé. Corre para lá, mas o dono da bodega pergunta do que você precisa para se manter vivo. Água? Vela? Rapadura? Ótimo. A água não custa mais R$ 6,00,mas R$ 40,00. A vela pula de R$ 1,50 pra R$ 10,00. Você quer um pouco de caridade e solidariedade? F***-se, o bodegueiro é um liberal, não tá lá pra ser humano, mas pra ganhar dinheiro! Quem mandou deixar seu sacrossanto dinheirinho ser enterrado junto com sua família? A idéia é essa, Bruno? Eu entendi direito?”
Supor que os comerciantes, ali, no ato, ainda encharcados, tenham imediatamente subido os preços para aproveitar a desgraça havida há poucos minutos é um apelo um tanto exagerado ao dramático. Até porque, imagino eu, eles também perderam familiares e posses e, nas horas seguintes aos deslizamentos, tinham preocupações mais urgentes do que abrir a loja.

A chuva desabou no dia 11 de janeiro. A ordem da PM saiu no dia 16. Pode-se deduzir que os preços subiram não imediatamente após a enxurrada, mas uns três dias depois. Alguns ajustes devem ter sido feitos nesse meio tempo. Excluindo a hipótese de formação de cartel, das duas uma: presumindo que a demanda aumentaria, os lojistas compraram em grande quantidade, esperando lucrar com a revenda; ou então, impossibilitados de abastecer normalmente, caso mais provável numa região isolada, viram-se obrigados a operar com o estoque disponível quando da enxurrada, sendo-lhes necessário aumentar os preços para evitar o desabastecimento, pagar funcionários, reparar danos, etc. Convém lembrar ainda que são grandes as chances de eles serem saqueados.

Numa calamidade, a ajuda grande não vem dos comércios de esquina, vem das doações. Solidariedade é admirável fora da coerção estatal. Não devemos exigir de comerciantes prejudicados por enchentes uma atitude que nós, na pele deles, não estaríamos dispostos a ou simplesmente não poderíamos ter. Não parece justo obrigá-los, sob ameaça de prisão, a bancar a caridade necessária às centenas de moradores das encostas desmanchadas.

Bruno Pontes - Jornalista

TRE retoma julgamento do deputado André Figueiredo

O pleno do TRE/CE [Tribunal Regional Eleitoral] retoma hoje o julgamento do deputado federal eleito André Figueiredo (PDT). Na última terça-feira, a votação foi interrompida pelo pedido de vista do juiz Cid Marconi. O processo seria continuado na sessão de quinta feira, mais a existência de outros processos do mesmo teor, levou o pleno a convocar sessão extraordinária. Por conta disso, cinco processos, envolvendo captação ilícita de votos, também serão analisados.

Em 2006, o assessor de Figueiredo, José Virgílio Lima Pires, foi preso com documentos, que comprovam a captação ilícita de voto. A apreensão aconteceu no município de Orós. Em ação ajuizada pelo MPF/CE [Ministério Público Federal], os dados encontrados com Virgílio já configuram a compra de votos em proveito do parlamentar. Figueiredo teria beneficiado, conforme a lista encontrada pela policia, eleitores com cimento, gás, passagem de ônibus e outros.

Já votou a favor da inelegibilidade do deputado por oito anos, o relator do processo, juiz Ademar Mendes Bezerra. Todavia, a decisão foi acompanhada pelos juízes Jorge Luís Girão Barreto, Luciano Lima Rodrigues e Raimundo Nonato Silva Santos.
Falando ao O Estado, o juiz Cid Marconi afirmou que a ação, em discussão, não poderia versar sobre a inelegibilidade, visto que outros episódios semelhantes, em tramitação no Tribunal, e ninguém cobra. Na ocasião, Cid ainda não tinha terminado a análise do processo. Sendo assim, até o momento da entrevista, não saberia dizer se teria tempo hábil para concluir sua apreciação. E afirmou que entre a celeridade e a reponsabilidade, “vou ficar com a minha consciência tranquila”.

Ao contrário do juiz, o procurador regional eleitoral, Alessander Sales, teme que o processo não seja julgado até hoje, dia 31 de janeiro, sob pena de perder o objeto. Isso porque, depois desta data, a atual legislatura, iniciada em 2007, será concluída, dando espaço para os deputados eleitos e reeleitos na última eleição. Caso ultrapasse tal período, o deputado sofrerá somente aplicação de multa de cinco mil UFIRs.

Novamente, a reportagem do jornal O Estado tentou contato com o deputado, durante a tarde e noite de ontem, mas seu celular encontrava-se desligado.

Desculpas

A coisa anda feia aqui em Buenos Aires. A falta de postagens neste blog náo foi vagabundagem nem corpo mole deste locutor que vos fala. A falta constante de energia elétrica em vários sitios da cidade de Buenos Aires, problemas graves com internet e um mal estar incontido pela inoperancia e desidia dos carinhas que tomam de conta desses setores nos fez postar menos, trabalhar menos, a partir do próprio noticiário do jornal O Estado a que viemos representar.
É umpedido de desculpas aparentemente meio fajuto, mas como náo costuma mentir, espero que entendam.\Bom dia.