Guimarães diz que Senado pode reverter impeachment
O líder do Governo na Câmara dos Deputados, o cearense José
Nobre Guimarães (PT), afirmou que o Partido dos Trabalhadores e aliados
continuarão trabalhando para mostrar aos senadores que o impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff é um “golpe fajuto” da oposição e,
portanto, “não tem base legal e nem jurídica”. Segundo ele, Dilma não
cometeu crime algum. Ontem, inclusive, o plenário do Senado elegeu os 42
titulares e suplentes da Comissão Especial.
“No Brasil, a população está muito mobilizada e os mais diferentes
setores da sociedade estão unidos para dizer um basta a esse golpe”,
disse ele, acrescentando que “esse golpe está causando muita repugnância
por parte da sociedade brasileira”. O parlamentar disse, ainda, que
existe bastante espaço para continuar a disputa política que vai se dar
nas ruas e no Senado.
Daqui para frente, segundo o deputado, tudo pode acontecer no Senado,
inclusive o afastamento de Dilma por 180 dias. Entretanto, Guimarães
está confiante que “o povo brasileiro vai ter um grau de mobilidade
nunca antes visto na história do País”. Conforme ele, essas mobilizações
podem pesar para mudanças de opinião dos senadores. “Nós estamos
trabalhando muito para derrubar esse golpe da oposição e a nossa tarefa,
agora, é a mobilização, botar o povo nas ruas para dizer não a esse
absurdo contra a Presidente”, frisou, acrescentando que a “luta”
continuará até meado de maio, quando o Senado deve apreciar o processo.
O agravamento da crise política, que criou o cenário propício ao
impedimento da Presidente, foi uma estratégia dos opositores ao governo,
disse o petista. Ainda segundo ele, nos bastidores, existem senadores
que já se manifestaram, dizendo que vão avaliar “melhor” o impeachment
contra a presidente Dilma. “Essa injustiça que está sendo praticada
contra a presidente será reparada, porque nunca se viu uma coisa tão
injusta, tão prepotente comandada por alguém que não tem a menor
credibilidade moral e política para comandar essa questão”, salientou
numa crítica indireta ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha
(PMDB/RJ). Guimarães ainda acrescentou que “a imprensa mundial tem
criticado o processo de impedimento em discussão no Congresso”.
Governo Temer
Sobre a possibilidade de Michel Temer chegar à Presidência da República,
Guimarães atacou o vice-presidente, afirmando que o peemedebista “não
tem voto e sempre será vice”. Setores do PT já declararam que o partido
não dará trégua a um eventual governo Temer.
Aliados
Aliado de primeira hora, o PCdoB diz estar confiante com a votação no
Senado. Segundo o presidente estadual da sigla, no Ceará, Luiz Carlos
Paes, nos últimos dias, os movimentos populares contra o impeachment de
Dilma vem crescendo. Por exemplo, de acordo com o comunista, ato da
juventude em São Paulo, que ocorreu de forma espontânea. Para ele, esta
movimentação poderá contribuir para pressionar o Senado. “Essas
manifestações populares são de repúdio ao golpe e de defesa da
democracia”, disse.
Impeachment: Genecias mantém “otimismo”
O deputado Genecias Noronha (SD) disse estar confiante com decisão do
Senado em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Genecias é favorável ao impedimento da petista.Para que Dilma
seja afastada por até 180 dias, basta o voto da maioria simples do
Senado (41 dos 81 Senadores).
“O país não aguenta mais a Dilma. Foram tantos erros juntos que não há
uma área no Brasil que não esteja em crise. Podem me cobrar, quando
Dilma for afastada o Brasil dará imediatamente sinais que melhoras. Os
investidores voltarão para o país e, consequentemente, os empregos irão
voltar para o brasileiro.”, disse ele.
Temer
Quando questionado sobre um eventual governo Michel Temer (PMDB),
Genecias afirma que o peemedebista saberá superar a polarização política
atual. Entretanto, disse estar preocupado com a manutenção de programas
sociais, como o Bolsa Família. “Estive com ele há uns 15 dias atrás,
ele (Temer) sabe que a situação do Brasil está difícil. Minha
preocupação foi com relação à manutenção dos Programas Sociais, em
especial o Bolsa Família, ele me garantiu que vai manter o programa e
gostou da nossa proposta de aumentar o benefício por conta da inflação
acumulada que comeu boa parte do dinheiro do brasileiro”, disse.