Ceará vacina contra gripe 72% do público-alvo
A campanha encerra hoje, mas estados e municípios
que não atingiram a meta podem continuar vacinando. O Ministério da
Saúde enviou quantitativo de doses superior ao público prioritário
A meta de vacinação contra a gripe na campanha
deste ano foi batida: em todo o país, 41,1 milhões de brasileiros, ou
81,5% do público-alvo, já tinham se vacinado até o início da tarde desta
sexta (20), último dia da mobilização nacional. No estado do Ceará, 1,2
milhão de pessoas estavam imunizadas, representando 72% do grupo
prioritário. A expectativa do Ministério da Saúde era vacinar, no
mínimo, 80% das 49,8 milhões de pessoas consideradas mais vulneráveis
para complicações da gripe.
O Ministério da Saúde enviou aos estados 54 milhões de doses da
vacina para imunizar as 49,8 milhões de pessoas que fazem parte do
público-alvo. Vários estados anteciparam o início da vacinação. Desde a
última sexta-feira (13), cem por cento das doses já haviam sido
recebidas pelos gestores estaduais de saúde, que por seu turno são
responsáveis pela distribuição aos municípios.
“Embora o encerramento da campanha esteja programado para esta sexta,
os estados que ainda não alcançaram a meta, ou ainda possuírem doses
disponíveis, podem seguir vacinando a população prioritária”, explica o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio Nardi.
Segundo o secretário, em todo o país 22 estados puderam adiantar suas
vacinações, o que permitiu a alta cobertura vacinal alcançada até este
momento.
Até o momento, a região Sul apresentou o melhor desempenho em
relação à cobertura vacinal contra a influenza, com 85,7%, seguida pelas
regiões Sudeste (85%); Centro-Oeste (79,1%); Norte (76,7%) e Nordeste
(75,6%). Dentre os grupos prioritários para a vacinação no estado do
Ceará, os trabalhadores de saúde contam com 124,5 mil doses aplicadas, o
que representa 90% dos profissionais a serem vacinados. Entre as
puérperas, 13 mil (80,2%) já foram vacinadas; 660,2 mil idosos (71,4%);
crianças de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e
29 dias), com 405 mil vacinadas (70,2%), e 59,4 mil gestantes (62%).
Com 18,2 mil doses aplicadas, 74,3% dos indígenas que moram na região
de saúde do estado do Ceará foram vacinados até o momento. Como a
vacinação deste grupo é realizada em áreas remotas, a atualização dos
dados segue outra dinâmica. Também foram aplicadas 224,1 mil doses nos
grupos de pessoas com comorbidades, mais população privada de liberdade e
trabalhadores do sistema prisional do estado do Ceará. Os portadores de
doenças crônicas não transmissíveis, o que inclui pessoas com
deficiências específicas, também devem se vacinar. Para esse grupo não
há meta específica de vacinação.
DOSES - O Ministério da Saúde adquiriu doses em
quantidade superior ao público-alvo. “São mais de 4,2 milhões a mais. O
quantitativo é suficiente para vacinar 100% do público-alvo, e ainda
sobra reserva técnica”, afirmou o secretário Nardi. Desde o dia 1º de
abril as doses da vacina começaram a ser enviadas, em etapas, aos
estados.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass),
João Gabardo, lembrou que o Ministério da Saúde cumpriu, rigorosamente, o
combinado com os estados e municípios para a campanha nacional de
vacinação contra a gripe no que diz respeito à entrega das vacinas e a
quantidade de doses para imunizar o público-alvo. O cronograma foi
cumprido, o que possibilitou a que muitos estados do país conseguissem,
inclusive, adiantar a vacinação”, destaca o presidente do Conass.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(Conasems), Mauro Junqueira, reforçou a importância de seguir a
recomendação do Ministério da Saúde para vacinação, apenas, do público
prioritário. “Durante toda a campanha, conversamos com secretários
municipais de saúde de todo o país para não vacinar quem está fora do
público-alvo da campanha. Temos que dar prioridade para a população mais
vulnerável que nós mesmos, dos municípios, definimos junto com os
estados e governo federal”, observou.
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da OMS. Essa
definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela
observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como
principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais
suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. Estudos demonstram
que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações
por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da
influenza.
CEARÁ - Foram disponibilizadas 2,1 milhões de doses
da vacina para imunizar 2 milhões de pessoas. O excedente entregue foi
de 141,2 mil doses da vacina contra a influenza. O quantitativo é
suficiente para vacinar 100% do público-alvo do estado, ainda restando
reserva técnica.
Todos os anos o Ministério da Saúde recebe a vacina em etapas do
laboratório produtor e, à medida em que chegam as doses, são
distribuídas, imediatamente, aos estados. A partir do recebimento das
vacinas, os estados podem definir estratégias de contenção, conforme
suas análises de risco, para a vacinação da população-alvo.
CASOS DA DOENÇA – Neste ano, até 9 de maio, foram
registrados 2.808 casos de influenza de todos os tipos no Brasil. Deste
total, 2.375 por influenza A (H1N1), sendo 470 óbitos, com registro de
um caso importado (o vírus foi contraído em outro país). Os dados
constam no Boletim Epidemiológico de Influenza do Ministério da Saúde.
O Brasil possui uma rede de unidades sentinelas para vigilância da
influenza, distribuídas em serviços de saúde de todas as unidades
federadas do país, que monitoram a circulação do vírus influenza por
meio de casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda
grave (SRAG).
A Região Sudeste concentra o maior número de casos (1.381) influenza A
H1N1, sendo 1.209 no estado de São Paulo. Outros estados que
registraram casos neste ano foram Rio Grande do Sul (198); Paraná (165);
Goiás (153); Santa Catarina (102); Pará (101); Rio de Janeiro (70);
Bahia (67); Distrito Federal (63); Minas Gerais (52); Paraíba (12);
Alagoas (12); Rio Grande do Norte (11); Mato Grosso (7); Amapá (2);
Rondônia (1); Roraima (1); Maranhão (1); Piauí (1) e Sergipe (1).
Com relação ao número de óbitos, São Paulo registrou 223, seguido por
Rio Grande do Sul (39); Goiás (26); Paraná (24); Rio de Janeiro (23);
Santa Catarina (21); Pará (16); Bahia (15); Minas Gerais (14); Espírito
Santo (14); Pernambuco (10); Mato Grosso do Sul (9); Paraíba (8);
Ceará(6); Distrito Federal (6); Rio Grande do Norte (5); Mato Grosso
(4); Alagoas (2); Amapá (2) e Maranhão (1).