Salmito pensa sobre remédios...

Salmito propõe a criação do Banco de Medicamentos

O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Salmito Filho (PDT), propôs, ontem, por meio de um projeto de indicação, a instituição do Banco de Medicamentos do Município de Fortaleza. O objetivo, segundo ele, é formar estoque vindo de doações de pessoas físicas e jurídicas.

Na justificativa do projeto, Salmito explica que é de conhecimento público o preço elevado de certos medicamentos e, embora exista a distribuição gratuita realizada por parte do Poder Público, muitas vezes, não dá pra suprir toda a demanda da população. De acordo com o vereador, é comum encontrar em residências e nas redes de farmácias muitos medicamentos que não são utilizados na totalidade de suas respectivas embalagens, o que torna os impróprios para o consumo por conta do prazo de validade. A ideia central do projeto seria a doação desses remédios para quem precisa por meio do Banco de Medicamentos.
“O presente projeto busca dar novo destino a esses medicamentos, incentivando uma cultura de doação que viabilize uma cobertura maior de medicamentos à população de Fortaleza, sempre passando por um rigoroso processo de triagem antes do repasse dos remédios”, comenta o vereador.
De acordo com o projeto, o estoque de medicamentos ficará disponível, de forma gratuita, à população de Fortaleza, observadas as exigências legais para a obtenção dos produtos.

O biodiesel de Quixadá

Camilo negocia continuidade de Usina com a Petrobras

Na tentativa de manter o funcionamento da Usina de Biodiesel de Quixadá, o governador Camilo Santana (PT) se reuniu, ontem, no Palácio da Abolição, com o diretor-executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino Ramos, e o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Luiz Fernando Marinho. A empresa anunciou, em outubro, o encerramento das atividades da usina, que emprega centenas de pessoas da região do Sertão Central do Estado. Na época, a empresa comunicou a decisão de sair do setor de biocombustíveis aos empregados, sindicatos, clientes e fornecedores.
“Fiz questão de solicitar esse encontro para externar que não aceitamos o fechamento da usina de forma unilateral, sem dialogar com o Governo do Estado. Propusemos aos diretores que a decisão possa ser revista até que seja encontrada uma alternativa para manter a usina aberta, seja via Petrobras Biocombustíveis ou por meio de algum outro investidor”, disse Camilo Santana.
A Petrobras avaliou que, de acordo com as projeções, não haveria uma solução para a usina em curto prazo e sem novos investimentos, o Conselho de Administração da Petrobras Biocombustível optou por encerrar a produção de biodiesel no Ceará e assim focar recursos em projetos com maior rentabilidade.
De acordo com o planejamento, o encerramento das atividades levará em torno de seis meses e será realizada por uma equipe multidisciplinar. Atualmente a Usina gera renda para aproximadamente 143 empregos diretos e milhares indiretos – cerca de dois mil agricultores familiares de 16 municípios, que fornecem matéria-prima para a usina.
Em comunicado, a Petrobras disse que os empregados próprios serão transferidos para as outras duas unidades da Petrobras Biocombustível e os empregados cedidos serão realocados em outras unidades da Petrobras. Mas o governo está preocupado com possíveis demissões. “Vamos fazer todos os esforços para que a usina não seja fechada, uma vez que ela emprega centenas de pessoas do Sertão Central. Recebemos a garantia de que a proposta do Estado será levada à presidência da Petrobras e esperamos que o Ceará não seja novamente prejudicado”, citou o governador.
A reunião contou, ainda, com a presença dos secretários Élcio Batista (Chefia de Gabinete), Nicole Barbosa (Desenvolvimento Econômico), Dedé Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Ferruccio Feitosa (Adece) e o deputado federal Odorico Monteiro.
O secretário-chefe de gabinete do Governo do Ceará, Élcio Batista, afirmou que o Estado vai manter o diálogo com a Petrobras para que as atividades se mantenham e vai levar a questão para a direção da empresa e o Governo Federal. “O que ficou acertado é que o diretor de abastecimento vai voltar ao presidente da Petrobras, vai se reunir com ele na quinta-feira, vai colocar o posicionamento do governo do Ceará. E há uma probabilidade de que a gente volte a se encontrar na próxima semana para assinar um memorando de entendimento para a gente colocar quais são as bases para essa relação entre a Petrobras e o Estado do Ceará no que diz respeito aos biocombustíveis”, disse.
Reação
O fechamento da Usina de Biodiesel de Quixadá gerou reações de deputados estaduais e federal. O deputado Chico Lopes (PCdoB) diz que é preciso cobrar esclarecimentos da Petrobras e do presidente da empresa, Pedro Parente.“Enquanto o mundo caminha na direção do combustível mais limpo e menos poluente, a notícia do fechamento da usina de biodiesel de Quixadá causa surpresa e incompreensão. Caso venha a ser confirmada, vai representar um enorme prejuízo para as famílias que foram incentivadas pela mesma Petrobras a plantar mamona para fornecer à usina”, alerta o deputado Chico Lopes, apontando danos para a agricultura familiar, fomentada pela própria Petrobras, que fornecia sementes e assistência técnica aos agricultores.
O assunto já foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará. De acordo com a deputada Rachel Marques (PT), autora do requerimento que propôs a audiência, diz que os danos com o fechamento será irreversíveis. “Com a falta de investimento nesse setor, as regiões agrícolas e adjacências, onde as usinas se localizam, sofrerão um dano irreversível, pois irá incentivar o aumento do desemprego local, a falta de investimento na produção agrícola local, entre outros impactos negativos, já que é de fundamental importância para tais localizações o crescimento da rotatividade econômica que essa estatal gera”, afirma a parlamentar.

Capa do jornal O Estado(CE)


Coluna do blog




Finados
Meu Padrinho, de batismo, Simão Barbosa de Paula Pessoa, pianista, empresário, esportista, era apaixonado por briga de galo. Gostava tanto que tinha uma rinha em casa. No quintal da casa dele que dava para a rua por trás da Praça da Meruoca, que algum imbecil sobralense, não legítimo, resolveu mudar para Praça de Cuba. Simão Barbosa tinha a rinha e criava dezenas de galos.  Quando, preparados para as brigas, os galos dele, lutando em casa levavam o hand cup de jogar com torcida e conheciam o ar do quintal, o cheiro do quintal, o gosto da comida do quintal. Isso dava a seus galos uma vantagem. E quando ganhavam, literalmente cantavam de galo. Aí cê diz; lá vem ele com os leriados dele. Calma! Teikirizi! É só um chiste pra fazer um comparativo. A vitória de Roberto Claudio com a margem de 8% de maioria, e que desmentiu Ibope e o DataFolha porque ficou no meio das previsões de ambos os institutos, foi jogada nas cacundas dos irmãos Cid e Ciro. Pra Ciro isso é muito mais expressivo. 2018 vem aí. Ciro é pré-candidato a Presidente da República. Chega na rinha com o cacife de jogar o jogo tendo ganho no quintal de casa. Elegeu,no bem dizer, seu candidato,Roberto Claudio,  que foi votado pelas virtudes de uma administração até o gogó de obras e ações pelas comunidades que o escolheram. Ciro, galo de briga treinado, cheinho de mondrongo pelo couro, passado na casca do alho, pode, no grito de guerra, jogar a eleição do irmão Ivo, em Sobral, a parceria do Naumi na Caucaia e a eleição de RC16 em Fortaleza. Dizer que isso não recomenda será burrice de viseira. E mais: cacifado não tem que ficar dando satisfação. Satisfação não é preciso que se dê a ninguém em política;  primeiro porque os amigos não carecem e os inimigos não acreditam. Vem aí 2018. Ciro 2018? RC18? Bom, isso é só uma reflexão de Finados. Viva quem morreu!

A frase: “A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”. Winston Churchill.



A morte comanda do espetáculo (Nota da foto)

Nunca houve 2016
Apostas há de que 2016 não existiu politicamente. As campanhas de vereadores e prefeitos foram como treino de apronto pro jogo de domingo.

Vereadores
Em Fortaleza foi jogo jogado. Diz em Minas que jogo é jogado, lambari é pescado. A maioria absoluta dos vereadores aliados de Roberto Claudio foi eleita. Resta afaga-los.

Como se afagam vereadores
Falam que o mais caro no bacará da política é cuidar de vereador. Até o novato dizem que é manhoso, ardiloso, atento, doidim por uma benesse. Em assim sendo...

Pois bem...
Então veio RC16, centenas de vezes repetido aqui como mantra, anunciando sua reeleição. Deu trabalho? Deu! Todo dia não se derrotam dois senadores de uma só vez.

Foi apronto
O que se quer dizer é que RC16 foi treino de apronto para o jogo bruto de 2018. Pela frente, no tabuleiro, Governo do Estado, Senadores da República e voto pra Presidente.

Fim de época
Terminam seus mandatos no Ceará, os senhores Eunício Oliveira e José Pimentel. Aquele do PMDB, este do PT. Quem se habilita?

As apostas
Hoje, apostam que Cid Gomes vai querer uma vaga. Outros apontam que Domingos Filho também quer uma vaga. Estão com trunfos. Ambos por histórias de sucessos.

Perguntas no ar
O Sr. Eunício vai tentar a reeleição? O Sr.Eunício Oliveira seria outra vez candidato ao Governo do Ceará? E Zé Pimentel? Com o “rela” dado no PT, arriscaria?

E mais...
Tem um mundaréu de deputado federal, deputado estadual e isso demanda uma logística de fazer inveja a Patton e Rommel, adversários na segunda guerra mundial.

Bom dia


Senado aprova vaquejada como “manifestação cultural nacional”



Nesta terça-feira, 1º, o Senado aprovou, em votação simbólica, projeto de lei que classifica a vaquejada como patrimônio cultural imaterial (PLC 24/2016). A matéria vai a sanção presidencial. Mais cedo, a Comissão de Educação do Senado havia aprovado o projeto de que eleva a vaquejada e o rodeio à condição de manifestação cultural nacional. A decisão não legaliza definitivamente o evento, mas é o primeiro passo para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou ilegal a prática desses eventos.
O projeto já passou pela Câmara dos Deputados e teve total empenho e apoio do deputado federal, Líder do Solidariedade e presidente do partido no Ceará, Genecias Noronha.
“A inclusão da vaquejada como patrimônio cultural é mais do que justa. Trata-se de uma manifestação secular que passa de geração para geração, emprega milhares de pessoas no Ceará e fomenta a economia nos municípios pequenos de todo o Nordeste. É uma vitória do povo Nordestino.”, diz Noronha.
Também tramitam no Senado, além dessa proposta, outros três projetos de lei com o mesmo intuito, sendo um deles uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Os parlamentares alegam que a vaquejada faz parte da cultura nacional e também argumentam que é totalmente possível manter a prática sem o sofrimento animal.

Opinião

POR UM DÓLAR FURADO






O TRASEIRO NACIONAL E A ABJETA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SUBSERVIÊNCIA.

No final da década de 1980, embarcando em um vôo da Lufthansa - não havia lugar nos aviões da Varig naquele dia - do Rio de Janeiro para a Alemanha, tive o dissabor de ser revistado, no tubo que levava à aeronave (tecnicamente já território alemão, assim como o próprio avião) por policiais germânicos, que examinavam criteriosa e ostensivamente os passageiros brasileiros ou latino-americanos, e deixavam passar os outros, principalmente quando se tratava de europeus ou de pessoas de sua própria nacionalidade.

Indignado com a cara de pau dos sujeitos, e, principalmente com a do governo da Alemanha Ocidental, desembarquei em Frankfurt e telefonei imediatamente para o então Ministro da Justiça, Fernando Lyra, a quem conhecia, e com quem convivia, desde a luta pela redemocratização, a quem sugeri que fizéssemos o mesmo, colocando uma equipe de  agentes da Polícia Federal revistando os passageiros que embarcassem no Rio e em São Paulo em aviões da Varig com destino à Alemanha, e que o fizessem apenas com os alemães, deixando passar, incólumes, os brasileiros e os de outras nacionalidades.

Em menos de uma semana, quando voltei ao Brasil, os corpulentos gringos haviam desaparecido, com certeza chamados de volta a seu país, o que nos deu direito de fazer o mesmo, dispensando a equipe da Polícia Federal de continuar  revistando os passageiros alemães dos aviões da Varig.

A sutileza, na diplomacia, às vezes dispensa a papelada e os comunicados oficiais. Tivemos a oportunidade de lembrar a eles, nesse  episódio, dois velhos ditados que os alemães atribuem à sua própria lavra: "das billige ist immer das teuerste", a de que o barato acaba saindo sempre mais caro, e "taten sagen mehr als worte", o de que as ações valem mais que as palavras.

Esta longo introdução vem ao caso, a propósito da absurda, para não dizer, imbecil, retomada da decisão de se isentar, unilateralmente, de vistos, países ditos "desenvolvidos", na sequência da também estúpida isenção “temporária” - que já sabíamos que não seria temporária - desses vistos por ocasião da Olimpíada de 2016, pelo governo Dilma - contra a qual nos posicionamos à época - sem a exigência de reciprocidade.

Em reunião no Palácio do Planalto, com a presença de quatro ministérios,  o governo atual já teria aprovado a prorrogação da medida, com a isenção de vistos para australianos, japoneses, canadenses e, claro, norte-americanos; e, burramente - em uma decisão que não esconde o patético viés ideológico -  resolvido deixar de fora a China por causa do "risco migratório", embora nossas fronteiras sejam uma peneira por onde entra e sai, a seu bel prazer, gente do mundo inteiro, especialmente chineses que podem ser vistos em qualquer esquina, dos caixas dos restaurantes de quilo aos shoppings populares de artigos contrabandeados.

Assim, continuaremos com os imigrantes, que na maioria são gente honrada e trabalhadora, mas que não gastam à tripa forra, e deixaremos de receber os riquíssimos turistas chineses, que, além de deter quase a metade das reservas internacionais do mundo, gastaram, no exterior, no ano passado, mais que os turistas norte-americanos, japoneses, australianos e canadenses, somados.

Vê-se bem que os ministros que aprovaram a medida nunca tiveram as filhas adolescentes - nesse caso, brancas e de classe média, o que não pode atribuir ao racismo esse problema - barradas em aeroportos norte-americanos e enviadas para abrigos, como ocorreu recentemente  com  Anna Stéfane Radeck, de 16 anos, ou com Liliana Matte, de 17, que ficou dias presa no aeroporto de Miami, embora estivessem ambas com autorização de viagem dos pais e todos os documentos necessários.

Ou, quem sabe, nunca ouviram falar do adolescente Roger Thomé Trindade, de 15 anos, morto por espancamento, em um parque de Miami, também há poucos dias, por um grupo de adolescentes norte-americanos, aparentemente pelo simples fato de ser brasileiro.

Ou do jovem Roberto Curti, assassinado pela polícia australiana, com sucessivos tiros de taser, em 2012.

Ou da senhora Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos, barrada no aeroporto de Barajas, na Espanha, e mantida detida em suas instalações durante dias, porque não tinha uma "carta de apresentação" embora estivesse em companhia da neta, residente naquele país, que foi um dos quase 3.000 compatriotas impedidos de entrar na Espanha, também em 2012, número que quase foi alcançado no ano passado.

Ou do compositor e músico Guinga, um dos maiores violonistas brasileiros, que perdeu dois dentes em Madrid, também no aeroporto de Barajas, ao ser agredido por um policial da imigração espanhola. 

Qual seria a opinião desses cidadãos, ou dessas famílias, caso fossem consultadas, sobre a concessão unilateral de vistos, pelo Brasil, sem nenhuma espécie de reciprocidade, para estrangeiros?

Será que eles não deveriam ser ouvidos antes da aprovação dessa lei entre quatro paredes?

O Ministro do Turismo pode alegar que a Espanha não será beneficiada pela medida, já que não se exige visto de espanhóis, por reciprocidade, assim como de outros países da União Europeia.

Mas com que moral poderemos responder à altura, exigindo de turistas espanhóis, também com base no princípio da reciprocidade, os mesmos documentos e as mesmas regras que a Espanha e outros países exigem dos nossos cidadãos, como a comprovação de dinheiro, carta de apresentação e reserva antecipada de hotéis, se, no caso dos Estados Unidos e de países satélites anglo-saxões, como a Austrália, será permitida a entrada em nossas fronteiras sem que nos permitam fazer o mesmo nas suas como se eles estivessem entrando e saindo de sua própria casa, sem nos dar nenhum respeito ou satisfação?

Será que o Itamaraty e o atual Ministro das Relações Exteriores, que já foi exilado e obrigado a viver lá fora, permitirão que cedamos o que nos resta de dignidade em troca de um punhado de dólares a mais de turistas japoneses ou norte-americanos, como se fôssemos - com o perdão das profissionais do sexo - meras prostitutas de calçada? 

O que vamos fazer quando um piloto de avião comercial dos EUA, como ocorreu com um comandante da American Airlines em 2004, levantar o dedo em riste, ao segurar seu número de identificação, para agentes da Polícia Federal, na hora de tirar uma foto obrigatória,  em reciprocidade a exigências semelhantes a cidadãos brasileiros em aeroportos dos EUA?

Abaixar as calças e mostrar o traseiro, para "insultar", segundo os curiosos hábitos norteamericanos, quem estiver nos ofendendo ?

Como se dizia sabiamente no tempo em que nesse país havia mais informação, menos manipulação e mais patriotismo, quem muito se abaixa acaba mostrando as nádegas.

Não é possível que a Polícia Federal, desrespeitada nesse episódio, aceite  passar a tratar, em nossos aeroportos, norte-americanos, japoneses e australianos como cidadãos de primeira classe, sabendo que nossos compatriotas, incluídos os de classe média, como eles, continuarão a ser tratados como capachos nesses países - principalmente nos aeroportos dos EUA - a todo momento.    

Como afirmamos em nosso penúltimo artigo, O FIM DO BRASIL E O SUICÍDIO DO ESTADO, nunca é demais frisar que não somos uma republiqueta qualquer, que nos cabe a responsabilidade de ocupar - sem jogar pela janela - o posto de quinto maior país do mundo em território e população, que nos foi legado, à custa de suor e de sangue, pelos nossos antepassados.
Poder retaliar o país que se quiser, quando for necessário, em defesa da soberania e da dignidade de nossa gente, como dizem certos slogans de cartão de crédito, não tem preço. 

Mesmo que fôssemos o país mais miserável do mundo, e estivéssemos devendo bilhões aos Estados Unidos - quando o que ocorre é exatamente o contrário - se trataria de inaceitável abdicação da soberania nacional, em troca de algumas centenas de milhares de dólares a mais no faturamento do mercado turístico, em um mundo em que países como a China, a Rússia, e a Índia, nossos sócios no BRICS, defendem com unha e dentes, de forma altaneira e independente, as suas posições, no campo econômico e no geopolítico, sendo impensável que adotassem semelhante medida no trato com o Japão ou com os Estados Unidos.

Será que o que atrapalha a entrada de turistas de certas nações é o trabalho de tirar um visto, ou o fato de se matar aqui, mais gente a tiros, todos os anos, do que se mata na Guerra da Síria?

O sr. Michel Temer precisa tomar cuidado para não passar à história como uma espécie de Carlos Menem, outro presidente latino-americano descendente de árabes, que perdeu todo o senso de ridículo no afã de se submeter, pública e despudoradamente, aos Estados Unidos.

No seu governo, ficou famosa a frase de seu Ministro das Relações Exteriores, Guido di Tella, que - para histórica  vergonha da terra de Rosas, de Guevara e de Perón - disse que a Argentina estava a ponto de estabelecer "relações carnais" com os Estados Unidos, sem que ninguém precisasse recorrer ao Kama-Sutra para adivinhar em que posição estava aceitando, entusiasticamente, se colocar, naquela ocasião, o país andino.

Até  mesmo nos governos militares, radicalmente anti-comunistas, o Brasil sempre procurou preservar um mínimo de dignidade e de autonomia no seu relacionamento com nosso vizinho do norte do hemisfério, estabelecendo a política do "pragmatismo responsável" e desafiando com firmeza, sempre que necessário, a  vontade de Washington.

Não foi outro o caso, por exemplo, do reconhecimento do governo marxista de Angola, do MPLA; da aproximação com os países árabes, principalmente o Iraque de Saddam Hussein; e da assinatura do tratado nuclear com a Alemanha.

Isso, considerando-se que, naquele momento,  dependíamos tremendamente do exterior, e tínhamos uma das maiores dívidas externas do mundo, quando, hoje, graças ao trabalho de governos que, se alega, quebraram o país, essa dívida está reduzida a menos de 20% do PIB (2015) (https://www.focus-economics.com/country-indicator/brazil/external-debt),  temos mais reservas internacionais que os Estados Unidos, e Washington, a quem pretendemos mendigar migalhas em troca dessa abjeta concessão unilateral de vistos, nos deve mais de 250 bilhões de dólares, o que nos transforma no quarto maior credor individual externo dos EUA (http://ticdata.treasury.gov/Publish/mfh.txt). 

Recém chegado da reunião dos BRICS em Goa, Temer precisa escolher - ele está equivocado se se acha que os diplomatas e líderes do grupo não estão acompanhando e comentando o assunto - com que cara vai comparecer - se ainda estiver na presidência da República - ao próximo encontro dessa organização, em Xiamen, na China, em setembro do ano que vem.

Nesse clube, em que todos exigem vistos para norte-americanos, formado por algumas das mais poderosas e populosas nações do planeta, justamente para promover um mundo multipolar e desafiar a hegemonia dos EUA, não somos, como a Rússia, a China, a Índia, potências espaciais e atômicas.

Mas também não podemos, nem devemos, justamente por isso, ser os únicos sub-servientes a Washington, porque,  na diplomacia, é nos pequenos detalhes que mora o diabo e se escondem os grandes simbolismos.
Não se pode abrir todas as portas da casa para quem sequer nos aceita em seu quintal.

Nem se estivéssemos quebrados se entenderia  tamanho e injustificável reconhecimento  público de nossa inferioridade frente aos EUA, e a países que têm um PIB e uma importância relativa estratégica muitíssimo menor que a nossa, como é o caso da Austrália.

Decidida pelo governo, a medida depende, agora, da aprovação de mudanças no Estatuto do Estrangeiro, que terão que ser feitas pelo Congresso, que deverá, se houver dignidade e hombridade suficientes, votar pela sua rejeição, com a ajuda de órgãos conhecidos pelo seu patriotismo, como a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Um pouco menos de pressa na abjeta reverência aos gringos e um mínimo de dignidade e de vergonha na cara, são como uma boa canja de galinha ou uma suculenta sopa de rabo de canguru, que pode ser encontrada em certos restaurantes de Melbourne. 

Nunca fizeram mal a ninguém, principalmente quando se trata, aos olhos do mundo, de nossas relações com outras nações.
 
Mauro Santayana e jornalista e meu amigo.

O povo de Deus

O dia hoje
Hoje é o Dia do Romeiro.
São homens, mulheres, crianças, gente de toda idade que elege seus santos e protetores aos quais agradece em romarias. As grandes romarias do Ceará são a Juazeiro do Meu Padim, Canindé de São Francisco, Parazinho e Senhora de Fátima, minha querida Fatinha de todo dia 13 com o climax a 13 de maio.
Viva o Romeiro.