Assembleia Itinerante vai reunir deputados amanhã em Icapui

 

Ações de saúde movimentam a tarde desta terça na Assembleia Itinerante em Icapuí

 - Foto: Junior Pio

As pessoas que visitaram, na tarde desta terça-feira (23/05), a Feira de Serviços montada na Praça Central Adauto Róseo, de Icapuí, tiveram a oportunidade de participar de oficina, atendimentos de saúde e vacinação. A Célula de Fonoaudiologia do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Alece foi responsável pela discussão do tema “Saúde vocal para o professor”, oficina ministrada pelo fonoaudiólogo do setor, Henrique Martins.

O facilitador enfatizou que a voz é o principal instrumento de trabalho dos docentes e orientou sobre os cuidados com as cordas vocais, eventuais doenças da voz, os alimentos e bebidas que podem prejudicar a voz e ensinou exercícios vocais de aquecimento e relaxamento vocal voltados para o cotidiano dos profissionais. “O professor usa muito a voz durante um dia de trabalho. Então, é necessário ter esse tipo de orientação para evitar qualquer problema. Os professores aqui participaram bastante, com muita atenção, e fizemos alguns exercícios práticos para que eles possam ter uma atenção maior com sua voz”, informou. 

A pedagoga Ana Priscila Costa Freire, que acompanhou atentamente a palestra, conta que trabalhar em sala de aula é uma tarefa “árdua” e uma missão que requer muito da voz. Segundo ela, a oficina auxilia os profissionais presentes, principalmente sobre os cuidados vocais. “Com a presença de um profissional especializado, no caso, o fonoaudiólogo palestrante, conseguimos nos aprofundar ainda mais nesse assunto tão essencial para nosso trabalho e que é de suma importância”, pontuou.

VACINAÇÃO

Foto: Junior Pio

Há também no local um stand utilizado pela Secretaria de Saúde de Icapuí para imunizar a população com as vacinas bivalente (contra Covid), H1N1 (contra gripe) e febre amarela. De acordo com a enfermeira e coordenadora de Imunização de Icapuí, Lourdes Maria Barbosa Reis, todos os icapuienses estão aptos a serem vacinados nessa ação. Ela alerta que, mesmo já tendo passado o maior período crítico de pandemia de covid-19, é preciso prestar atenção para outras doenças, como a gripe e a febre amarela.

“Esse evento da Assembleia Itinerante foi muito oportuno, pois ainda estamos em campanha de vacinação contra a covid e influenza.  Com essa ação, agilizou para que a Secretaria de Saúde do município avançasse em atingir a nossa meta de vacinação da população local”, acrescentou.

O estudante de Icapuí Jalissom dos Santos Reis, 22 anos, disse que estava passando pelo Centro da cidade quando soube que, no local, estava acontecendo a vacinação. “Mesmo sem o cartão de vacinação, pude completar o meu ciclo de vacinas. Aproveitei e tomei as três vacinas de uma só vez: covid, gripe e febre amarela. Só espero não ter nenhuma reação”, sorriu ao falar.

Outra entidade que participa do evento em parceria com a Assembleia Itinerante é o Serviço Social da Indústria (Sesi), oferecendo atendimentos odontológicos, como profilaxia e aplicação de flúor, voltados para crianças e adultos. Além disso, no stand destinado ao serviço, há a medição de glicose e medição da pressão arterial.

Para o cirurgião dentista e coordenador do espaço do Sesi, Juan Carlos, a avaliação e procura dos serviços é bastante intensa e positiva. “É aconselhável a aplicação de flúor de seis em seis meses, por isso é muito importante ações que levam esse atendimento para o interior, onde há uma escassez maior na disponibilização desses serviço”, ressalta.

O dia

 


Fosse aqui, no tupiniquim país, diríamos: brasileiro só fecha a porta depois de roubado. Mas na de Franco, aquela velha Espanha, racista, escrava de arianas soluções, aquela da dizimação dos índios na América espanhola, tentam tapar o sol com uma peneira de malha grossa, inventando prisões, de bandidos racistas em seus estádios. Anunciam pela imprensa, punições para sair na foto, para ficar bem no mundo que arrancou, graças ao Vini Junior, a casca da ferida purulenta de um comportamento conhecido por criminalizar a cor que não seja a branca, da pele das pessoas. Conheço a Espanha, de muitas idas e de suas separações e discriminações internas. Pior de tudo: um menino de 22 anos encarou o país com sua alegria e isso incomodou os nazi nos campos de futebol. Bom, acho que isso vai longe. Como hoje é dia do milho, o sol aqui, da varanda do meu tugúrio, nasce pra todo mundo. A sombra,também.

Capa do jornal OEstadoCe

 


Coluna do Macário Batista para 24 de maio de 2023

Um discurso pra mais de 7
Claro que Lula não escreveu o que leu no G7, mas foi a seu mando que o redator de seus discursos botou no papel o que queria dizer, e disse. Vamos ler juntos`: “Quero agradecer ao primeiro-ministro Kishida pelo convite para que o Brasil participasse do segmento ampliado da Cúpula de Hiroshima. Esta é a 7ª vez que sou convidado de uma reunião do G-7. Quando aqui estive pela última vez, na Cúpula de L´Áquila em 2009, enfrentávamos uma crise financeira global de proporções catastróficas, que levou à criação do G-20 e expos a fragilidade dos dogmas e equívocos do neoliberalismo. O ímpeto reformador daquele momento foi insuficiente para corrigir os excessos da desregulação dos mercados e a apologia do Estado mínimo.A arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas.Houve retrocessos importantes, como o enfraquecimento do sistema multilateral de comércio. O protecionismo dos países ricos ganhou força e a Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento. Os desafios se acumularam e se agravaram. A cada ameaça que deixamos de enfrentar, geramos novas urgências.O mundo hoje vive a sobreposição de múltiplas crises: pandemia da Covid-19, mudança do clima, tensões geopolíticas, uma guerra no coração da Europa, pressões sobre a segurança alimentar e energética e ameaças à democracia.Para enfrentar essas ameaças é preciso que haja mudança de mentalidade. É preciso derrubar mitos e abandonar paradigmas que ruíram.O sistema financeiro global tem que estar a serviço da produção, do trabalho e do emprego. Só teremos um crescimento sustentável de verdade direcionando esforços e recursos em prol da economia real.O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional um tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste.Desemprego, pobreza, fome, degradação ambiental, pandemias e todas as formas de desigualdade e discriminação são problemas que demandam respostas socialmente responsáveis. Essa tarefa só é possível com um Estado indutor de políticas públicas voltadas para a garantia de direitos fundamentais e do bem-estar coletivo.Um Estado que fomente a transição ecológica e energética, a indústria e a infraestrutura verdes. A falsa dicotomia entre crescimento e proteção ao meio ambiente já deveria estar superada. O combate à fome, à pobreza e à desigualdade deve voltar ao centro da agenda internacional, assegurando o financiamento adequado e transferência de tecnologia. Para isso já temos uma bússola, acordada multilateralmente: a Agenda 2030.Não tenhamos ilusões. Nenhum país poderá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade.A solução não está na formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número pequeno de países.Isso será particularmente importante neste contexto de transição para uma ordem multipolar, que exigirá mudanças profundas nas instituições. Nossas decisões só terão legitimidade e eficácia se tomadas e implementadas democraticamente. Não faz sentido conclamar os países emergentes a contribuir para resolver as “crises múltiplas” que o mundo enfrenta sem que suas legítimas preocupações sejam atendidas, e sem que estejam adequadamente representados nos principais órgãos de governança global.A consolidação do G-20 como principal espaço para a concertação econômica internacional foi um avanço inegável. Ele será ainda mais efetivo com uma composição que dialogue com as demandas e interesses de todas as regiões do mundo. Isso implica representatividade mais adequada de países africanos.Coalizões não são um fim em si, e servem para alavancar iniciativas em espaços plurais como o sistema ONU e suas organizações parceiras. Sem reforma de seu Conselho de Segurança, com a inclusão de novos membros permanentes, a ONU não vai recuperar a eficácia, autoridade política e moral para lidar com os conflitos e dilemas do século XXI.Um mundo mais democrático na tomada de decisões que afetam a todos é a melhor garantia de paz, de desenvolvimento sustentável, de direitos dos mais vulneráveis e de proteção do planeta.Antes que seja tarde demais. Muito obrigado."#Lula
A frase: “O PT tem que ter candidatura própria a Prefeitura de Fortaleza e noutras cidades do Ceará”. Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio foram pra lista dos cinco mais.
Cartão da dona da casa
Governador Elmano anuncia criação de cartão popular para famílias carentes que não conseguiram se inscrever no Bolsa Família. Receberão o cartão estadual , preferencialmente as mulheres que são as chefas da família.
Posse no TRE-Ce
A cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), desembargador Raimundo Nonato Silva Santos, e do vice-presidente e corregedor regional eleitoral, desembargador Francisco Gladyson Pontes, será dia 2 de junho, às 16h, no auditório da nova sede do TRE (Rua Dr. Pontes Neto, 800).
Cid Gomes tem alta hospitalar cinco dias após ser baleado | Jovem Pan
Cid Gomes, pensando (Nota da foto)
“Liderança não se faz, liderança se identifica e, no máximo, deve-se estimular.” Cid Ferreira Gomes.

Bom dia

(Isso interessa ao Ceará)
Federação Espanhola anula cartão vermelho de Vini Jr e multa Valencia em R$ 240 mil após racismo
Jogador brasileiro está liberado para defender o Real Madrid contra o Rayo Vallecano, nesta quarta-feira (24) pelo campeonato espanhol
Vinícius Júnior (Foto: Pablo Morano/Reuters)
247 - A Federação Espanhola de Futebol anunciou que o clube do Valencia vai ser multado em 45 mil de euros (R$ 240 mil) depois dos ataques racistas contra o jogador do Real Madrid Vinícius Júnior último domingo (21) em jogo do Campeonato Espanhol.
A entidade também anulou o cartão vermelho para Vini Jr na partida. Desta forma, ele está liberado para defender o Real Madrid contra o Rayo Vallecano, em jogo que acontece nesta quarta-feira (24) a partir das 14h30 (de Brasília) pelo Campeonato Espanhol.

O dia


Os canalhas, por mais que se tentem esconder, sempre têm seu lugar na história. Quem um dia , bom de saúde mental, esquecerá o terrível Hitler? Quem esquecerá, jamais esse animal estúpido que viu impávido a morte de mais de 700 mil pessoas, aqui mesmo, perto da gente, dizendo coisas absurdas, imitando gente morrendo sem ar. Quem esquecerá, jamais o racismo e a escravidão. Esse menino Vini Jr., um dia tirou a roupa suja de espanhóis escravagistas e racistas e os mostrou ao mundo. Tinha que ser um bom brasileiro. Tinha que ser um negro. Tinha que ser um exemplo de homem que não se curva ao canalha.   Que nunca baixa a cabeça ao canalha. Olhe-o nos olhos e o canalha um dia saberá que seu lugar de canalha não é perto de você.

Terça feira amanhece assim...

Mais Nutrição ultrapassa a marca de três milhões de quilos de alimentos distribuídos no Ceará

 


Programa modelo de captação, processamento e doação de alimentos saudáveis para pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, o Mais Nutrição acaba de ultrapassar a marca de três milhões de quilos de alimentos distribuídos no Ceará. O programa é uma iniciativa do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Proteção Social (SPS), Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Ceasa e Instituto Agropolos.

São frutas e hortaliças transformadas em sopas e polpa de frutas, que chegam à mesa de quase 30 mil pessoas, a partir do trabalho de 134 entidades comunitárias e cozinhas sociais, reduzindo a fome de famílias nos municípios de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. A partir dos alimentos excedentes, os itens são processados e distribuídos diariamente às entidades beneficiadas.

A Casa Sol Nascente, que acolhe crianças de zero a 12 anos filhas de pessoas em situação de rua, no bairro Castelão, é uma das 134 entidades beneficiadas pelo Programa. “São as frutas, verduras e legumes do Mais Nutrição que garantem o café da manhã, almoço e jantar dessas crianças. São essas doações que auxiliam na nutrição e saúde deles”, agradece a coordenadora de acolhimento da entidade, Lívia Lemos.

“O combate à fome e a garantia de alimentação saudável às pessoas em situação de vulnerabilidade social é prioridade do Governo do Estado. Por meio do Mais Nutrição, estamos viabilizando comida saudável, rica em nutrientes e vitaminas, na mesa de milhares de crianças, jovens, adultos e idosos, de comunidades com baixos índices de desenvolvimento econômico e social. Esse é um programa modelo para todo o País, e que segue avançando no Ceará”, destaca a titular da SPS, Onélia Santana.

Ana Maria Lúcia Camilo, representante da Associação Madre Paulina, reforça a importância do programa para as 20 crianças em situação de vulnerabilidade social que a entidade assiste no bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza. “O Mais Nutrição salvou a vida de nossas crianças na pandemia, e continua nos ajudando muito. Por dia, são consumidos 3,5 quilos de leite em pó, alimento fundamental para o crescimento e desenvolvimento infantil. É um programa muito importante para nós e para todas as instituições sociais e comunitárias”, ressaltou, agradecida.

A operacionalização do Mais Nutrição ocorre em dois bancos de alimentos (in Natura), uma fábrica de mix de legumes e duas fábricas de polpas de frutas. “As frutas e legumes são selecionados criteriosamente, higienizados, processados e distribuídos às entidades comunitárias e cozinhas sociais conveniadas com o Estado”, explica a coordenadora de Segurança Alimentar e Nutricional da SPS, Regina Praciano.

Regina destaca que as entidades, selecionadas por edital, passaram, após a inserção do programa, a serem inseridas em outras políticas de segurança alimentar, como o Vale Gás Social. A cada entrega do benefício, cada entidade recebe dois tíquetes que equivalem a duas recargas de botijão de gás.

Senador Girão defende atacantes do 8 de janeiro

 Somos uma família’: senadores bolsonaristas se solidarizam com golpistas ainda presos na Papuda

Publicado por Victor Nunes - Do DCM
Os bolsonaristas chegaram no dia 9 de janeiro ao CDP-2: “uns choravam, outros estavam eufóricos”. (Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil)
Yolanda Pires
Das mais de 2 mil pessoas presas em flagrante por terem participado dos atos golpistas no dia 8 de janeiro, 294 pessoas (86 mulheres e 208 homens) seguem encarceradas no Complexo da Papuda e Colmeia [presídio feminino], em Brasília. Esse contingente de pessoas não só mudou a rotina do sistema penitenciário do DF, como também tem atraído a solidariedade de políticos aliados de Jair Bolsonaro.
Segundo decisões consultadas pela Agência Pública, ao menos 33 deputados e senadores, muitos deles favoráveis ao endurecimento do sistema penal, foram à Papuda e Colmeia visitar os patriotas envolvidos nos atos golpistas. As visitas foram solicitadas pelos parlamentares ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é também relator dos inquéritos que investigam os atos extremistas de janeiro. Ao todo, Moraes deferiu 13 pedidos de visitação em benefício dos políticos.
Uma dessas visitas aconteceu no dia 15 de fevereiro, pouco mais de um mês após a depredação do Congresso, STF e Planalto. Na ocasião, dez líderes políticos do campo bolsonarista tiveram autorização para participar da visita à Papuda e Colmeia numa comitiva liderada pelos senadores Magno Malta e Eduardo Girão. Estavam Luis Carlos Heinze (PP-RS), Tereza Cristina (PP-MS), Rogério Marinho (PL-RN), Jorge Seif (PL-SC), Jaime Bagatolli (PL-SC), Zequinha Marinho (PL-PA), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Marcos Pontes (PL-SP). Marcaram presença também os deputados federais José Medeiros (PL-RN) e a Coronel Fernanda (PL-MT).
No Centro de Detenção Provisória 2, apenas Magno Malta e Eduardo Girão foram autorizados a falar com os presos. Com ternos e gravatas, ao rigor da formalidade do cargo, os dois foram registrados na entrada da unidade em um livro separado para as visitas de autoridades. A visita foi marcada como de caráter “especial”, já que não há previsão na Lei de Execuções Penais de visitas de autoridades. Eles teriam solicitado à direção da Papuda que os presos do dia 8 de janeiro fossem levados ao pátio do CDP-2, local diário dos banhos de sol.
Ao todo, Moraes deferiu 13 pedidos de visitação em benefício dos políticos. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
A Agência Pública confirmou a literalidade das falas dos senadores Malta e Girão registradas nas aspas a seguir. O senador capixaba Magno Malta foi o primeiro a falar. Cada frase dele era acompanhada de um ‘amém’, uma ‘glória’ ou outra resposta típica de cultos neopentecostais. Já o senador Eduardo Girão disse que todas aquelas situações vividas pelos presos tinham um propósito maior. O propósito de tudo aquilo, segundo ele, seria o “crescimento de todos nós”. “Nós somos uma família”, disse. No decorrer de sua fala, Girão repetiu a narrativa bolsonarista de que o país vive uma guerra espiritual.
O senador Malta contou aos presos das reuniões e articulações que fez para ajudar os presos e mostrou-se empenhado com a causa dos encarcerados que atentaram contra a democracia. Malta se emocionou ao final de sua fala. “Quem dera eu tivesse a coragem de vocês, queria poder abraçar vocês e dizer obrigado pelos brasileiros que vocês são”.
O senador também deu informações inverídicas de que o Brasil estava destruído, que empresas saíram do país e que a inflação estava nas alturas. Malta foi aplaudido ao falar que iria “atrás” da empresa responsável pelo fornecimento de refeições na Papuda, uma das principais reclamações dos golpistas — a empresa em questão foi contratada na gestão de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso até a semana passada pelos atos golpistas de janeiro.
Magno Malta é um dos parlamentares mais assíduos na tentativa de visitar os golpistas na Papuda. No ofício em que encaminha um pedido de Malta ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por autorizar as visitas, o secretário de Administração Penitenciária do DF, Wenderson Souza e Teles, declarou que “é necessário cautela para que essas inúmeras visitas não prejudiquem a rotina prisional”.
Em ofício enviado no dia 17 de fevereiro à juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do DF, Malta relatou que, naquela semana, fez 4 visitas à Papuda e à Colmeia, chamando de “preocupante” a situação dos presos do dia 8 de janeiro. Segundo ele, “foram horas dedicadas a conversar com cada pessoa [detida]”. No ofício, o senador alegou ainda ter recebido denúncias de violações de direitos humanos, que não foram comprovadas.
A reportagem tentou contato por telefone, e-mail e pessoalmente no gabinete dos senadores, mas Magno Malta e Eduardo Girão não deram retorno até a publicação. O espaço segue aberto, caso se manifestem.
Romaria parlamentar
Também a deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) teve deferidos três pedidos de visita – uma no dia 28 de fevereiro, e duas no dia 5 de maio. Em entrevista para o programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, Zanatta relatou a sua visita na Colmeia. “Depois que eu fui, vários parlamentares se levantaram e começaram a ir. Eu lembro que o Nikolas [Ferreira, deputado federal] também já tinha marcado uma data para ir. E a gente começou a falar muito disso depois dessa ida ao presídio”, contou à revista. “A gente começou a usar a tribuna constantemente para falar desse assunto”, continuou.
Em 13 de abril, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) subiu à tribuna do Plenário Ulysses Guimarães e falou sobre a visita que fez aos bolsonaristas na Papuda. “Eu estive, nessa segunda-feira, na companhia do Senador Izalci Lucas, no complexo da Papuda, onde nós fomos visitar os presos políticos que lá se encontram, pessoas que estão presas há muito mais tempo do que a legislação brasileira permite”, afirmou — dois dias antes, na mesma tribuna, a deputada havia anunciado o relançamento da Frente Parlamentar pela Redução da Maioridade Penal. A visita dela e do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 4 daquele mês.
Kicis conversou com a Pública no dia 28 de abril e deu detalhes de sua visita. Também reunidos no pátio da unidade prisional, a deputada recorda que todos os presos se mostravam muito angustiados e ansiosos pela liberdade. Àquela altura, estavam detidos no CDP-2 há cerca de 90 dias. Se forem condenados, a pena para tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa varia entre 4 e 8 anos de cárcere.
Junio Amaral (PL-MG), policial militar reformado de Minas Gerais, também foi autorizado por Moraes a visitar o preso Luiz Adrian de Moraes Paz. Adrian Paz é ex-prefeito de Patos de Minas, filiado ao partido de extrema-direita PRTB e coordenador de comunicação do grupo B-38, que teve o canal no Telegram bloqueado pela justiça por incentivar manifestações antidemocráticas.
Negacionismo ou isolamento
Em 9 de janeiro, quando chegaram os cerca de 900 bolsonaristas presos no CDP-2, o defensor Felipe Zucchini, da DPDF, acompanhou de perto as primeiras horas deles na penitenciária. Segundo ele, estavam atordoados.
Ele lembra que uns choravam muito e outros se mostravam eufóricos e confusos com a situação. “Acho que até por uma questão de classe, que se vêem como os corretos, superiores e crentes em Deus, eles nunca se colocaram [naquela situação], não entendem que o fenômeno do crime pode chegar a todos”.
O defensor estava na unidade móvel da defensoria quando viu na porta do CDP-2 a comitiva formada por 10 parlamentares encabeçada pelos senadores Malta e Girão. Segundo ele, naquele dia ele se apresentou à comitiva, descreveu as reclamações dos acusados dentro da prisão e colocou-se à disposição para o que fosse preciso. “Depois também acompanhei a visita com o ministro Alexandre de Moraes, com a governadora [em exercício] do DF [Celina Leão] e também a ministra Rosa Weber […], enfim, todos muito preocupados com as condições do cárcere”, explicou o defensor, ao se referir a visita realizada no dia 10 de abril, quando Moraes chegou a experimentar a comida oferecida aos detidos.
Inaugurada em 2021, atualmente a ala B do bloco 6 do CDP-2 é a única que abriga os golpistas do dia 8 ainda encarcerados — centenas deles foram soltos condicionalmente pelo STF após a identificação, entre elas as maiores de 70 anos, as com idade entre 60 e 70 anos com comorbidades e cerca de 50 mulheres que estavam com filhos menores de 12 anos nos atos.
O CDP-2 funciona como a porta de entrada da cadeia. É onde os presos recém-chegados da rua são submetidos à quarentena e recebem tratamentos médicos e imunológicos, como a vacina contra a Covid-19. Segundo uma fonte que pediu anonimato, alguns dos presos se negaram a receber a vacina e alguns mudaram de ideia ao descobrir que não-vacinados ficam 20 dias em isolamento, uma medida sanitária para evitar novos contágios.
Ao serem levados à penitenciária, os detidos são registrados e conduzidos às celas e devem usar roupas brancas, muitas vezes fornecidas pela própria família, mas muitos teriam continuado com as mesmas roupas verde e amarela, quando foram vandalizadas as sedes dos três Poderes.
Outros, por sua vez, tiveram que usar uniformes de escolas públicas cedidos pelo próprio governo distrital. A informação foi confirmada pelo advogado João Alberto, da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), que atuou na defesa dos presos.
Cárcere e fé
No dia 15 de janeiro, uma semana após os atos antidemocráticos, Rogério Soares, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Brasília, conhecido como frei Rogério, esteve na Colmeia celebrando uma missa em uma pequena capela no interior da penitenciária. O frei é o mesmo que celebrou missa “pela saúde e vida” de Anderson Torres.
O frei disse à Pública que, ao chegar na prisão, as presas que quisessem participar da pequena celebração eram convidadas a preencher um papel demonstrando interesse. A maioria das participantes daquele dia 15 eram, nas palavras do religioso, “presas que estiveram nas manifestações”. Para ele, provavelmente, elas tinham mais interesse na fé católica que as demais.
Naquele dia, ainda antes de iniciar a missa, em uma salinha ao lado da capela, frei Rogério ouviu as confissões de ao menos dezesseis mulheres que uma semana antes haviam participado dos atos golpistas na capital federal. Os membros da igreja que o acompanhavam evangelizavam as demais com cantos e palavras. Na missa, cerca de 70 patriotas participaram com fervor do evento católico.
Para o defensor Zucchini, de tudo que viu e ouviu, tanto dos detentos do dia 8 de janeiro quanto dos demais, é impossível dizer que exista um regime de privilégios aos presos golpistas. Para ele, o sistema carcerário segue violento e indigno com a vida das pessoas encarceradas. “É a maior violação de direitos humanos que tem no Brasil”, afirma. No entanto, ele diz que existem regalias sutis que refletem os próprios privilégios que existem fora da cadeia. “O que aconteceu nesse fato [da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro] também é a falência da sociedade, e o direito penal é tido como um bote salvador. […] Falhamos com sociedade e temos o bote salvador do direito penal”.
Desde abril, o STF iniciou uma série de julgamentos sobre os pedidos de abertura de ação penal feitos pelo Ministério Público contra os golpistas do 8 de janeiro – incluindo os que estão na Papuda e Colmeia. Até o momento, já foram concluídas as deliberações de três blocos de julgamentos e 795 pessoas já são rés – mais da metade dos 1.390 denunciados pela Procuradoria-Geral da República.
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Advogados expõem o que Dallagnol esconde de sua cassação


Publicado por Augusto de Sousa -do DCM
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol. Foto: reprodução
Após sua cassação, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) saiu por aí dizendo ser vítima de uma perseguição do governo Lula, que o levou a perda do mandato. Os advogados Luiz Eduardo Peccinin e Priscila Conti Bartolomeu resolveram expor o lavajatista e explicar, no UOL, o que ele esconde sobre seu processo de cassação:
É de conhecimento público e notório que na última terça-feira (16), por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o registro de candidatura e o mandato do ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol. O motivo: a Lei da Ficha Limpa prevê como inelegíveis aqueles demitidos do serviço público ou aqueles que solicitam exoneração na pendência de um processo administrativo que possa levar a esse fim.
No caso, a Corte Eleitoral reconheceu que Deltan pediu exoneração para não enfrentar os processos que poderiam resultar em sua demissão e tornar sua inelegibilidade incontroversa. Ou seja, praticou ato lícito com fins ilícitos: saiu do Ministério Público Federal para fugir de uma possível responsabilização.
Primeiramente, um fato importante merece ser mencionado: Deltan só precisaria sair do Ministério Público para se candidatar no dia 2 de abril de 2022, mas pediu exoneração no dia 3 de novembro de 2021. Renunciou a cinco meses de salário e prerrogativas sem necessidade. Essa pressa só pode ser explicada por aquilo que ex-deputado não contou a seus eleitores desde a decisão do TSE.
Deltan, por exemplo, omitiu o fato de que, ao deixar a procuradoria federal, já tinha dois processos administrativos disciplinares processados, julgados e com punição aplicada contra ele.
Não contou que, até este momento, os dois processos estão com recursos do próprio Dallagnol “pendentes” de apreciação junto ao STF, tribunal que o ex-deputado chamou de “mãe de todos os corruptos do país” durante as eleições de 2022. É importante ressaltar que, de acordo com a lei orgânica do MP, tais processos representavam antecedentes que autorizavam que as próximas punições já fossem de suspensão e posterior demissão do serviço público.
O ex-procurador não contou também que apenas cinco dias antes de sua exoneração o Conselho Nacional do Ministério Público recebeu da corregedoria do MPF um inquérito administrativo disciplinar, com aproximadamente 3 mil páginas, concluído e com acusação sumulada para a abertura de processo administrativo disciplinar.
A causa? Dallagnol manteve, por quatro anos, um aparelho gravador de ligações telefônicas na sede do MPF em Curitiba, sem regulamentação ou autorização superior. Durante esse período, gravou ilegalmente mais de 30 mil conversas, sem qualquer procedimento legal ou fiscalização.
Esqueceu de relatar ainda que, além desses casos, tinha contra si mais 15 reclamações disciplinares, com acusações que variavam desde improbidade administrativa e violação a sigilo processual até abuso de poder e apropriação indevida de valores de diárias da Operação Lava-Jato.
Em todos os casos, o ex-deputado já havia se manifestado, o que prova que ele tinha plena ciência da seriedade das acusações e da plausibilidade das provas, já que o CNMP poderia ter arquivado de plano esses processos e não o fez.
Por fim, o ex-deputado esqueceu de mencionar uma ligação telefônica revelada pela operação Spoofing entre ele e Bruno Brandão, diretor da Transparência Internacional no Brasil (instituição que agora critica o TSE pela cassação). Deltan relata que “a conversa no CNMP é essa: querem me enquadrar também, a partir das reclamações do Gilmar e do Congresso sobre minhas manifestações. (…) Podem entender que meu envolvimento é uma quebra de decoro. Se cada manifestação for tomada como um ato e gerar reincidência, isso significa risco até de demissão”. O medo da punição, portanto, não tinha nada de “imaginário”.
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