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CAMPANHA SUJA CONTRA O PRESIDENTE



Miami (EUA) - Uma eleição, assim como um jogo de futebol, deixa o vencedor eufórico e o derrotado triste. Mas, no caso americano, a última eleição deixou os derrotados rancorosos e eles não aceitam até hoje a escolha da maioria dos votantes que transformou Barack Obama no atual presidente dos Estados Unidos da América.

Depois da polêmica com a suposta nacionalidade de Obama – com os conservadores mais recalcitrantes insistindo que o presidente deveria renunciar por não ser americano nato -, chegou a vez da turma do contra cerrar fileiras para inviabilizar a reforma do sistema de saúde pública do país. A tal ponto que um destes republicanos mais empedernidos bradar ser muito importante evitar a aprovação do “Obamacare”, como eles batizaram ironicamente o projeto de lei, “porque isto representará o Waterloo de Obama”, em referência à batalha onde o então poderoso de Napoleão Bonaparte foi derrotado.

Agora, o novo objetivo da ira dos conservadores radicais é um discurso preparado por Obama para ser transmitido às escolas de todo o país. O conteúdo é apenas motivacional, com o presidente conclamando os estudantes a se esforçarem mais para melhorar seu desempenho escolar. O material deveria ser reproduzido em todas as escolas do país, e servir para dar uma injeção de ânimo aos alunos do ensino básico.

Porém, sempre há um porém, a brigada conservadora ligou a metralhadora giratória e começou a vociferar nos talk shows e nos programas da Fox News que Obama está querendo fazer uma doutrinação das crianças americanas e, portanto, isto não deveria ser permitido. Infelizmente, alguns pais e mesmo educadores acabaram entrando na onda paranóica e já manifestaram interesse em não veicular a mensagem presidencial, até porque pensam que isto pode ser mesmo (!) um instrumento de doutrinação política, apesar da Casa Branca ter liberado o conteúdo para ser ouvido com antecendência, a fim de dirimir dúvidas.

Mas, neste caso, os maledicentes não querem dirimir dúvidas. O que eles desejam é disseminar mentiras e confundir a opinião pública, sobretudo aquela formada pelos americanos menos esclarecidos, que serve de massa de manobra para os inimigos do presidente, e se concentra nos estados do interior do país.

E eles vêm obtendo sucessos pontuais. A Casa Branca já admite modificar o conceito básico do sistema de saúde pública e um dos conselheiros mais próximos de Obama, Van Jones, que vinha desenvolvendo o projeto ecológico do governo foi obrigado a se demitir após uma campanha virulenta dos supraconservadores.

Irônico mesmo é constatar o sinal trocado. Todas as vezes que alguém criticava o ex-presidente George W. Bush a brigada conservadora se insurgia e contra-atacava dizendo que criticar o presidente dos EUA era uma atitude anti-americana. Agora, no entanto, eles não se cansam de criticar o atual presidente. Talvez porque na cabeça deles Obama não passe de um “estrangeiro liberal que quer levar os EUA para o socialismo”.

O pior é que tem gente que acredita nisto!


O texto é do Antonio Tozzi, postado pelo bloguista Victor Macário, do Pessoal do blog nos EUA.

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