
O Diplomata cearense, jornalista e advogado Catunda Resende, é o chefe da Embaixada do Brasil em Honduras. Em Tegucigalpa Catunda sofre com o corte de água e de energia no prédio que está iluminado graças a um gerador. Mas a Embaixada está sem telefone e com restrições no abastecimento de água.
Honduras: Polícia e Exército entram em confronto com seguidores de Zelaya em frente à Embaixada do Brasil
A polícia hondurenha entrou em choque com seguidores de Manuel Zelaya, na manhã desta terça-feira, em frente à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Foram disparadas bombas de gás lacrimogêneo, e os simpatizantes do presidente deposto teriam incendiado um carro da polícia. Fonte do Itamaraty informou que a Embaixada, que abriga Zelaya, está sem água, luz e telefone. Segundo o presidente deposto, a casa da representação diplomática do Brasil foi alvo de ataque e suas imediações estão repletas de francoatiradores. ( Veja as imagens dos confrontos )
- Às 5h da manhã (3h de Brasília) atacaram a embaixada com bombas - disse Zelaya à rede de TV, contando que as forças policiais e militares "estão atacando fortemente em diferentes lugares do país".
Zelaya diz não saber quando deixará o abrigo .
- Estamos rodeados de francoatiradores - continuou o governante deposto em 28 de junho, dia em que promoveria um referendo sobre mudanças constitucionais.
Embaixada está sem água, luz e telefone
De acordo com uma fonte do Itamaraty, a Embaixada funciona, neste momento, com geradores. Isto porque houve corte de luz, água e telefone. Em decorrência desse quadro, os funcionários pediram apoio à embaixada dos Estados Unidos para, caso haja necessidade, sejam fornecidos reforço na segurança e óleo diesel.
Dentro da embaixada, há cerca de 70 pessoas simpatizantes a Zelaya. Os funcionários foram orientados a permanecer em suas residências. Quem está respondendo pelo governo brasileiro é o encarregado de negócios Francisco Catunda Resende.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira em Nova York que o Brasil garante o direito do presidente deposto de buscar abrigo na Embaixada.
- Não podemos aceitar que por diferenças políticas as pessoas pensem que têm o direto de depor um presidente eleito democraticamente - disse Lula entrevista em Nova York.
Governo interino afirma que Zelaya teve ajuda de país sul-americano
A embaixada de um país da América do Sul teria ajudado o presidente deposto, a retornar ao país, na segunda-feira, e a receber abrigo na Embaixada do Brasil , em Tegucigalpa informa o jornal hondurenho "El Heraldo". Segundo o diário, o ministro da Defesa, Adolfo Lionel Sevilla, disse que tem "a informação de que um governo da América do Sul, que não é a Venezuela, entrou com seu carro no país, mas ainda não podemos confirmar" a nacionalidade dos ocupantes do veículo. Na noite de segunda-feira, o presidente interino, Roberto Micheletti, pediu que o Brasil entregue Zelaya às autoridades locais . Ele ressaltou que seu governo respeita os limites da diplomacia brasileira em Honduras, ainda que o país "não tenha reconhecido" sua administração.
Não deram nem conta da hora que entrei, foram enganados
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Acredita-se que Zelaya tenha entrado na Embaixada às 3h de ontem (6h de Brasília) "em um carro de outra embaixada", afirmou um funcionário. No entanto, outras fontes dizem que o carro de um político de San Pedro, em Honduras, teria entrado com Zelaya. ( Toque de recolher é estendido para toda terça-feira em Honduras )

Às 10h (13h de Brasília) circulou a versão na rádio e na televisão de que o presidente deposto estaria no edifício da ONU, mas logo Micheletti negou os boatos, afirmando que Zelaya estava "tranquilo em uma suíte de um hotel na Nicarágua". Horas depois, Zelaya confirmou sua entrada e revelou que retornou a Honduras após viajar durante mais de 15 horas na companhia de outros quatro homens.
Antes de voltar, Zelaya fez um giro de 86 dias por vários países para pedir apoio internacional. As viagens foram financiadas pela Venezuela.
- Não deram nem conta da hora que entrei, foram enganados - disse Zelaya, ironicamente.
Micheletti disse no fim da noite de segunda que recebeu informações de que Zelaya viajou da Nicarágua para El Salvador e logo seguiu para a Guatemala, de onde entrou em Honduras por terra. O presidente interino disse que desconhecia a versão de que "um cidadão hondurenho" teria ajudado Zelaya a entrar no país.
Micheletti não deu nomes e Sevilla defendeu as Forças Armadas ao negar que a inteligência militar tenha falhado.
- A inteligência militar não falhou. Todas as possibilidades existiam - disse ele ao "El Heraldo".
Jornal relata trajeto de Zelaya a Honduras
O jornal espanhol "El País" informou nesta terça-feira que às 22h de domingo (1h de Brasília), um avião da Força Aérea da Venezuela entrou em contato com a torre de controle do aeroporto internacional de El Salvador e pediu autorização para aterrissar.
- Negamos a autorização porque seu pedido não estava baseado em nenhuma das situações de emergência que contemplam as convenções internacionais - explicou um funcionário de El Salvador.
Mesmo assim, segundo o jornal, a aeronave procedente da Nicarágua, iniciou a manobra de aterrissagem, ao mesmo tempo em que vários carros com placas do governo chegavam ao terminal de San Salvador. Para a surpresa dos funcionários do aeroporto, quem desceu do avião venezuelano foi o presidente deposto, Manuel Zelaya.
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Só posso dizer que Zelaya chegou de avião e se foi de avião
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Simultaneamente, os veículos oficiais buscavam dirigentes do partido FMLN, que governa El Salvador, com o deputado Sigfrido Reyes. O político confirmou ao "El País" que durante um bom tempo conversou com Zelaya sobre seus planos de regresso a Honduras. "Mas neste momento não posso dar muitos detalhes", disse Reyes ao diário espanhol. "Só posso dizer que Zelaya chegou de avião e se foi de avião".
Segundo o diário, o avião que o presidente Hugo Chávez colocou à disposição de Zelaya foi multado em US$ 30 mil.
Até que Zelaya decida contar, os detalhes de seu retorno são só especulações. Sabe-se que seu avião saiu da Nicarágua e que fez escala em San Salvador. Até onde foi, a pista final de pouso e o país que ajudou na manobra são dúvidas ainda não esclarecidas.
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