“O vereador Carlos Mesquita (PMDB) decidiu entrar na briga com a bancada da oposição na “guerra dos vídeos” na Câmara Municipal. “Se vai ter que ter guerra, nós estamos preparados também. Cada ação vai ter resposta”, disse o peemedebista, após exibir três vídeos institucionais da Prefeitura de Fortaleza.
A ação foi uma resposta ao vereador Plácido Filho (PDT), líder da oposição. Na última terça-feira, o pedetista provocou discussão no plenário, por exibir imagens de obras paradas no conjunto habitacional Rosalina.
Já as peças mostradas ontem por Mesquita faziam alusão a ações positivas da Prefeitura. O vereador admitiu que os vídeos não contemplavam toda a realidade de Fortaleza. Ele exibiu o vídeo para mostrar as possibilidades de manipulação.
Mesmo assim anunciou: “Na próxima semana, vamos mostrar um vídeo da Rosalina”. Caso as exibições não sejam proibidas “vai ser uma guerra. Vamos ver quem convence mais”, afirmou Mesquita.
O clima da sessão esquentou com a intervenção de Plácido, que questionou a exibição dos vídeos com falas. No dia anterior, o presidente da Casa, Salmito Filho (PT), havia dito que os vereadores não poderiam mostrar imagens com falas, até que seja aprovado o novo regimento. A exibição do vídeo de Plácido, na véspera, foi feita apenas com trilha sonora, mas sem falas.
Por conta disso, Plácido e Mesquita bateram boca e, alterados, gritaram no microfone. “Onde foi feita essa imagem? Nos Estados Unidos, na Europa?”, questionou Plácido, sobre o vídeo de Mesquita. “Isso que eu fiz eu sou contra, mas se for preciso, eu vou fazer”, respondeu o peemedebista.
O vereador Roberto Mesquita (PV), que presidia a sessão no momento, ordenou o corte do som dos microfones. Mas a discussão só terminou quando Salmito Filho reassumiu a presidência. O petista clamou por “maturidade política”. “Esse parlamento vai ser de respeito”.
O presidente, no entanto, disse que não foi correto Carlos Mesquita exibir uma produção com falas. “Tratamento isonômico é para todos. Ou tem ou não tem”. Por isso, ele autorizou a oposição a exibir um novo vídeo, desta vez com falas – o que promete prolongar a polêmica nas próximas sessões.
Obras paradas
A assessoria de comunicação da Habitafor, responsável pelas obras da Rosalina, informou ontem que a interrupção das obras, apontada por Plácido no polêmico vídeo de terça-feira, ocorreu porque a construtora Palmas, contratada para realizar o trabalho, pediu para não continuar na obra, por “por problemas econômicos”.
O contrato foi desfeito, de forma amigável e uma nova empresa já foi contratada em caráter de urgência – sem licitação – para concluir as 175 casas deixadas incompletas. Para o restante do conjunto, haverá nova licitação.
Já o responsável técnico da Palmas, Cláudio César, informou que a empresa havia sido contratada para a construção de 1241 habitações. Perto de concluir o vencimento do contrato, a prefeitura não havia liberado 80% do terreno, inviabilizando as obras. Por isso, não seria viável continuar com a obra.
A assessoria do Habitafor confirma não ter havido a desapropriação de uma etapa, mas afirma que a construtora poderia ter concluído as 175 casas iniciadas.
Cláudio César reclamou ainda do ritmo lento da liberação do dinheiro pela Prefeitura.”
(Jormal O POVO)
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