Por uma pedra de crack, uma mãe empenhou o filho com uma traficante como garantia de pagamento de dívida. Ela deixou a criança - de pouco mais de 1 ano - com a promessa de que buscaria o dinheiro. Passados cerca de dois meses, ainda não teria retornado para pegar o menino.
O dramas é um dos muitos revelados no documentário "Selva de Pedra - A Fortaleza Noiada", realizado pela Central Única das Favelas (Cufa-CE), que será exibido no Rio no Hutúz Filme Festival, no Cine Odeon. O lançamento oficial será em Fortaleza, no dia 1 de dezembro, na Assembleia Legislativa do Ceará, mostra reportagem publicada neste domingo pelo jornal O GLOBO.
Os entrevistados aparecem fumando crack (na lata ou no cachimbo) enquanto revelavam os estragos que a droga provocou em suas vidas e permitiram a filmagem, com a garantia de que teriam suas identidades protegidas. Entre os relatos, há o de uma mãe que não via os três filhos há quinze dias.
Deixou o caçula de nove meses aos cuidados de outra de nove anos. Um ex-usuário lembra que ficou sete dias sem banho. E outro dá seu depoimento enquanto fuma crack pelo terceiro dia consecutivo sem sair de dentro de um pequeno banheiro transformado num "noiódromo", uma referência à noia, ou efeito causado pela droga.
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