O professor Antônio Mourão Cavalcante escreve artigo no O POVO deste sábado se solidarizando a docente da UFC, onde ele também é professor, vítima, segundo diz, de um processo injustiça que tramita na Justiça Federal. Reflita e avalie se o articulista tem razão. O comentário é do Eliomar de Lima de onde puxei este assunto que lí n'O Povo.
Não tenho procuração oficial para defender Flávio Leitão, médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. Mas, por uma imperiosa obrigação de consciência, assumo o que passo a afirmar. Referido colega, quando iniciava seu processo de aposentadoria, foi surpreendido com um procedimento judicial que lembra as coisas de Kafka. Agora, está posto na condição de réu. Qual foi o grande crime cometido pelo honrado, ético e dedicado mestre? Seguinte: ele tinha um regime de trabalho “dedicação exclusiva“, onde apesar das reconhecidas qualificações e empenho sempre demonstrado, recebia uma remuneração mensal de três mil e quinhentos reais. A lei determina que o professor só pode ter essa fonte de rendimento. Estava impedido de exercitar seus conhecimentos e habilidades na arte médica. E, lei é lei.
Foi o que aconteceu. Um abnegado membro do Ministério Público levou-o à Justiça Federal. O juiz daqui não acatou a denúncia. O devotado procurador não recuou da ação e incontinenti, apelou para a instância superior, Recife. Eis o colega jogado às feras. Parece até que nada de sujo se faz nesse país. Salvo o professor que agora virou a grande Geni.
Não senhores! Não é assim que se trata um velho mestre. (72 anos) Nem é assim que a sociedade agradece a um médico em final de carreira. É doloroso constatar que, ao crepúsculo da vida profissional, leve para casa, por conta de todos estes anos de intenso labor, um volumoso processo na Justiça Federal.
Meu mestre amigo, você tem toda a minha solidariedade. E, lanço um veemente apelo à Universidade para que não se cale. Reaja. Ao Conselho Regional de Medicina para que não se esconda. Reaja. A Associação dos Docentes (Adufc) para que não se acovarde! Reaja. Que todos os movimentos médicos e docentes entendam que não é apenas um mestre que está sendo aviltado, mas toda uma categoria que exige respeito.
A lei não é soberana. O humano, sim.
Antonio Mourão Cavalcante – Médico e antropólogo. Professor universitário
a_mourao@hotmail.com
Penso eu: O Mourãozão não sabeo risco que corre ao reagir. Fi-lo certa vez. Sifu-me uma vez mais.
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