Orestes Quércia foi reeleito presidente do PMDB-SP


José Cruz/ABr

Má notícia para a presidenciável petista Dilma Rousseff: Orestes Quércia foi reeleito presidente do diretório do PMDB no Estado de São Paulo.
Deu-se numa convenção realizada neste domingo (13). Votaram cerca de 670 filiados do partido. Quércia arrastou 597 votos (88% do total) 597 73
O adversário dele, o ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi, incensado pelo petismo e pelo pedaço do PMDB que flerta com Dilma, beliscou irrisórios 73 votos (12%).
A maioria de Quércia, por acachapante, dá-lhe o direito de compor os demais cargos do diretório estadualcomo bem entender.
Bom para o presidenciável tucano José Serra, que mantém com Quércia um pré-acordo para 2010.
Quércia será acomodado na chapa da oposição em São Paulo como candidato ao Senado. Em troca, apoia Serra.
Sempre que perguntado, Quércia diz que seu apoio será transferido para Aécio Neves, caso o PSDB opte por ele em vez de Serra.
Trata-se de uma declaração protocolar. Quércia descrê da possibilidade de Aécio prevalecer sobre Serra.
Sob holofotes, Quércia também promete apoio ao governador do Paraná, Roberto Requeião, que se apresenta como alternativa presidenciável do PMDB.
Afirma que, se o nome de Requião for aprovado na convenção nacional, marcada para junho de 2010, dará meia-volta nos compromissos assumidos com o PSDB.
Jogo de cena. Em privado, Quércia revela-se descrente da possibilidade de o PMDB referendar o nome de Requião em convenção.
Interessa-lhe soprar o balão de Requião porque, com isso, atrapalha os planos do pedaço do PMDB que formou um acordo pré-nupcial com Dilma Rousseff.
Patrono do acordo pró-Dilma, o presidente da Câmara, Michel Temer, foi às eleições internas deste domingo como integrante da chapa de Quércia.
No plano nacional, Temer tenta dar as cartas. Em São Paulo, sabe que o dono da mesa é Quércia. Ele manda no carteado estadual há 20 anos.
Até bem pouco, as relações entre Temer e Quércia eram reguladas por um acordo verbal.
Previa o seguinte: Quércia não importunava Temer nos assuntos nacionais e Temer não incomodava Quércia nas questões estaduais.
O pacto começou a ruir depois que a ala de Temer pôs um pé no palanque de Dilma. Quércia passou a imiscuir-se nos assuntos nacionais.
Faz o que pode para envenenar o pacto PMDB-PT. Há dois dias, animou-se a apoiar Lula, contra Temer: “Tudo bem o Lula querer uma lista tríplice. Por que não?”
Referia-se à sugestão, feita por Lula, de que o PMDB encaminhe a Dilma três alternativas de candidatos a vice-presidente.
Um despautério, na visão do pedaço do PMDB que vê em Temer alternativa única para fazer companhia a Dilma na chapa presidencial.

Escrito por Josias de Souza
TRanscrito do Blog do Josias

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