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Bilhete do Francis Vale

Macário,

A mensagem abaixo foi publicada na lista de discussão referida. A picaretagem
já está armada. Se quiser publicar, com a minha assinatura, pode mandar ver.
Já detonei nessa e em outras listas.
Tem alta picaretagem na jogada. Vou colher mais informações. Depois lhe repasso.
Um abraço do
Francis
---------- Forwarded Message -----------
From: "Francis Vale"
To: cinemabrasil@cinemabrasil.org.br
Sent: Tue, 9 Feb 2010 07:51:07 -0300
Subject: [CINEBRASIL] Projeto Megal�

Caros,

Enquanto realizadores e produtores cinematográficos discutem a trágica
situação da EXIBIÇÃO de suas obras no País, eis que surge um projeto de
investimento milionário na construção de um LABORATÓRIO para a realização de
TRANSFER( passar de digital para película) no Nordeste, mais precisamente na
região do Cariri, sul do Ceará.
Segundo consta, o projeto teria financiamento do BNDES, ANCINE e Governo do
Estado.
Muitos realizadores estranham a movimentação dos mentores do projeto, que agem
na surdina, sem nenhuma discussão com as entidades representativas da
categoria.
Apenas a título de esclarecimento, gostaria de lembrar que, nos anos 80 do
século passado, essas idéias circularam pelo Ceará. Na época, falava-se num
Complexo Industrial de Produção Audiovisual do Nordeste (CIPAN): um terreno de
50 hectares, localizado próximo a Fortaleza, onde deveria ser erguida uma
edificação de DEZ MIL METROS QUADRADOS, na qual funcionariam ESTUDIOS,
LABORATÓRIOS E SALAS DE CINEMA.O custo da obra girava em torno de CINQUENTA
MILHÕES DE DÓLARES. A "miragem" foi logo apelidada de "Vera Cruz da Caatinga",
numa referência direta à Vera Cruz da Paulicéia.
A idéia não vingou porque o Governo do Estado encomendou um ESTUDO DE
VIABILIDADE ECONÔMICA à FINEP, cujo resultado não foi divulgado, mas sabe-se
que concluiu por DESACONSELHAR a aventura.
Passados mais de vinte anos, a idéia é "requentada" por alguns dos entusiastas
da primeira tentativa. O processo está em andamento. Na "moita", como convém
aos profissionais da esperteza. E já foi batizado de VCVC(Vera Cruz do Vale do
Cariri).
Alguns perguntam: fazer transfer pra que? Se as salas de exibição estão
ocupadas pelas "majors" e só passam os filmes brasileiros parecidos com os
delas? Fazer película para ocupar mais espaços... nas prateleiras? O que
querem os "gênios requentadores" dessa malfadada idéia?
Enquanto o Governo Federal empenha-se em construir salas com EQUIPAMENTO
DIGITAL em cidades com mais de 20 mil e menos de 100 mil habitantes,
nossos "iluminados" querem aumentar os lucros das kodacs da vida,
transformando filmes digitais em analógicos que, em tese, deveriam ser
exibidos nas salas das "majors". Falta apenas combinar com o outro lado, como
diria Garrincha.
Acho que é preciso mais responsabilidade com o dinheiro público. Alguém já
imaginou o que teria acontecido se a Vera Cruz da Caatinga tivesse vingado?
Seriam 50 milhões de dólares lançados pelo ralo. No entanto, muita gente boa
teria saído com os bolsos bem forradinhos. Parece que estamos vendo o "remake"
de um velho filme.
Um abraço do

Francis Vale

Enviada por: "Francis Vale"

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