Nos intervalos em que os ânimos estavam calmos, membros da base de apoio ao Executivo tentavam explicar o porquê das comportas terem sido abertas. O líder do Governo, Nelson Martins (PT), foi o principal deles. Segundo o parlamentar, a decisão não foi à revelia, mas sim tomada por unanimidade num seminário realizado em Limoeiro do Norte realizado com representantes de todos os comitês de bacia da região.
O petista argumentou que a vazão de água foi autorizada para evitar alagamentos em cidades ribeirinhas, caso as previsões da Funceme de que este ano deve ser de pouco inverno não se confirmem. Por conta disso, Nelson classificou as queixas de Cirilo Pimenta como sem fundamentação.
MELHOR PREVENIR...
Segundo o líder, o Castanhão está com 77% da sua capacidade, enquanto o Banabuiú está com 75% e o Orós com quase 80%. Se fortes precipitações ocorrerem, cidades ribeirinhas poderiam ser inundadas. “O que seria uma tragédia, como já aconteceu, como todos nós sabemos, em 2008 e 2009”, acrescentou.
Daí a necessidade de se baixar o nível das águas – medida tida por ele como preventiva. “O Castanhão estava na cota 102. Quando se construiu, tem lá no contrato que, para você fazer o controle das cheias, ele tem que estar na cota 100. Então, chegou-se ao consenso de deixá-lo na cota 101”, pontuou.
Nelson foi reforçado por Carlomano Marques e Manoel de Castro. Ambos disseram que Pimenta está desinformado quanto às ações do Castanhão, que suporta 6,7 bilhões m³ de água e estava com 5,7 bilhões. Com a abertura das comportas, o nível caiu para 4,6 bilhões. “A injustiça funciona como mordida de cobra: eu pulo longe”, declarou Marques, referindo-se ao discurso de Cirilo.
CRÍTICA? QUE CRÍTICA?
Já longe da tribuna, Cirilo negou que tenha feito queixas sobre o modo como a Cogerh e a SRH gerenciam os recursos hídricos do Estado. “Na verdade, eu não fiz crítica. Só me mostrei preocupado com essa situação, porque estamos com uma previsão de que teremos inverno fraco e não podemos ficar desperdiçando água”, esquivou-se.
Entretanto, Pimenta avisou: independente de ser candidato ou não ao Governo – como Carlomano insinuou no início da discussão, não vai furtar-se de abrir o chamado “fogo amigo” contra o Palácio Iracema. “Acho que quiseram se aproveitar de uma situação que eu coloco de vez em quando para me comprometer. Mas eu repito: é preciso conter não só a água do Castanhão, mas dos açudes, dos lagos e dos poços perdidos que estão aí perfurados e sem nenhuma utilidade”, acrescentou.
QUANTO MAIS PRÓXIMO...
Também fora da zona de conflito, Luiz Pontes (PSDB) disse ser normal os ânimos estarem exaltados. Na opinião dele, tudo fruto de termos entrado num ano eleitoral. “A discussão sempre vai existir. Mas é lógico que, quando se aproxima da eleição, as coisas ficam mais acirradas. Agora...eu acho que você não pode é deixar que baixe-se o nível. Isso não é bom pra ninguém”, atestou. (BC)
Penso eu: O CIrilo Pimenta tem razão. E o pior de tudo é que a água não é da COger nem da Secretaria de Recursos Hidricos, mas do DNOCS que é quem fez o Castanhão com seus recursos apesar de o Governo do Ceará à época, não querer.Ninguem de bom senso joga água fora sem necessidade.
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