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Campanha da Fraterndiade - Discurso do Padre Zé

O Sr. JOSÉ LINHARES (PP-CE) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhores e Senhoras Deputados - A Campanha da Fraternidade de 2010 é o resultado das reflexões do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, conselho composto pelas – Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.
Debruçando-se sobre a realidade brasileira e conduzidas pelas palavras de Jesus Cristo, que diz: “Não acumuleis para vós tesouros na terra, onde as traças e os vermes arruínam tudo, onde os ladrões arrombam as paredes para roubar. Mas acumulais para vós tesouros no céu. (Mt 6,19-20a). Ninguém pode servir a dois senhores: ou odiará a um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”.
Sob o título: Economia e Vida, intenta conclamar a todas e a todos a construir uma sociedade , educada para viver um novo modelo econômico, onde os valores definitivos e eternos sobrepujem os atuais parâmetros do consumismo, da ganância, do ter mais, do subjugar o Ser e o Agir a ambições que esvaziam a plenitude do Ser e massacram e atropelam a maioria dos desvalidos.
Aproveitando o precioso período da quaresma, quando somos convidados ao exercício de voltarmo-nos para nosso interior e conferirmos nossas opções rotineiras e, compelidos pela graça, somos chamados à conversão. A Campanha da Fraternidade coloca à nossa disposição uma série de fatos, estatísticas, constatações que expõem a nossos olhos uma sociedade eivada de contradições, injustiças, perversidades que ferem o conviver entre os homens e ameaçam a Paz Social aspirada por todos.
A ênfase do apelo reside na constatação que toda economia que não está a serviço da vida é perversa, mal sã e fratricida. Propugna para que haja mais justiça social, consciência ambiental, superação da miséria, da fome, resgatando-se assim a dignidade da pessoa humana e o respeito aos direitos humanos.
A dádiva da vida e a lógica do mercado, privilegiando a primeira a gratuidade do amor divino e a segunda o lucro, o mais ter, contradizem-se entre si e abre um imenso fosso entre a riqueza da solidariedade e a mesquinhez do egoísmo. Valores há que não se podem, não se devem vender e comprar.
Não somos uma ilha, largada na auto-suficiência de nós mesmos, somos um imenso continente, interligado e dependentes uns dos outros, em outros termos, constituímos a “Família Humana”, única e rica em sua diversidade. Os membros desta grande família têm direitos impostergáveis como: o alimento, o vestuário, a moradia, a saúde, a educação, a segurança, ao lazer. Garantias econômicas que lhes assegurem oportunidades de desenvolver todas as capacidades de que uma pessoa é dotada.
No entanto, o número dos pobres é incomensurável, segundo o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade – IETS – em 2007 existiam no Brasil 10,7 milhões de indigentes (ou seja, famintos), 46,3 milhões de pobres, ou seja, sem acesso às necessidades básicas, alimentação, habitação, vestuário, higiene, saúde, educação, lazer, dentre outros mais.
Crise global leva milhões de pessoas a passar fome, diz a ONU e continua: “a crise silenciosa da fome cria um risco grave para paz e segurança mundial.”
É diante deste cenário, que poderia ser mais aprofundado, que esta Campanha Ecumênica da Fraternidade, num clamor pungente apela a todos os cristãos, que ouçam atento o clamor deste povo sofrido. Parabéns às Igrejas – Construamos uma sociedade mais justa, solidária e igualitária.

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