Tasso critica governo na apresentação de candidato

Senador diz que Ceará vive retrocesso e precisa quebrar hegemonia política

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Laura Raquel
da Redação do Jornal O Estado

O senador Tasso Jereissati (PSDB), durante a entrevista coletiva, deu o tom do discurso da oposição. Ele não poupou críticas ao governo Cid Gomes (PSDB). Segundo ele, o Ceará vive um retrocesso, sendo essa a razão pela qual o PSDB não poderia deixar de apresentar à população uma alternativa de mudança, lançando assim a candidatura de Marcos Cals (PSDB) ao governo.

De acordo com o tucano, falta planejamento estratégico de médio e longo prazo, apesar de muitas obras em evidência. “O governo está sem rumo, pois o Ceará deixou de ser a cabeça do Nordeste, perdendo seu potencial para Pernambuco”.

Além disso, Tasso afirma que alguns setores estão desestruturados. Na Saúde, o secretário Arruda Bastos foi escolhido por questões políticas, sem nenhum entendimento administrativo. Já no quesito segurança pública, o crack vem destruindo uma geração e, no entanto, políticas públicas não são implementadas para combater o mal. A seu ver, essas e outras questões deveriam ser tratadas de outra forma.

Para ele, o retrocesso é inadmissível, pois se trata de “um ciclo cansado”. Segundo o senador, é preciso renovar, acrescentando que, administrativamente, Cid tem agido corretamente, mas, politicamente, tem apresentados alguns erros, principalmente por tentar fazer uma hegemonia partidária juntando todos os partidos. Conforme Tasso, isso é uma visão absolutista.

Tasso ainda afirmou ter conhecimento que terá de enfrentar a máquina pública do governo Federal, Estadual e Municipal. No entanto, demonstrou tranquilidade, pois tem confiança que seu projeto será vitorioso.

Pesquisa
Sobre a pesquisa, divulgada na última quarta-feira, o senador criticou a política realizada em cima de dados; as pesquisas não determinam os rumos políticos.

Tasso disse que tem um projeto político, e será por ele que lutará. Além disso, o tucano afirmou que Serra é o melhor para o Ceará, e que, quando ministro do Planejamento, trouxe respaldo a diversos projetos, como a construção do Porto do Pecém, Aeroporto Internacional Pinto Martins, dentre outros. Já Marcos Cals afirmou que pesquisas são fundamentais, porém retratam o atual momento.

Pivô
Questionado se a visita do presidente Lula ao Ceará, no mês passado, teria sido o pivô do rompimento PSB e PSDB, Tasso disse que uma serie de fatores influenciaram a decisão. No entanto, reafirmou que o PSDB tem a obrigação de acabar a hegemonia de um grupo só no Ceará.

Marcos Cals diz que não será “bucha de canhão”
O pré-candidato do PSDB ao governo do Estado, deputado Marcos Cals, afirmou ontem, durante entrevista coletiva no escritório do senador Tasso Jereissati (PSDB), que entrou na campanha para ganhar. “Queremos sair da ostentação para simplicidade”, alegou o tucano, acrescentando que não está servindo de “bucha” (de canhão), pois sua candidatura é para valer.

Inicialmente, o deputado evitou fazer críticas diretas ao governador Cid Gomes (PSB), de quem, até pouco tempo, era secretário de Justiça. No entanto, Cals acabou criticando a falta de planejamento do atual governo, além de demonstrar contrariedade ao “loteamento de cargos” existentes na gestão cidista.

Questionado se sentia constrangido ao incorporar um discurso de oposição ao governo, ao qual serviu durante três anos e três meses, Cals afirmou que a nova posição não lhe trazia “nenhum desconforto fazer observações” aos assuntos, que, segundo ele, são relevantes para o Estado.

De acordo com Cals, o governo possui erros e seu discurso vai apenas “colocar a verdade absoluta”. Ele reconhece que a falta de oposição ao governo Cid Gomes colaborou para que alguns erros não fossem corrigidos. Ao contrário do governo Tasso, que fez questão de manter a oposição “para não ficar no absolutismo”, além admitir necessárias para corrigir os possíveis erros administrativos.

Neste momento da entrevista, o senador Tasso assumiu parcela da culpa, afirmando que o “partido resolveu dar um voto de confiança”. Entretanto, esta decisão não trouxe progresso para o desenvolvimento do Ceará.

“Na vida não podemos deixar de lado a dialética. Temos de ter o contraditório”, argumentou o deputado, relembrando sempre ter afirmado que, quando o PSDB tomasse outro posicionamento, seria o “primeiro a sair do governo”.

Candidatura
Marcos Cals relembrou a trajetória política, e defendeu a participação popular como base de apoio para apresentar as mudanças, assim como a participação de estudioso para desenvolver os planos de governo. ”Tenho história. Minha família tem história. Meu pai, naquela época, já falava em bicombustível, algo que, hoje, é a bandeira da Petrobras”, lembrou.
“Não estamos aqui para brincar, logo porque acredito que política e eleição são coisas sérias”, reiterou o tucano, novamente, criticando a falta de planejamento do governo.

O candidato prometeu reunir técnicos, acadêmicos, além da população, para fazer um ajuste popular, acrescentando que a participação popular não é só para ser usada como bandeira, mas como ponto de partida para tomada de decisão.

Sobre o vice para compor a chapa, Cals disse que até a convenção do PSDB, no próximo sábado, dia 26, o nome será definido. Ele diz que ainda continua conversando com o PPS, além de outros partidos, para ampliar o tempo de propaganda eleitoral na televisão e rádio, afim de apresentar os projetos ao eleitorado.

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