"Na adoção, o maior beneficiado é o pai"



Sávio Bittencourt aborda nova lei da adoção e trabalho em excesso


Por Bruno Pontes
Da Redação do O Estado

Pai de cinco filhos, dois deles adotados, o promotor de Justiça Sávio Bittencourt lança, nesta terça-feira, dois livros inspirados em sua experiência como articulista do jornal O Estado: “A nova lei de adoção”, sobre a legislação que entrou em vigor em novembro do ano passado, e “A revolução do afeto”, em que o autor propõe uma meditação o intenso ritmo de trabalho na sociedade atual. Bittencourt, que já tem no currículo o “Manual do pai adotivo” (2008), apresenta suas duas novas obras às 19h30, no Centro Cultural Oboé, em Fortaleza. Ele concedeu ao jornal O Estado a seguinte entrevista:

[O Estado] No “Manual do pai adotivo”, o senhor fala da diferença entre o “pai adotivo agraciado pelo destino” e o “pai adotivo-herói”, aquele que se lisonjeia por ter, na sua imaginação, resgatado a criança de um destino cruel. Explique a diferença nas atitudes.

[Sávio Bittencourt] O maior beneficiado pela adoção é o pai adotivo. Ele tem uma jazida de afeto em seu peito e disponibilidade de amar, e, a partir da adoção, exerce esse amor de pai, com uma pessoa que será tão importante para sua vida. O curioso é que esse pai jamais teria capacidade de gerar essa pessoa. Só a adoção permite esse encontro. O que coloco no “Manual...” é que o pai nunca deve achar que está fazendo uma caridade. A pessoa que vem com essa ideia de caridade não deve procurar a adoção, deve ajudar um abrigo, ser voluntária, etc. Porque, se você pensar bem, a caridade que você faz ao adotar é em detrimento da criança. A pessoa pensa: “Eu adoto, sou ótimo, porque essa criança é uma porcaria”. É muito comum você ser parado na rua e as pessoas dizerem: “Você adotou? Puxa, você é uma pessoa muito boa”. Eu sempre reagi bem a essas coisas. Tenho cinco filhos, sendo que dois vieram por adoção. Mas eu adotei os outros três também, que são biológicos.
siga entrevista completa em www.oestadoce.com.br

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