Opinião

Diplomacia de quintal
Ao assumir o governo, há oito anos, monitorado pelo seu dócil chanceler e papagaio de pirata, o presidente Lula imprimiu mudanças na política externa brasileira, levando-a a confrontos com alguns de nossos tradicionais parceiros e uma aproximação quase protecionista com países do chamado terceiro mundo, como latino-americanos e africanos, independentemente dos regimes de governo. Enquanto hostilizava os Estados Unidos e alguns europeus, o presidente exercitava uma política de boa vizinhança e até de louvação com carcomidos regimes ditatoriais como o de Fidel Castro, da Coréia do Norte, do Irã e do continente africano, hostis como ele, à nação americana e países da Europa. Essa política de enfrentamento sempre foi questionável, pelos menos economicamente, face à disparidade entre as nações ricas e pobres. Ignorante em diplomacia e política internacional, Lula insistiu nessa posição estimulado por Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia, que quase sempre confundia e confunde sua posição de assessor da presidência para assuntos internacionais com a de ministro do Exterior, cargo do Amorim em questão.

Mas, com essa política de provocação, Lula não pretendia apenas se aproximar e ajudar países pobres e emergentes e ampliar as fronteiras diplomáticas e econômicas do Brasil, cuja influência é discutível, até porque a inteligência estava e está demonstrando claramente que não há vantagens econômicas. Tinha no seu propósito, também ideológico, tornar-se importante politicamente lá fora e liderar essa curriola. Pleiteou inicialmente o comando da OIT e da OMS e perdeu. Crescendo os olhos e a vaidade vã pessoal, passaria e passou a pleitear para o Brasil um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, onde apenas cinco têm assento. Seria aí que a ficha ia cair.

Não conseguiu apoio nem guarida em sua fé megalomaníaca. E como, se hostilizando nações poderosas e amigas, se aproximando de ditadores sanguinários e perigosos iria ter chances? Na América Latina, o Chile e a Argentina, velhos desafetos do Brasil, se não vetaram a idéia, receberam-na com indiferença.
Newton Pedrosa - Jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário