Pressão - Câmara suspende sessão itinerante

Mais um protesto dos professores da rede municipal ocorreu, na manhã de ontem, em frente à Câmara Municipal de Fortaleza.

Diante do fato, os vereadores reuniram-se e decidiram suspender a sessão itinerante, que aconteceria no bairro Antônio Bezerra, a fim de evitar novos tumultos. Apenas, João Alfredo (PSol) absteve-se.

Durante coletiva, o presidente da Casa, vereador Acrísio Sena (PT), explicou que a atitude dos professores, na última quarta-feira, foi “antidemocrática”, pois quebrou o “pacto” entre as partes. Já João Alfredo considerou que o processo está “radicalizado”.

Todavia, o parlamentar deseja que o impasse seja superado. “Minha postura é, justamente, de reabrir o processo de negociação. Vamos baixar a bola e encontrar uma saída”, disse o socialista.
Para garantir a segurança e a tranquilidade, a Guarda Municipal, coordenada pelo próprio presidente do órgão, Arimá Rocha, foi designada para conter eventuais excessos. Arimá disse que, durante os próximos dias, dedicará “atenção especial” à Câmara. Os trabalhos, por sua vez, serão retomados na próxima terça-feira, com votação de todas as matérias na pauta, além de manter a negociação das emendas ao projeto de lei que reajusta o Plano de Cargos Carreiras e Salários dos professores.

MANIFESTAÇÃO
Impedidos de entrar nas dependências da Casa, os professores em greve ocuparam a entrada do prédio. Por algumas horas, a rua Thompson Bulcão, de acesso ao local, também foi fechada.
A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), Gardênia Baima, considerou a atitude do Poder Legislativo “positiva”. Isso porque, segundo ela, acena no sentido de um possível redimensionamento das negociações, principalmente, no fato, do projeto de lei não estar em tramitação.
Gardênia disse ainda não entender a “indignação” de Acrísio. “Já fizemos momentos como este, com o apoio de alguns vereadores desta Casa, inclusive, o próprio presidente, Acrísio Sena, até porque a ocupação é uma forma legítima”, citou a diretora do Sindiute, acrescentando que “isso [manifestação] é a cereja do bolo”.

Ao meio-dia, o líder da Prefeitua, vereador Ronivaldo Maia (PT) recebeu representantes da categoria em uma reunião. Apesar de reafirmar a intenção do Executivo municipal em continuar o diálogo com a categoria, Ronivaldo voltou a afirmar que o reajuste oferecido pela Prefeitura está dentro do seu limite. A terceira edição do projeto Câmara nos Bairros será na última quinta-feira do mês de junho, no bairro Antônio Bezerra.

Além de não aceitar a tabela de remunerações para os professores municipais descrito na mensagem da Prefeitura, a categoria reivindica ainda a garantia de 1/3 da carga horária para planejamento de aulas, além de eleições diretas para diretores de escolas, dentre outras exigências.