Por Carlos Chagas
Mesmo sem citar os países mais ricos da Europa, a Dilma vibrou tacape e borduna em todos eles, no discurso feito em Caracas, sexta-feira. Tendo como mote a importância de os países economicamente mais desenvolvidos da América do Sul e do Caribe “não absorverem, subordinarem ou tutelarem seus vizinhos, como estamos vendo com países até então ditos os mais civilizados do mundo”, a presidente brasileira deixou clara sua discordância com o que Alemanha, França, Inglaterra, Itália e outras nações vem praticando com Portugal, Grécia, Irlanda e tantos mais.
A crítica vem depois de recente comentário de Dilma a respeito de as crises econômicas não poderem ser combatidas com aumento de impostos, demissões em massa, redução de salários e aposentadorias e supressão de investimentos sociais. Pelo contrário, deveria ser enfrentada com crescimento, ela acrescentou dias atrás, em Brasília.
A política externa do atual governo vem sendo definida aos poucos, projetando-se acima e além daquela realizada no governo Lula. Não se trata da reedição do terceiro-mundismo, mas abre perspectivas para o Hemisfério Sul. É bom lembrar que a presidente ressaltou a evidência de a América do Sul e o Caribe formarem uma zona de paz, sem armas de destruição em massa. Sobrou para os Estados Unidos, também, com respingos para a China e a União Soviética.
Dúvidas inexistem a respeito de ser o Brasil a nação mais desenvolvida do bloco reunido na capital da Venezuela, funcionando as palavras da chefe do governo brasileiro como um compromisso de que não pretendemos absorver, subordinar ou tutelar outras economias. Caberá a nossos vizinhos responder se à teoria reúne-se a prática. Diante da declaração peremptória será preciso aguardar
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