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Para decolar o Ceará e seu entorno


 Artigo do ex-secretário estadual do Turismo, Allan Aguiar, com o título “Sugestão para decolar o Ceará & Cia”. Para ele, uma forma de expandir o turismo é ligar o Nordeste ao Mundo sem escalas em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por exemplo.
Quantas décadas levaremos para alcançar as médias atuais dos indicadores sociais do restante da Nação, considerando que as demais regiões não estão estacionadas? Como turbinar o crescimento econômico e indexá-lo a inclusão social? Resposta tradicional: Aumento da renda dos consumidores, investimento público e privado, o mais desconcentrado possível, isto tudo associado a programas de transferência de renda para as camadas mais pobres.
Mesmo com as condições macroeconômicas favoráveis, o investimento público é limitado pelos limitados orçamentos das esferas de Governo, o qual não é capaz isoladamente de promover o aumento da renda das pessoas. Assim, cabe ao desempenho global da economia o papel central de empurrar o capital privado para o investimento, criando postos de trabalho.
Não devemos esperar que a reversão do quadro de pobreza e violência aconteça pela capacidade de Investimento do Setor Público, muito menos pela eficiência dos serviços prestados. O Setor Público no Brasil continuará gravitando entre as órbitas da ineficiência e da baixa eficiência.
Precisamos reinaugurar o modelo mental que determina a dinâmica governante. Atualizar o sistema que roda na cabeça dos Planejadores e Orçamentadores dos Estados Nordestinos. Precisamos rever a hierarquia das prioridades das políticas, diretrizes e programas, incorporando no topo dessa hierarquia a indução da cadeia produtiva da Aviação, infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento da Região.
Assim, proponho que conectemos o Nordeste do Brasil ao Mundo, e não apenas ao Brasil, oferecendo ao mundo a oportunidade de deslocar-se ao Nordeste diretamente, sem escalas em São Paulo ou Rio de Janeiro.
Considerando que a solução para essa conexão física não virá pela via de mercado, mesmo com toda a indução que uma nova regulação do setor aéreo traga ao contexto atual, apresento a proposta de inaugurarmos a NORDESTE Sky Brasil. Isso mesmo: Uma Estatal pertencente aos Estados dispostos a investir no estratégico, não no operacional, no futuro, não no superado. Uma Aérea Estatal dominada pelo profissionalismo e por critérios de governança corporativa que a permita uma atuação arrojada diante de um mercado impiedoso com a ineficiência. Uma Empresa blindada contra a ingerência política danosa que tente impor, por exemplo, vôos entre Irauçuba/CE e Salgueiro/PE
Inicialmente, uma Aérea com quatro aeronaves de grande porte para vôos internacionais para Europa, América do Norte e África e 15 aeronaves para vôos regionais ligando não apenas as capitais da região, mas as médias cidades situadas nesses 1,5 milhões de quilômetros quadrados que abraçam os nove Estados. Somos territorialmente maiores que, JUNTOS, Portugal (TAP), Espanha (Ibéria), Itália (Alitália), França (Air France), e Reino Unido (British Airways). Sem falar do Arquipélago de Cabo Verde (TACV – Cabo Verde Airlines).
Projeções do Plano de Negócios:
 Investimento: U$ 540 Milhões
 Exposição Máxima de Capital: U$380 Milhões (Uma cidade da Copa de Recife ou dois e meio aquários de Fortaleza)
 Taxa Interna de Retorno: 14% a.a
 Retorno do Capital Investido: 7,1 anos
Viabilidade econômica existe. Seria também o exemplo mais expressivo de efetiva Integração das políticas públicas sociais dos Estados do Nordeste. Falta apenas vontade e a decisão política integrada dos Governadores, alem do compromisso de construir uma Estatal alocando equity com viés de saída da gestão, não do controle societário e do comando do Conselho de Administração. Sabemos o quanto é difícil alinhar esses planetas, mas acontecendo a costura entre os Estados, o Nordeste teria outra cadência de seu ritmo de crescimento.
*Allan Aguiar foi Presidente da Fundação de Turismo Integrado do Nordeste (CTI – Nordeste)

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