17 cearenses que estavam em cruzeiro chegam hoje a Fortaleza
Número de mortos no naufrágio aumentou ontem, passando para cinco vítimas, das quais nenhuma era brasileira
Roma Um grupo formado por 17 cearenses que estavam no navio Costa Concordia chega na manhã de hoje a Fortaleza. Após serem resgatados da embarcação, que naufragou, na última sexta-feira, na região da Toscana, na Itália, eles conseguiram novos documentos no consulado brasileiro em Milão e viajaram ontem a Recife, onde aguardam novo voo para Fortaleza. Além dos 17 cearenses - dos quais 15 são da mesma família -, pelo menos 40 outros brasileiros estavam no navio.
Ontem, 11 sobreviventes de uma mesma família de Porto Alegre retornaram ao Rio Grande do Sul. Outra família, composta por um casal e os dois filhos, chegou ontem à Brasília.
Na noite de ontem, o Itamaraty revisou de 53 para 57 o número de brasileiros que estavam a bordo do navio do Costa Concordia. Dos brasileiros a bordo, 47 eram passageiros e seis pertenciam à tripulação.
Vítimas
Também ontem, dois corpos foram encontrados no interior do navio, aumentando para cinco o número de mortos. As duas vítimas, um italiano e um espanhol, foram encontradas por mergulhadores da Guarda Litorânea, na parte traseira do navio, que encalhou nas águas do mar Mediterrâneo. Os outros mortos são um tripulante peruano e dois turistas franceses.
Já outras três pessoas foram encontradas com vida dentro da embarcação - um casal sul-coreano e o comissário-chefe do cruzeiro. Hye Jim Jeong e Kideok Han, ambos de 29 anos, foram localizados na própria cabine que ocupavam na embarcação. O casal, em viagem de lua de mel, tinha embarcado horas antes do naufrágio.
Já Marrico Giampetroni, comissário-chefe de bordo, foi localizado por conta dos barulhos que fazia desde as primeiras horas do dia, no interior das alas do navio naufragado. Antes das vítimas e sobreviventes serem encontrados, o governador da região da Toscana, Enrico Rossi, anunciou que 18 pessoas seguiam desaparecidas.
Dois japoneses que desceram no último porto onde o Costa Concordia havia parado, em Santo Stefano, foram de ônibus com mais outros dois amigos, também do Japão, para Roma. Eles eram considerados desaparecidos, mas foram localizados ontem em Roma.
Essa confusão com os japoneses pode explicar, em parte, a dificuldade da contagem do número de desaparecidos. A possibilidade que os passageiros têm de descer em portos diversos ao longo do percurso do cruzeiro, somada ao fato de que os passaportes podem estar perdidos dentro do navio, impossibilita que as autoridades e a empresa dona do navio, Costa Cruzeiro, afirmem corretamente quantas pessoas estão desaparecidas.
Ao todo, 4.229 pessoas estavam no navio, que levava passageiros de 62 países, sendo a maioria italianos, franceses e alemães. O Concordia fazia uma rota com duração de sete dias pelo mar Mediterrâneo, com escalas nas cidades de Savona (Itália), Marselha (França), Barcelona (Espanha), Palma de Mallorca (Espanha) e nas italianas Cagliari, Palermo e Civitavecchia. O arquipélago onde está situada a Ilha de Giglio fica a cerca de 80 Km de Roma.
Segundo a imprensa europeia, após o encalhe da embarcação, pequenas barcos tentaram a ajudar no resgate dos passageiros e tripulantes.
Erro humano causou naufrágio de navio
A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio de cruzeiro Costa Concordia, afirmou ontem que o comandante Francesco Schettino "cometeu erros de julgamento" e "não observou os procedimentos" para situações de emergência. "A justiça, com a qual a Costa Cruzeiros colabora, determinou a prisão do comandante, contra quem pesam graves acusações", destacou a companhia.
Schettino foi detido ontem. Ele é acusado de homicídio culposo (quando não há intenção) múltiplo, de ter provocado um naufrágio e de ter abandonado o navio quando ainda havia várias pessoas a serem salvas.
O ministro da Defesa da Itália, Giampaolo Di Paola, disse que o naufrágio foi "um enorme erro humano que teve consequências dramáticas, infelizmente". "Navios daquela dimensão não podem passar perto de uma costa onde se sabe ser rasa", afirmou o ministro.
O procurador da região de Grosseto, Francesco Verusio, que investiga o caso, alega que o capitão realizou uma manobra "malfeita" ao se aproximar excessivamente da ilha e teria falhado em lançar um alerta de socorro.
Segundo o jornal "La Republica", a guarda costeira pediu diversas vezes que o comandante retornasse ao navio para coordenar procedimentos de evacuação. Conforme o jornal, Schettino teria prometido subir a bordo, mas não retornou ao navio.
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