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"O PSDB é uma fábrica de bons gestores"


Marcos Cals
Bruno Pontes
Da Redação
O ex-deputado Marcos Cals ficou em segundo lugar na eleição para o governo estadual em 2010 e obteve aproximadamente 230 mil votos na Capital, o que, para ele, derruba o mito criado pelos petistas de que o PSDB não tem força eleitoral em Fortaleza. Opção preferencial dos tucanos para representar o partido na disputa pela Prefeitura no próximo outubro, Cals afirma que a equipe liderada por Luizianne Lins (PT) mostrou-se débil na gerência da quinta maior capital brasileira. “A atual administração, por não ter experiência e não estar capacitada para o enfrentamento das dificuldades, fica o tempo todo arranjando justificativas para aquilo que não conseguiu executar”, diz Marcos nesta entrevista ao jornal O Estado. “O PSDB faz é resolver o problema. Nós conversamos menos e trabalhamos muito mais”.
O Estado. Já podemos considerá-lo candidato à sucessão de Luizianne Lins? 
Marcos Cals. Existe uma mobilização muito grande da militância para que eu aceite ser candidato a prefeito, e se o PSDB decidir, estou disposto a enfrentar a eleição em Fortaleza.
O E. Como provável candidato, quais são os problemas mais graves que o senhor enxerga em Fortaleza?
M. C. Nosso plano de governo está sendo discutido com técnicos e com as comunidades. Eu tenho almoçado toda quinta-feira nos bairros de Fortaleza, e nesses almoços tenho tratado com lideranças, fazendo encaminhamentos para um plano de governo. O que a população reclama muito é da mobilidade urbana. Que Fortaleza ainda não conseguiu viabilizar a mobilidade urbana. O máximo que foi feito pela atual administração foi a fresagem, que é o recapeamento asfáltico. Mas não houve nenhuma intervenção para melhorar o trânsito de Fortaleza. Salvo na Avenida Bezerra de Menezes, num projeto da época do Juraci [Magalhães, prefeito pelo PMDB de 1990 a 1993 e de 1997 a 2004].
O E. Além do trânsito, o que há de mais urgente para ser resolvido pelo futuro prefeito? 
M. C. Nós temos que dimensionar os equipamentos de prestação de serviços para a população. Primeiro, botar todos esses equipamentos de educação, saúde, assistência social, para funcionarem com qualidade. Não adianta sair sem o planejamento, aumentando a quantidade de equipamentos, se você não dá eficácia ao que você já tem à disposição da população. É preciso dar eficácia a esses equipamentos. Segundo, o programa de campanha já é o planejamento de uma administração. E eu fico surpreso porque depois de oito anos de Luizianne foi constatado que foi superestimado o programa de governo dela. Ora, já na campanha você faz o planejamento. Isso mostra a incapacidade da atual gestão. Eles são incapacitados de fazer uma boa administração. O máximo que eles conseguem é dar aproveitamento a alguns projetos que já estavam sendo implementados. Falta experiência.
O E. E o que uma gestão do PSDB teria que a do PT, em sua opinião, não tem?
M. C. O PSDB, além de ser uma fábrica de bons gestores, foi governo até recentemente [Tasso Jereissati governou o Estado por três mandatos e foi sucedido por Lúcio Alcântara, então no PSDB]. Então temos experiência suficiente para administrar os conflitos e as dificuldades e enfrentar de frente a burocracia da máquina. Se não tiver conhecimento e experiência suficientes para atender às exigências burocráticas que o poder público impõe, o gestor não consegue equacionar nem executar bons projetos para a população que ele governa. E o que é que acontece com a atual administração? Eles, por não terem experiência e não estarem capacitados para o enfrentamento das dificuldades, ficam o tempo todo arranjando justificativas para aquilo que não conseguiram executar. Essa não é a marca do PSDB. O PSDB faz é resolver o problema. Nós conversamos menos e trabalhamos muito mais. Somos formados para estar sempre em ação.
O E. O PSDB disputará a eleição contra as máquinas municipal, estadual e federal. A tarefa é difícil.
M. C. Em 2010 nós já enfrentamos a administração municipal, administração estadual, federal e as pesquisas. Todas as pesquisas dos grandes institutos só apontavam o Marcos Cals com sete, no máximo oito por cento. Mesmo assim obtive em Fortaleza, com chapa a pura, sendo o candidato a governador e vice-governador do PSDB [o vice era Pedro Fiúza], mais de 20%, acabando com esse mito colado pelo PT de que o PSDB não tem voto em Fortaleza. Nós tivemos em torno de 230 mil votos em Fortaleza, com chapa pura e enfrentando as quatro máquinas: municipal, estadual, federal e pesquisas.
O E. Por que o PSDB está confiante num segundo turno este ano?
M. C. Nosso raciocínio é o seguinte. Em 2008 a prefeita Luizianne Lins foi candidata à reeleição. Naquela ocasião ela tinha o apoio desses partidos que estão no arco de aliança dela mais o governador Cid Gomes, no auge da popularidade do programa Ronda do Quarteirão. Estavam no auge, não estavam? E a prefeita Luizianne obteve 50,1% dos votos. Será que com essa mesma estrutura, e não mais no auge daquela popularidade do Ronda do Quarteirão, vão conseguir transferir esses 50,1% para o candidato deles? Então o cenário que temos é de dois turnos. Com esse cenário estamos nos reunindo com os partidos tidos de oposição para discutir várias candidaturas e, dessas candidaturas, a que passasse para o segundo turno teria o apoio dos demais partidos tidos de oposição. Se na eleição passada só obtiveram 50,1%, não tenho dúvida de que teremos segundo turno na eleição de 2012.
O E. O ex-deputado federal Moroni Torgan (DEM) deverá voltar de Portugal para participar desta eleição. Qual será o papel dele?
M. C. O Moroni é um parceiro nosso. Ele deverá vir para cá até o final deste semestre, possivelmente com uma candidatura a cargo proporcional. Não falei com ele pessoalmente, mas o Moroni tem mantido um contato muito constante com o senador Tasso Jereissati e com certeza estará aliado a todos nós da oposição, e de preferência ao PSDB. O senador Tasso está envolvido pra valer na eleição municipal de Fortaleza e também nas candidaturas no interior do Estado. Vai estar nos palanques ajudando a todos os candidatos do PSDB.
O E. Por que o eleitor fortalezense deve votar em Marcos Cals?
M. C. O PSDB pede ao fortalezense que nos seja dada a oportunidade de administrar Fortaleza, para que a gente mostre nossa capacidade de trabalho e de gestão, para que a população possa comparar uma administração do PSDB com todas as anteriores. O que o PSDB tem a apresentar é a gestão do Tasso, do Ciro e do Lúcio. Todos foram governantes do PSDB.
Você tem que analisar os candidatos e o passado deles. Avaliar o conhecimento, a experiência. Meu perfil é de uma pessoa que busca a harmonia. Sempre fui uma pessoa aberta ao diálogo. Nunca tomei uma posição rancorosa ou ditatorial. Sempre agi na base do convencimento, do diálogo, e assim consegui conquistar cargos expressivos, e nesses cargos sempre consegui inovar na administração. Por esses predicados, acho que mereço ser votado em Fortaleza.

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