A saúde na UTI

Acumulado de dívidas ameaça de colapso as santas casas

O débito somado era de R$ 1,8 bilhão em 2005, passando para R$ 5,9 bilhões em 2009 e superando R$ 11 bilhões em 2012, segundo relatório

Santa Casa de Fortaleza vive constantes dificuldades financeiras

As santas casas e os demais hospitais filantrópicos têm acumulado dívidas bilionárias em anos recentes, o que pode levar ao colapso dessas instituições, responsáveis por cerca de 45% das internações na rede pública. Essa é uma das argumentações presentes no relatório que examinou o financiamento dessas entidades. O documento foi aprovado ontem pela Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, em Brasília.

De acordo com o documento, o débito somado era de R$ 1,8 bilhão em 2005, tendo passado para R$ 5,9 bilhões em 2009 e superado R$ 11 bilhões em 2012. Só em 2011, o déficit foi de R$ 5,1 bilhões, segundo o relatório. “Se medidas efetivas e duradouras não forem adotadas, estaremos diante do risco de colapso das entidades sem fins lucrativos, estabelecendo-se o caos no Sistema Único de Saúde”, alertou o relatório, do deputado federal Antonio Brito (PTB-BA).

Um dos problemas-chave identificado pelo deputado é o subfinanciamento do setor. De acordo ainda com a análise, para cada R$ 100 gastos nesses hospitais, apenas R$ 65 são efetivamente pagos aos hospitais. “Há, portanto, uma defasagem média de cerca de 54% nos valores praticados atualmente. Sem esta correção fundamental, persistirão as dificuldades no equilíbrio das contas e suas graves consequências, como a do endividamento crescente, a impossibilidade absoluta de novos investimentos, o comprometimento da qualidade da assistência, o desgaste e a depreciação estrutural e tecnológica, o fechamento de hospitais e a redução dos leitos”, acrescentou o documento.

Ao final do relatório, o deputado propôs algumas medidas a serem adotadas pelos governos para minimizar esse problema. Por exemplo, o reajuste na tabela de pagamentos, principalmente para procedimentos de média complexidade, e a transferência da dívida com bancos privados para bancos públicos.