No espaço dado a Operação Porto Seguro mídia blinda Alckmin
Publicado em 01-Dez-2012
Na Operação Porto Seguro vazam tudo e a imprensa dá o maior destaque possível. Exatamente o oposto do que ela fez na Operação Vegas e na Operação Monte Carlo. Esta última, apesar de resultar na prisão de Carlos Cachoeira, nas denúncias contra o governador tucano de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e na cassação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO, depois sem partido), jamais resultou em cobrança da mídia a estes líderes, dirigentes e partidos pelo que fizeram.
Mas, enquanto adota os dois pesos e duas medidas em relação a operações policiais, a mídia desvia a atenção da falência da política de segurança pública do governo Alckmin, uma administração incapaz de enfrentar os problemas que a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) trouxe ao Estado.
Cortina de fumaça
Problemas, registre-se, agravados pela desorganização da cúpula da segurança pública no Estado, por sua recusa em aceitar a colaboração do governo federal (oferecida durante seis meses), bem sucedida no Rio de Janeiro e em outros Estados.
A leniência com que a questão foi tratada resultou no quadro que está aí: no uso e abuso de represálias, na execução de membros do PCC, de suspeitos e familiares de todos os lados envolvidos na questão, e dos próprios policiais, sem que haja uma investigação sobre quem deu a ordem para a PM matar, assassinar, impor, enfim, a pena de morte em São Paulo.
Impuseram-na como se ela resolvesse a questão que interessa ao povo e a sociedade, que é o fim da atuação e da presença dessa organização criminosa, o PCC e esquadrões da morte que estão de volta. Permitir que isso ocorra não resolve a questão da violência.
Pelo contrário, só a fortalece, só a agrava, como demonstra a experiência mundial e mesmo no nosso Estado. Basta lembrar o episódio conhecido como os Crimes de Maio, quando em 2006 o PCC desafiou, enfrentou e derrotou o governo paulista.
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