Perdem a vergonha e botam culpa na Imprensa

Dirceu acusa a imprensa e chama escândalo de mensalão 2

Segundo ele, a "grande imprensa" apoia as ações desses grupos contra o projeto do PT.

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão por ter sido considerado um dos coordenadores do esquema do mensalão no primeiro Governo Lula, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, voltou, neste sábado, a acusar a imprensa de estimular as notícias negativas para destruir o projeto de poder do PT.
Dirceu reagiu pela internet e acusou a imprensa de transformar a Operação Porto Seguro em ''Mensalão 2''. Os desdobramentos da Operação Porto Seguro, que tem como uma das principais personagens a ex-chefe de gabinete da presidência da República, em São Paulo, Rosemary Noronha, cita, também, o ex-ministro José Dirceu nas investigações. Rose, como é conhecida entre os mais íntimos, assessorou Dirceu.
A reação de José Dirceu veio após a circulação das principais revistas semanais que traz o escândalo da Operação Porto Seguro - esquema de venda de pareceres, tráfico de influência e benefícios para empresas e iniciativa privada com a estrutura do poder político do Governo Federal, como assunto de marior repercussão.
O ex-ministro da Casa Civil apurou, neste sábado, que Dirceu também criticou em seu blog o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que acusou Lula de fazer confusão "entre o público e o privado".
"Agora com a chancela e o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que não devia falar de relações privadas e de confusão entre público e privado. Fazê-lo é falar em corda em casa de enforcado", escreve o ex-ministro.
Ao ser detida pela PF para depor, Rose telefonou para Dirceu, a quem chamava de "JD" nos e-mails que trocava com outros membros da suposta quadrilha. Reagindo às falas de FHC, Dirceu partiu para o ataque.
Segundo o Jornal Folha de São Paulo, Dirceu desfere mais críticas a Fernando Henrique Cardoso  e diz que ''o ex-presidente devia ter o recato e a humildade de se calar, e não usar essa questão para fazer crítica a gestão do ex-presidente Lula. O novo udenismo, com o sempre presente apoio da grande imprensa, tenta negar."
A PF descobriu, porém, que o grupo ligado a Rosemary recebia propina em troca de intermediação de interesses privados em órgãos da União, incluindo setores ligados ao entorno do ex-ministro.