Dilma em campanha no Pernambuco

 Presidenta pede comprometimento
 
A presidente Dilma Rousseff usou seus quase 50 minutos de discurso em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, para enviar recados a seu provável adversário nas próximas eleições presidenciais, o governador Eduardo Campos (PSB-PE).
“Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir esse país com essa complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho”, disse a presidente.  A presidente também anunciou, de uma só vez, R$ 2,5 bilhões em investimentos no Estado.
Dilma referiu-se ao governador de Pernambuco como “grande parceiro, extremamente respeitado pelo meu governo”, mas não o poupou de indiretas.
Sem citar nomes, Dilma cobrou “compromissos políticos”. “Não podemos esquecer dos compromissos políticos que, ao longo da nossa vida, nós lutamos por eles”.
A presidente e seus ministros procuraram destacar investimentos federais em Pernambuco, como as obras da refinaria Abreu e Lima e a petroquímica Suape, ambas em construção.
“Todos esses investimentos que nós fizemos aqui em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e aqueles feitos pelas nossas estatais, chegamos num volume extraordinário de R$ 60 bilhões”, afirmou a presidente.
Além de dar publicidade a investimentos anteriores, a presidente anunciou mais R$ 2,341 bilhões para obras hídricas, rodoviárias e no porto de Suape.
O governo federal distribuiu aos jornalistas um relatório sobre investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado, totalizando R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 2,8 bilhões são federais, frente a R$ 330 milhões do Estado.

EDUARDO
O governador Eduardo Campos amenizou o tom das críticas que vem fazendo ao governo federal.

Disse que, no Estado, ela tem um “governador, mas também um companheiro, um amigo”.
Campos também afirmou que estava recebendo a presidente “com a mesma atenção de sempre”, mas salientou que o Estado “ajudou [Dilma] a ser presidente da República”.
Ele citou seu avô, o ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), como uma espécie de conselheiro do ex-presidente Lula.
Sem especificar nomes, o governador destacou a importância de diálogo com todos ao falar sobre a seca.
“A luta do povo exige a capacidade de dialogar, de respeitar as diferenças, de muitas vezes somar os contrários quando está em jogo a vida de pessoas”, afirmou.

O pernambucano, que tem se aproximado de lideranças do PSDB, citou indiretamente o governo de Fernando Henrique Cardoso e sua contribuição para a estabilidade econômica do país.
“Construímos fundamentos macroeconômicos importantes e depois, com Lula, vimos essas condições fazer o governo chegar aonde não chegava antes”, disse o socialista.

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