Deputados avaliam manifestações no Brasil
Da Redação
Parlamentares de diversos partidos avaliaram, na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa do Ceará, as manifestações ocorridas, no Congresso Nacional, em Brasília, e em outras capitais do País.
Os protestos reuniram mais de 200 mil pessoas contra os gastos públicos com a Copa das Confederações e a falta de investimentos nas mais diversas áreas, como Saúde e Educação. Em Fortaleza, um grupo se organizará, hoje às 10 horas, em frente ao Makro, na BR-116, para seguir em caminhada até Arena Castelão.
Primeiro a se pronunciar sobre o assunto foi o deputado Lula Morais (PCdoB). Segundo ele, o que parecia ser algo pontual, transbordou no grito de alerta para os diversos problemas sociais dos dias atuais. “As manifestações são fruto de administrações desastrosas, que geraram um acúmulo de problemas”, salientou o parlamentar, acrescentando que as mobilizações são reflexos da execução orçamentária, seja na esfera federal ou estadual, ainda muito baixa.
O deputado Heitor Férrer (PDT) vê os protestos com uma “reação natural” da omissão do Estado brasileiro. Ressaltou, ainda, que é inaceitável que o País tenha bilhões para construir estádios fabulosos, enquanto milhares de pessoas esperam nas filas por uma cirurgia, citando o caso do Hospital Geral de Fortaleza (HGF).
Eliane Novais (PSB) afirmou que as manifestações merecem uma reflexão da sociedade, dos partidos políticos e dos governantes. “Estes atos públicos mostram que, partidos e governos, ainda não estão sabendo canalizar em ações céleres e concretas os anseios mais emergentes da sociedade. Cabe a nós, que somos representantes eleitos pela população, buscar compreender estes movimentos”, disse a parlamentar.
“AS VOZES DAS RUAS”
Já o líder do Governo, na AL, deputado José Sarto (PSB), disse que é preciso ter cautela, além de humildade e critério, para ouvir a voz das ruas. Segundo ele, neste momento, é preciso observar os direcionamentos das manifestações. Conforme ressaltou, dentre os investimentos da Copa do Mundo, o Ceará foi os menores do Brasil. Acrescentando, ainda, que, o recado das ruas não tem um endereço certo, aproveitando para afirmar que a gestão Cid Gomes (PSB) deixará o maior legado de infraestrutura na Saúde dos últimos tempos.
Para João Jaime (PSDB), as manifestações são “a ponta do iceberg”. Isso porque, segundo ele, durante 10 anos, o PT achava que, pelo simples fato de distribuir Bolsa Família, acreditava que a população estava anestesiada. Agora, a elite brasileira, antes beneficiada pelo governo petista, também revoltou-se contra o descaso com a população e contra o próprio PT.
Na avaliação de Manoel Duca (PRB), as manifestações devem ser “ordeiras”. Ele criticou as depredações, em várias cidades do País, inclusive, sugerindo à presidente Dilma Rousseff o uso das Forças Armadas para conter alguns tumultos. O deputado Delegado Cavalcante (PDT) defendeu as manifestações e, conforme ele, a população não aguenta mais a “enganação” da política partidária, que segue moldes “arcaicos”.
DIÁLOGO
Carlomano Marques (PMDB) vê os protestos como reflexo do “superávit primário”, pois o Governo não executa o orçamento para ter credibilidade no exterior.
Ou seja, o modelo econômico está equivocado, ressaltando que dos R$ 600 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II, somente 30% foram executados. O deputado Antônio Carlos (PT) avaliou que a manifestação é uma oportunidade dos governos avançarem em algumas pautas. E negou que as manifestações sejam contra a presidente Dilma Rousseff e, portanto, alguns setores estão se aproveitando politicamente.
NA CÂMARA
As manifestações País afora também nortearam o discurso de alguns vereadores de Fortaleza, ontem. Segundo o vereador Guilherme Sampaio (PT), seria um equívoco os poderes públicos e os parlamentos ignorarem a simbologia das manifestações, e afirmou que elas merecem uma ampla discussão dos entes governamentais. Guilherme expôs, ainda, que a Copa é um marco temporal escolhido pela população para realizar as manifestações, pois deixa bem claro que o evento não é do povo.
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