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Aliado do Governo quer fim de 19 ministérios de Dilma

Líder do PMDB já tem as 171 assinaturas para protocolar PEC que reduz número de ministros



No curto intervalo de oito dias, o líder do PMDB, Eduardo Cunha, recolheu na Câmara as 171 assinaturas que precisava para apresentar a PEC do enxugamento dos ministérios. A proposta sugere anotar na Constituição um limite para a quantidade de ministérios: 20 pastas. Se aprovada, a PEC forçaria Dilma Rousseff a demitir 19 dos seus atuais 39 ministros.
Conforme noticiado aqui, Eduardo Cunha iniciou a coleta de assinaturas em 9 de julho. Fez isso com o respaldo da bancada do PMDB. Reunidos na semana anterior, os deputados do partido do vice-presidente Michel Temer haviam decidido aderir à tese do enxugamento da Esplanada. Em nota, a bancada escreveu que, “se necessário”,  o partido deveria inclusive abrir mão dos cinco ministérios que ocupa sob Dilma (Minas e Energia, Previdência Social, Agricultura, Turismo e a Aviação Civil).
Na noite desta quarta-feira (17), Eduardo Cunha informou ao blog que vai protocolar sua PEC na primeira semana de agosto, quando os congressistas retornarão do “recesso branco” que se autoconcederam. A proposta terá de passar pela Comissão de Constituição e Justiça e por uma comissão especial. Depois, vai ao plenário da Câmara. Se for aprovada, segue para o Senado.
Seja qual for o resultado, a simples tramitação da proposta revela o ponto a que chegaram as relações de Dilma com seu condomínio partidário. Até bem pouco, o PMDB exigia ministérios. Agora, numa hora em que a popularidade da presidente despenca de 57% para 30%, o partido vira abre-alas do ministério enxuto, uma bandeira desfraldada pelo presidenciável tucano Aécio Neves.
Reunida no mesmo dia do encontro de sua bancada na Câmara, a Executiva Nacional do PMDB também endossou a pregação em favor da lipoaspiração ministerial. A diferença é que a Executiva, presidida por Temer, não chegou a mencionar a hipótese de abrir mão de suas pastas. O que um pedaço do PMDB deseja, naturalmente, é o reforço da posição da legenda no governo. Hoje, dizem os adeptos desse grupo, o PMDB tem ministros, não ministérios.
Embora negue em público, Dilma discute longe dos refletores sobre a conveniência de reduzir o tamanho de sua equipe. Lula aconselhou-a a tomar essa providência como resposta à exigência de eficiência feita pelas ruas. Para Lula, o conselho representa um paradoxo, já que foi no seu governo que a Esplanada cresceu de 26 para 37 pastas. Para Dilma, seria um vexame político. Ela adicionou duas pastas ao organograma. A última, da Micro e Pequena Empresa, acaba de ser confiada ao ex-inimigo político Guilherme Afif Domingos, do PSD de Gilberto Kassab.

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