Um plano para propagar o comunismo está
em curso na região de Ouro Preto, berço da Inconfidência Mineira
--movimento que há 224 anos se rebelou contra a opressão de Portugal à
colônia. Ali a doutrina avança sem guerras nem luta de classes, mas por
um programa de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto, que
propaga ideias comunistas a estudantes e moradores do interior mineiro
desde 2012.
O programa do chamado Centro de Difusão
do Comunismo da Ufop tem cunho abertamente ideológico, porém, deixa de
lado a apologia da revolução contra o Estado.O perfil dos alunos
tampouco lembra o de revolucionários engajados. A maioria é composta por
moças de classe média baixa e estudantes de serviço social de olho no
mercado: esperam que a teoria marxista tenha valia na profissão que
escolheram.
No último dia 29, em Mariana (MG), o
centro oferecia o curso "Relações Sociais na Ordem do Capital". Ligado à
escola de serviço social, o professor Alexandre Arbia criticava a
"avalanche neoliberal" e as centrais sindicais.Estudante de segurança do
trabalho, Ana Flávia Carvalho, 17, dizia estar lá para "interagir
melhor com as pessoas". Acabou deixando a sala antes do fim da aula.Já a
servidora pública Lucília Oliveira, 50, queria subsídios para lecionar
filosofia após a aposentadoria.
Dos 20 alunos, apenas três eram homens.
Todas as atividades do centro são gratuitas. O programa consome R$ 60
mil por ano em bolsas mensais de R$ 250, segundo o pró-reitor de
Extensão da universidade, Rogério Santos.Coordenador do Centro de
Difusão do Comunismo, André Mayer, filiado ao PCB, diz que a iniciativa
permite aos participantes "colocar a sociedade em xeque". "É uma
proposta muito clara de buscar as contradições dessa sociedade e
transformá-la", afirma.
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