| Pagando favores, Carlos Brickmann, para o Observatório da Imprensa | |
(*) Especial, Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Circo da Notícia, 9 de julho/2013 | |
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Não
faz muito tempo, descobriu-se que o deputado federal Henrique Eduardo
Alves, presidente da Câmara, usava parte da verba de seu mandato para
comprar reportagens pagas num jornal de seu Estado, o Rio Grande do
Norte. Escândalo? Imagine! O escândalo é bem pior: o jornal que publica
as reportagens pagas pelo deputado, elogiando o deputado, é de
propriedade dele mesmo, o deputado.
O senador Jader Barbalho é dono de um forte grupo de comunicações, mas gasta bom dinheiro da verba de seu mandato em divulgação - como se os veículos que a ele pertencem, o jornal Diário do Pará, o Grupo RBA de Comunicação e a TV Tapajós, filiada à Rede Globo, não o promovessem o suficiente. O ministro da Integração, Fernando Bezerra, levou a Brasília, por conta do Tesouro, nove blogueiros de Estados nordestinos - tudo pago, passagens, hospedagens, refeições, passeios pela cidade. Aceitará em troca notícias que não sejam favoráveis? Ou que, no futuro, critiquem obras do Ministério no Nordeste? Mas estas são iniciativas individuais. Há também projetos específicos de injeção de publicidade estatal em veículos que, talvez por coincidência, se coloquem com ênfase a favor do Governo. Para este colunista, o fenômeno provavelmente é inevitável: se o Governo puder gastar em publicidade não-institucional, é muito difícil que encaminhe o maior volume de seu dinheiro para veículos que não o apoiem, mesmo que tecnicamente a mereçam. O erro está na existência de publicidade pública maciça (os anúncios oficiais deveriam limitar-se à promoção de informações essenciais, como campanhas de vacinação, etc.) Não há justificativa para pagar por publicidade de empresas estatais não-competitivas, como a Sabesp em São Paulo (única fornecedora de água, única coletora de esgotos), ou do BNDES nacional. De qualquer forma, é interessante verificar como é distribuída a verba estatal de publicidade (as informações disponíveis são apenas federais; mas o dinheiro estadual é investido em propaganda da mesma maneira distorcida). As informações sobre verbas federais foram fornecidas pela ministra Helena Chagas. |
Importante saber
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