Olho aberto


Empresa brasileira na China exporta US$ 1,5 mi para o CE
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL-Fortaleza) lançou, esta semana, a Missão China 2014, objetivando levar empresários varejistas cearenses para o País que é, na atualidade, um dos maiores mercados produtores e também, consumidores, do mundo, inclusive de produtos brasileiros. Há três anos, a China representou, pela primeira vez na história, a principal origem das importações brasileiras. De acordo com o balanço de 2012 divulgado pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o Brasil importou US$ 34,2 bilhões dos chineses no ano passado.
Estados Unidos (US$ 32,6 bilhões), Argentina (US$ 16,4 bilhões), Alemanha (US$ 14,2 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 9,1 bilhões) completam a lista dos cinco países que mais exportaram para o Brasil em 2012. Atenta ao crescimento das exportações de produtos chineses para o Brasil, a Winpoint pretende crescer de 18% a 25%, neste segundo semestre. A trading é, atualmente, uma das mais conceituadas empresas no ramo de componentes eletrônicos e também atua no mercado de cabos e acessórios de áudio e vídeo, informática, telefonia, brindes e acessórios em geral.
Além de escritórios no Brasil, em Shenzhen e em Hong Kong, a Winpoint tem representantes na Índia e Estados Unidos, e acaba de fundar uma base logística no Paraguai: a Winpy Logistic Co. Limited. “Temos um mercado objetivo que é o de componentes eletrônicos, cabos e acessórios de áudio e vídeo e estamos sempre em contato com empresas de pesquisa desses mercados a fim de coletar informações sobre potenciais clientes. Com esses dados, montamos uma campanha estratégica para cada segmento em particular e enviamos nossas ofertas, promoções e soluções”, afirmou o brasileiro Rodrigo Luís, sócio-diretor da Winpoint.
FORNECIMENTO
Criada em 2009, a empresa realiza busca de fornecedores e produtos na China, acompanhamento de produção dos itens, controle de qualidade, consolidação de carga e ainda leva grupos de empresários que querem visitar o país asiático. Somente para o mercado cearense, onde atende a nove grandes empresas no ramo de tecnologia - como a Realtech e a Microsol -, a Winpoint exportou mais de 400 milhões de peças em 2012, representando mais de US$ 1,5 milhão. “Queremos crescer cada vez mais e estamos viabilizando a abertura de escritórios no Vietnã e na Índia, com representantes de algumas marcas”, revelou.
O diretor da trading afirmou que está com um volume de vendas satisfatório para a região Nordeste, mais precisamente o Ceará, mas sempre visando a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos importadores. “Temos como objetivo em 2014 um crescimento de 25% a 35% no mercado de componentes eletrônicos e maquinários”, disse. Ele lembrou, ainda, que foram quatro anos de dedicação, comprometimento e respeito para atingir tais marcas, pois abrir as portas na China não é simples. “É preciso respeitar a cultura de negócios local e, mais importante, respeitar o ser humano que está do outro lado da mesa. Temos várias dificuldades quando falamos em negócios e uma delas é driblar a concorrência, demonstrar, em números e pedidos, que somos capazes de atender às expectativas do negócio, ser profissionais e acima de tudo, dominar a língua local para a comunicação não ter problemas”, salientou Rodrigo Luís.
LOGÍSTICA EXIGE BONS ARMADORES
A logística para trazer os produtos chineses geralmente, é por via marítima, com média de 35 a 45 dias de viagem. Os portos utilizados são os de Shenzhen (Yantian) e Hong Kong, e alguns itens exportados diretamente de Shanghai. O importante nessa questão, para Luís, é saber escolher bem os armadores de carga. E, com o alargamento do Canal do Panamá, a entrada de produtos através dos portos cearenses - Pecém e Fortaleza -, pode ser muito interessante. “Só para se ter uma ideia, 4% do comércio mundial passa pelo Canal do Panamá e faz todo este processo. São cerca de 13 mil navios por ano que atravessam o canal. Hoje, ele já não consegue dar conta da demanda e está sendo ampliado. O futuro trecho fica ao lado do atual canal e está em construção desde 2007. A inauguração está marcada para o ano que vem e o custo é de cerca de US$ 35 bilhões. Segundo especialistas, o novo trecho vai possibilitar a passagem de navios com uma capacidade muito maior”, asseverou, lembrando que os portos do Ceará estão numa posição geográfica privilegiada.
O Canal do Panamá está trabalhando no seu limite de capacidade, que é de 300 milhões de toneladas por ano, transitando entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

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