Esperança
Os três grandes
problemas do nosso tempo, em qualquer Estado, são questões envolvendo a paz, a
justiça e a ganância. Impedem que sejam alcançados níveis aceitáveis de
cidadania. Vivemos dias de intranquilidade e angústia. Não podemos mais
conviver com guerras, corrupção, terrorismo, disputas inócuas, enfim, com todo
tipo de violência política, social, econômica, etc. A desesperança se aproxima
com muita rapidez. Faltam sentimentos importantes como a solidariedade, a generosidade
e o espírito público. A supremacia dos valores materiais e a ambição pelo
poder, em todas as suas formas, sem levar em consideração os meios para alcançá-lo,
estão conduzindo a sociedade para uma situação de desajuste significativo. Um
Estado existe não para ser opressor,
assim como para não permitir a concretização de conluios ou acordos
incompatíveis com a ética e a moral, mas para assegurar os princípios básicos
da democracia, apoiada na justiça, na igualdade de oportunidades e na participação
popular. Os desvios de conduta já mencionados não permitem uma verdadeira
democracia representativa, consolidada e permanente, porém, lamentavelmente,
uma democracia bisonha e longe dos anseios populares. Vale lembrar Oswaldo
Aranha: “É necessário demonstrar ao povo que através do regime democrático se
pode governar com visão”. Eis, ainda, para nossa reflexão, um belo pensamento
do ex-presidente Juscelino Kubitschek: “Somos um povo, isto é, um conjunto de
cidadãos ligado não apenas por interesses materiais, mas por valores éticos e
espirituais”. Não percamos, jamais, a esperança de um mundo melhor.
Gonzaga
Mota-professor e escritor, ex-governador do Ceará e meu amigo.
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