Macário,
Não sei se a maioria dos jornalistas sabe, mas hoje ( 1o. de abril) é o dia da Imprensa Cearense.
Neste
dia, em 1824, o Padre Mororó, Secretário de Governo do Presidente
Tristão Gonçalves, fez circular o "Diário do Governo do Ceará", primeiro
a ser impresso no Ceará, pelas mãos do Tipógrafo Sales , que parece que
era pernambucano, mas tem nome de rua na Zona Oeste da Fortaleza.
O
Padre Mororó, cujo nome verdadeiro é Gonçalo Ignácio de Loiola
Albuquerque Melo nasceu em Riacho do Guimarães, hoje Groaíras,em 24 de
julho de 1774 e foi fuzilado no Passeio Público , em 30 de abril de
1825, por conta de sua participação na Confederação das Províncias
Unidas do Equador, presidida por Tristão Gonçalves de Alencar Araripe,
que também foi morto em 31 de outubro de 1824, no lugar Alto dos
Andrades, em Jaguaribara, cujo túmulo hoje é encoberto pelas águas do
Castanhão.
Mororó era pessoa das mais cultas do
Estado.Formado no Seminário de Olinda, que na época era o maior centro
de cultura do País, lecionou Latim e Botânica em algumas cidades por
onde passou. Em Quixeramobim, no dia 09 de janeiro de 1824, após tomar
conhecimento de que Dom Pedro I havia rasgado a Constituição elaborada
pelos parlamentares eleitos nas diversas províncias, dissolveu a
Constituinte em 23 de novembro de 1824 e impôs uma carta outorgada de
sua autoria (?), Mororó convocou, o povo da cidade, proclamou a
República e declarou decaída a Dinastia de Bragança, conclamando as
Câmaras de Icó e Crato para que fizessem o mesmo. Foi o estopim da
rebelião que passou à História como Confederação do Equador, que se
alastrou por quatro províncias nordestinas( Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba e Pernambuco) e pretendia a República em todo o País.
Foi
o primeiro movimento republicano que abalou o império nascente, que
teve que se valer dos serviços de mercenários da Marinha Inglesa, à
frente o famigerado Lord Cochrane, para dizimar o movimento e enforcar e
fuzilar os principais líderes do movimento, no qual se destacou o
grande intelectual pernambucano Frei Joaquim do Amor Divino Caneca,
colega de seminário e de infortúnio de Mororó.
Isso tudo
parece mentira,mas está nos livros ( a partir do Dr. Guilherme Studart,
o Barão, referência maior dos historiadores cearenses). Os jornalistas é
que são esquecidos ou envergonhados da data e do padre.
Um abraço do
Francis Vale
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