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Mister "tramp" na fogueira

Discurso de Trump sobre islã e terror é perigoso, critica Obama

O presidente Barack Obama passou nesta terça (14) seu mais duro recado contra Donald Trump e o que chama de "ladainha" do virtual presidenciável republicano.
Em discurso, Obama criticou a retórica antimuçulmana de "políticos que tuítam e aparecem em programas de TV a cabo", em clara alusão ao ex-apresentador do reality show "O Aprendiz".
Os dois maiores partidos do país travavam uma batalha política três dias após um filho de afegãos matar 49 pessoas e ferir outras 53 numa boate gay em Orlando, "em nome do Estado Islâmico".
O republicano reforçou a proposta de vetar muçulmanos nos EUA. Apresentada em dezembro após um casal simpatizante do EI matar 14 pessoas na Califórnia, a ideia coincidiu com a subida nas pesquisas de Trump.
Em comício nesta terça, o magnata disse que ninguém entendeu nada do discurso de Obama a não ser que ele "odeia mesmo Trump".
No lado democrata, o presidente e sua candidata, Hillary Clinton, pedem controle de armas para conter o extremismo doméstico.
Na véspera, Trump insinuou que Obama teria "outra coisa em mente" ao não citar as palavras "islã radical". "Se alguém pensa que estamos confusos sobre quem são inimigos, seria uma surpresa para os terroristas que eliminamos", rebateu o presidente.
O atual governo, do qual Hillary foi secretária de Estado de 2009 a 2013, diz ter matado mais terroristas (Osama Bin Laden incluso) do que o antecessor republicano, George W. Bush. Como efeito colateral (em ataques com drones), mais civis também.
PROPAGANDA
Segundo Obama, Trump fomenta o ressentimento dos muçulmanos, o que pode empurrar sua juventude ao extremismo. Para ele, "não há mágica na frase 'islã radical'". Não a cita porque:
1) não quer "cair na armadilha" de "insinuar que estamos em guerra contra uma religião inteira";
2) evita ceder à narrativa do Estado Islâmico, que se vê como líder de uma guerra sagrada entre islã e Ocidente. "Estaríamos fazendo o trabalho dos terroristas por eles."
Em 2011, o empresário sugeriu que o presidente não nascera no país, alimentando teorias conspiratórias de que seria um muçulmano de fora (Obama é cristão).
Também nesta terça, Hillary evocou essa memória em tom de galhofa: "Acho que Trump precisa ser lembrado de que o Havaí [Estado natal de Obama] fica nos EUA".
Ela voltou a defender controle de armas –o terrorista de Orlando comprou duas legalmente para o ataque.
"Chegamos ao ponto em que as pessoas não embarcam no avião com frascos de xampu." Mas essas medidas de segurança não bastam, segundo Hillary, "se não conseguimos impedir [o atirador] de comprar uma arma poderosa e trucidar americanos".
Hillary e Obama questionaram se líderes republicanos concordam com Trump.
Muitos disseram que não. O presidente da Câmara, Paul Ryan, chamou os muçulmanos de "parceiros". E o líder da maioria na Casa, Kevin McCarthy minimizou a chance de o Congresso vetar islâmicos. "Não se bane alguém por raça ou fé."

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