Incertezas
Nos
últimos anos, vários brasileiros e brasileiras não estão pensando e
agindo em favor do Brasil. A miséria, a desigualdade de renda, os
precários níveis de educação, saúde e segurança, o desemprego, a
perversa corrupção, dentre outros, são indicadores que nos levam a
acreditar que estamos passando, não sabemos o fim, por momentos de
extrema gravidade. Por quê? A perplexidade domina a maioria da população
brasileira. Somos um povo bom e trabalhador, nosso território, em sua
grande extensão, é saudável e compatível com ações desenvolvimentistas.
Cremos que a ganância e a falta de espírito público de determinados
grupos buscando mais poder, em todos os seus aspectos, provocam um
desequilíbrio moral e ético, longe, infelizmente, dos princípios básicos
da Democracia. Esta, como sabemos, apoia-se na expectativa de garantir a
representatividade e a legalidade das decisões políticas. Os Artigos 2º
e 5º de nossa Carta Magna, examinando-se apenas os dois, mostram a
desarticulação do Estado brasileiro. No Art. 2º está dito: “São Poderes
da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário”. É triste, mas sem generalizar, podemos
afirmar que é pura balela. A imprensa nos mostra, diariamente,
desentendimentos e brigas entre membros dos Poderes Constituídos e até
do mesmo Poder. O que está ocorrendo em certas ocasiões não é o debate e
a discussão válida e cívica sobre teses e diretrizes, mas a
“judicialização da política” e a “politização da justiça”. Com relação
ao Art. 5º, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção...”, vem
sendo um dispositivo de natureza retórica. Democraticamente, precisamos
repensar o Brasil.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
Ex Governador do Ceará e meu amigo
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