Opinião


General punido

 

Demorou, mas o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, puniram o general Antônio Hamilton Mourão, transferindo-o da Secretaria de Economia e Finanças para o posto de adido na Secretaria Geral do Exército. Na última quinta, o general Mourão acusou o Governo Michel Temer de “equilibrar-se num balcão de negócios”. As Forças Armadas são organizadas com base na hierarquia e na disciplina, e seu comandante-chefe é o presidente da República. O presidente fala pela Força; seus subordinados devem calar-se.

 

Mourão já havia dado opiniões há algumas semanas, mas o general Villas Boas preferiu deixar pra lá. Agora sua paciência se esgotou.

 

Olhando o futuro

 

Nos tempos do Império Romano, era atribuído aos poetas (“vates”) o “poder divinatório”, a capacidade concedida pelos deuses de prever o futuro. Daí vêm as palavras “vaticínio” e “adivinhar”.

 

Pois bem: no Carnaval de 1949, Tancredo Silva, José Alcides e Sátiro de Melo fizeram seu vaticínio musical, gravado por Blecaute. Acompanhe a letra, caro leitor, quase 70 anos depois: “Chegou o general da banda, e ê/ chegou o general da banda, e á/ Mourão, mourão, vara madura que não cai/ Mourão, mourão, mourão, catuca por baixo que ele vai”.

 

Carlos Brickmann

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