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Ceará na foto da imprensa nacional


  • ”Grupo que aterroriza CE tem exército de jovens e poder descentralizado”  
  • - Os policiais do 22º Batalhão, no bairro Papicu, em Fortaleza, se surpreenderam ao deixarem o prédio na manhã de quinta-feira (1º). Com pedras retiradas da calçada da própria rua, alguém deixou uma mensagem na porta da sede da Polícia Militar: "td [tudo] nosso, GDE 745". GDE é a sigla para Guardiões do Estado, facção criminosa nascida na capital cearense que tem assustado a população, incomodado o governo e chamado a atenção pela ousadia das ações. O 745 é o número adotado por seus membros, pela posição das letras da sigla no alfabeto. Muitos tatuam os três números pelo corpo lógica semelhante à do PCC em São Paulo, com o símbolo 1533.
  • É incerta a data de sua criação. A inteligência da polícia identificou pela primeira vez o uso da sigla GDE no bairro Conjunto Palmeiras, na periferia da capital, em 2012 uma dissidência de uma torcida organizada de futebol que migrou para o crime, dizem moradores da região. O certo é que aqueles que se denominaram Guardiões do Estado se aproveitaram de relativa paz entre duas outras facções criminosas, o PCC e o Comando Vermelho, em 2016, para ganhar território na venda de drogas na cidade. E quando a tranquilidade acabou, há 15 meses, o GDE já havia dominado boa parte da região leste de Fortaleza.
  • Hoje, o número de integrantes cresceu a tal ponto que domina uma unidade prisional inteira, a CPPL 2 (Casa de Privação Provisória de Liberdade), em Itaitinga, região metropolitana, com capacidade para mais de 950 detentos. E o dominar não é força de expressão. "O Estado não tem o poder sobre a unidade. Há uma ala administrativa, onde os agentes ficam, mas eles não têm acesso à parte das celas, que estão abertas. Comida, medicamentos e mantimentos são passados pelos agentes, mas quem controla são os internos", disse o advogado da OAB do Ceará Cláudio Justa, presidente do Copen (Conselho Penitenciário).
  • Para evitar mortes como as que ocorreram em outros presídios do Brasil, a gestão do governador Camilo Santana (PT) dividiu parte de suas penitenciárias por facções. A CPPL 1 abriga membros do Comando Vermelho, a 2, do GDE, a 3, do PCC e a 4, da Família do Norte. Nessas outras unidades, diz Justa, os agentes têm controle maior. "Mesmo assim porque o governo acaba cedendo a alguns pedidos dos detentos."
  • Para Arthur Trindade, professor da UnB e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o modo como opera faz com que a Guardiões do Estado tenha uma característica mais de uma gangue do que de facção criminosa. "O termo gangue é para aquele grupo local, de bairros, que acaba expandido, pouco estruturado e normalmente mais violento. Facções são estruturadas, têm códigos de ética que as deixam menos violentas", disse.
  • Da Folha

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