Deu no Valor

  • ” Déficit de Estados quintuplica e mina segurança” 
  •  - A piora dos resultados fiscais agrava o risco de que o descontrole da violência no Rio se repita em outros Estados. Dados dos relatórios fiscais mostram que, entre 2016 e 2017, o déficit primário agregado dos Estados quintuplicou. Mesmo levando em conta as características específicas da falta de segurança na capital fluminense, o Rio não é considerado por analistas um caso único, mas a face mais aguda de um desequilíbrio fiscal que afeta os Estados de forma geral. O ajuste estrutural é o caminho apontado para evitar a disseminação do descontrole. As crises econômica e fiscal do Rio de Janeiro foram as principais responsáveis pela deterioração da segurança pública, segundo Sérgio Besserman, professor de economia da PUC-Rio. Para ele, o corte de gastos na área de segurança -- em detrimento de outras, com despesas mínimas obrigatórias -- agravou problemas pré-existentes. "O governador, quando reconheceu o erro de planejamento na segurança do Carnaval, mostrou que a crise abalou a capacidade de gestão de temas mais complexos do aparelho do Estado", afirma Besserman, para quem o quadro seria reversível. "A PM do Rio de Janeiro sabe fazer policiamento, mas precisa de meios para isso." A recuperação da arrecadação é fundamental para sair da crise, o que deve ocorrer com a recuperação econômica, diz. A melhoria da gestão pública também é necessária. "Precisamos saltar uns dois degraus em matéria de governança." "Eu não diria que só a crise fiscal gerou o problema de segurança no Rio, mas o desequilíbrio fiscal deteriora a capacidade de planejamento e de investimento. Há impactos na qualidade dos serviços públicos, em particular na saúde, segurança e educação", diz a economista Ana Carla Abrão, sócia da Oliver Wyman. O problema, ressalta, não é restrito ao governo fluminense.

Nenhum comentário:

Postar um comentário