A demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente,
escancarou a inviabilidade da política de reajustes e de importação de
combustíveis que faz sofrer a população brasileira, especialmente os
trabalhadores e os mais pobres. Os resultados dessa política entreguista
e criminosa levaram à paralisação dos transportes rodoviários, que
durou dez dias pela inépcia do governo golpista, gerando pânico, desabastecimento e graves prejuízos à economia.
A queda de Parente expõe também a
profunda crise interna do governo golpista, que não tem mais autoridade
nem condições políticas de continuar implantando a pauta antinacional e
antipovo do golpe do impeachment de 2016. É um governo ilegítimo e incapaz de lidar com suas próprias contradições.
O Partido dos Trabalhadores afirma que não basta trocar o presidente da Petrobras para enfrentar a crise dos combustíveis.
É necessário mudar radicalmente sua política privatista e entreguista,
que privilegia os interesses das petrolíferas estrangeiras, do capital
financeiro e dos acionistas privados (em grande parte estrangeiros), em
detrimento do maior acionista que é o povo brasileiro. É preciso
resgatar a Petrobras para o Brasil.
Pedro Parente, ministro do apagão no governo FHC, foi
o mais notório representante dos interesses do capital internacional no
governo golpista. Foi colocado à frente da Petrobras para executar o
plano de privatização da empresa do povo, que não foi politicamente possível no governo tucano, e a entrega do pré-sal aos estrangeiros. Contra a soberania nacional, atuou em sinistra parceria com José Serra e seu preposto no Itamaraty, Aloysio Nunes Ferreira.
Em dois anos de governo golpista,
perdemos a soberania da Petrobras sobre as reservas do pré-sal, que
estão sendo vendidas a preços irrisórios. As sondas e plataformas
voltaram a ser importadas (e com isenção de impostos!), destruindo o que
restou da nossa indústria naval. Puseram à venda a Liquigás, que
distribui gás de cozinha a preços justos, e a BR Distribuidora.
Anunciaram a venda de nossas refinarias, resultado de mais de 50 anos de
investimentos.
Sob a a direção de Parente, as refinarias
brasileiras reduziram a produção em 30%, abrindo nosso imenso mercado
para os estrangeiros, que ganharam ainda uma criminosa isenção de
impostos sobre importação do diesel. As importações de óleo diesel dos Estados Unidos
passaram de 41% do consumo interno para 82%. Essa política antinacional
produziu 229 aumentos dos combustíveis em 24 meses, contra 16 reajustes
em 12 anos de governos do PT.
Parente fez manobras contábeis e divulgou
balanços mentirosos para aumentar os lucros dos acionistas privados e
desvalorizar o patrimônio da Petrobras. A Rede Globo
e os grandes jornais censuram essas denúncias que vêm sendo feitas
corajosamente pela Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos.
São os trabalhadores que historicamente defendem a Petrobras.
Por tudo isso, o PT apoia a criação de
uma CPI para investigar quem ganhou com a gestão criminosa da estatal
nos últimos dois anos. E defende a imediata revisão da política da
Petrobras que resultou nos aumentos abusivos do gás de cozinha, do
diesel e da gasolina.
O Brasil pode e deve empregar toda sua
capacidade de produzir combustíveis, gerando empregos e favorecendo a
economia popular. A Petrobrás pode e deve voltar a exercer seu papel
estratégico para o desenvolvimento, atuando inclusive como reguladora
dos preços internos.
Mostramos que isso é possível nos
governos do PT, quando a Petrobras se tornou a segunda maior petrolífera
do mundo e os preços internos dos combustíveis foram reajustados em
prazos longos, equilibrando as necessidades da empresa aos interesses do
povo brasileiro.
A saída para a para a profunda crise
política, social e econômica do país passa necessariamente pela
realização de eleições livres e democráticas, com a participação de
todas as forças politicas. Por isso, no próximo dia 8 vamos lançar
oficialmente a pré-candidatura do companheiro Lula
à Presidência da República e vamos lutar por sua liberdade e pelo
direito do povo votar livremente num projeto de país melhor, mais justo e
soberano.
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