A volta da parada federal

Por mais 90 dias, Força Nacional volta ao CE

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou a permanência da Força Nacional de Segurança Pública por mais 90 dias no Ceará. A decisão publicada, ontem, no Diário Oficial da União, tem “caráter episódico e planejado em apoio à Polícia Civil do Estado do Ceará compondo Força-Tarefa de Polícia Judiciária”.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública já havia autorizado a atuação da Força Nacional no Ceará no período de 30 de outubro de 2018 a 28 de abril de 2019. De acordo com a portaria, o prazo poderá ser prorrogado novamente conforme necessário.
Segundo o documento, a autorização da permanência da Força Nacional deve-se a uma solicitação do governador Camilo Santana realizada no último 15 de maio. A medida tem como objetivo “conter a criminalidade e reduzir o índice de homicídios” e a operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública.
Ainda de acordo com a portaria, “o contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública – Senasp do Ministério da Justiça e Segurança Pública”.

Atuação
No dia 3 de janeiro, 420 homens e 94 viaturas da Força Armada começaram a atuar no Ceará após início de uma série de ataques criminosos em todo o Estado. Com foco na atuação na área de segurança pública em situações emergenciais de crise, o envio da Força Nacional também havia sido autorizado, na época, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
O efetivo fez o patrulhamento em locais estratégicos da capital considerados vulneráveis, como terminais de ônibus e centros de distribuição de combustível. Em abril, os agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária do governo Federal atuaram nos serviços de guarda, vigilância e custódia de presos no Ceará. No dia 15 do mesmo mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública também atendeu ao pedido do Governador Camilo Santana para prorrogação da permanência dos agentes por mais 30 dias.

Relembre
O Ceará sofreu com dias de tensão e medo, entre os meses de janeiro e fevereiro, por conta de uma onda de ataques terroristas provocada pelas principais facções criminosas que atuam no Estado, em represália às declarações do titular da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado (SAP), Luís Mauro Albuquerque, que, durante posse no cargo, indicou que haveria uma quebra no modo como o governo estadual lida com a divisão de detentos nas unidades prisionais. O secretário informou que revisaria a atual logística em dividir presos de acordo com o grupo criminoso a que pertencem, afirmando que “não reconhece facção”, salientando que as vontades dessas organizações também não deveriam ser consideradas no momento de tomar decisões de Governo.
Com a enorme incidência de atos criminosos, a população cearense, principalmente os moradores de Fortaleza, ficou sem coleta de lixo regular, a frota de ônibus precisou ser reduzida, o comércio nos bairros foi fechado sob ameaças de membros de facções e alguns serviços, como os de energia elétrica e água e esgoto, foram suspensos temporariamente.

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