Ódio e intolerância. O Brasil não tinha isso até bem pouco.

Deputados repudiam ato de hostilidade a Guimarães

Repercutiu na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) o caso de intimidação ao deputado federal José Guimarães (PT) em um voo de avião com destino a Brasília, registrado em vídeo divulgado na internet desde a noite da última segunda-feira (30). No vídeo, o homem que está gravando faz referência ao caso de 2005 em que um assessor do parlamentar foi flagrado com dinheiro na cueca e em uma mala, no aeroporto de Congonhas, acusando o deputado de ser responsável pelo crime.
Na gravação, o homem repetidamente insulta Guimarães em alto tom e o pressiona a se defender, enquanto o deputado se limita a dizer que vai entrar com um processo contra ele. Guimarães foi inocentado no caso em 2012 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concluiu que ele não tinha responsabilidade pelo caso.
O deputado estadual Moisés Braz (PT), em sessão plenária da AL-CE, repudiou a atitude de hostilidade, prestando solidariedade ao correligionário. “Minha solidariedade ao parlamentar que já foi absolvido de qualquer crime. Não podemos incitar esse tipo de atitude que rebaixa a imagem de um político”, assinalou. Na ocasião, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) também se manifestou para se solidarizar com Guimarães, considerando o ato um “abuso do direito”.
Já o deputado Marcos Sobreira (PDT) avaliou como um “desrespeito” a agressão verbal realizada. “Não podemos, nesse momento de acirramento político, confundir ideologia partidária com desrespeito. Toda classe política está sujeito a críticas, mas não ao desrespeito”, comentou, destacando a liderança política de Guimarães.
As repreensões vieram inclusive de Delegado Cavalcante (PSL), de oposição ao PT. Ele, no entanto, preocupou-se em classificar o ato como um “caso isolado”. De acordo com o parlamentar, essas ações de violência generalizadas são provenientes do governo passado. “Não adianta querer associar atitudes de violentas emoções como estas ao atual presidente Jair Bolsonaro, um homem integro e honrado com o seu povo, com certeza, isso é herança do governo petista”, assinalou.
Segundo Cavalcante, “essa atitude só aconteceu devido ao famoso caso” do escândalo de dinheiro na cueca do assessor de Guimarães, “por isso precisamos ter cuidado com quem estamos defendendo”.
Lula
Na mesma sessão, o deputado Elmano Freitas (PT) assinalou que vai se reunir com parlamentares para apurar um vídeo de assessor de deputado da Assembleia Legislativa que aparece atirando contra a foto do ex-presidente Lula. “Isso é incitação ao crime e deve com toda certeza ser apurado”, disse.
O deputado Renato Roseno também manifestou repúdio ao caso.
Nota
Após a disseminação da gravação na internet, Guimarães publicou nota pontuando que o vídeo “é repleto de fake news”. “José Guimarães jamais foi preso e não esteve envolvido quando um assessor foi pego com dinheiro no aeroporto de Congonhas em 2005. O parlamentar, inclusive, foi inocentado da acusação de improbidade administrativa, em 2012, pelo Superior Tribunal de Justiça. Por unanimidade, a Corte decidiu que não havia provas contra o parlamentar. José Guimarães nunca esteve envolvido em esquemas de corrupção. Ao contrário, sempre pautou a sua conduta no respeito à dignidade, à ética e ao trabalho em prol da melhoria das condições de vida de brasileiras e brasileiros”, continua o texto.
A nota também pontua que a assessoria jurídica do deputado coletará todos os ataques virtuais sofridos pelo parlamentar para tomar “medidas cabíveis”: “Produzir ou contribuir com a disseminação de fake news é crime!”

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