CPI: Aspra perdeu associados por não aderir a paralisações

 


O presidente da Associação das Praças do Estado do Ceará (Aspra-CE), subtenente da Polícia Militar Clébio Eliziano Queiroz, afirmou que a entidade perdeu associados por não ter se posicionado de modo favorável às paralisações de 2020. A declaração foi dada a deputados da Assembleia Legislativa do Ceará, nesta terça-feira (26), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a possível associação entre os motins daquele ano e as associações militares do estado.
“Nós perdemos quase mil associados, que decidiram sair justamente por conta de não termos apoiado o movimento grevista”, enfatizou, acrescentando que a Aspra esteve envolvida em mesas de negociação com o Governo do Estado, no sentido de atender demandas dos profissionais de segurança. Ele ressaltou que, mesmo o acordo firmado não tendo sido completamente satisfatório para a categoria, não houve qualquer sinalização da entidade a favor de paralisações. “A Aspra concordou com os termos do acordo e não participou, financiou ou apoiou o motim”, salientou ainda.
Respondendo a questionamentos do relator da CPI, deputado Elmano Freitas (PT), o presidente da Aspra informou que a receita mensal da entidade é de R$ 779 mil e que o número de associados é de pouco mais de 11 mil, que têm acesso a serviços de lazer e assistenciais, como jurídico, de auxílio-natalidade, auxílio-funeral, compra de remédios e muletas, além de benefícios como casas de apoio, entre outros.
O deputado Soldado Noelio (Pros) parabenizou o trabalho executado pela Associação e ressaltou que o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará prevê uma série de direitos aos militares, instituídos em lei e aprovados pela Assembleia. O parlamentar enumerou alguns desses direitos, como assistência jurídica gratuita e oficial do Estado; seguro de vida e invalidez em razão da atividade de risco que desempenha; assistência médica e hospitalar através do Hospital da Polícia Militar e tratamento especial quanto à educação dos seus dependentes para os militares estaduais do serviço ativo, por meio dos colégios da Polícia Militar e dos Bombeiros.
Diante desses direitos previstos em lei, o deputado questionou o depoente se os militares estão desfrutando desses benefícios. Em resposta, o presidente da Aspra lamentou que o Hospital da Polícia Militar não esteja em atividade no momento, sendo uma demanda que deve ser levada ao debate, para que se possa usufruir desse serviço. “Com a inexistência do Hospital da Polícia Militar, o policial está tirando dos seus vencimentos para pagar um plano de saúde”, disse o depoente.
Ele também afirmou desconhecer a existência de algum departamento do Estado que seja responsável por dar uma assistência jurídica aos policiais que precisam de advogado por conta do envolvimento em alguma ocorrência.

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