De 20 governos estaduais que reduziram seus níveis de endividamento no começo de 2022 (do total de 27), o Governo do Ceará ficou em 3º lugar – redução de 4,92%, ficando atrás apenas dos estados do Acre (5,01%) e do Maranhão (8,36%). Esses dados são do Monitor Fiscal, projeto do Núcleo de Pesquisas (Nupesq), do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. No primeiro bimestre deste ano, houve uma redução superior a R$ 930 milhões, a maior diminuição em valores nominais em um único bimestre se considerada a última década.
“A Redução do Endividamento do Estado do Ceará no 1º bimestre de 2022” é o tema da Carta de Conjuntura Macrofiscal nº 9, produzida pelo Monitor Fiscal. Esta Carta mostra a evolução do endividamento do governo estadual nos últimos três anos (2019 a 2021), já contemplando o período mais recente, o 1º bimestre de 2022.
Tabela: Estados com as cinco maiores reduções da Dívida Consolidada (DC) no 1º bimestre de 2022 em relação ao 6º bimestre de 2021
De acordo com os pesquisadores do Nupesq, associado a essa redução do endividamento bruto no 1º bimestre de 2022, registrou-se o maior aumento nominal da década do caixa do governo do estado cearense: aproximadamente R$ 3,5 bilhões. Observando os anos anteriores, é comum haver um aumento entre o último bimestre do ano anterior e o 1º bimestre do ano seguinte, porém esse aumento em termos nominais ou percentuais foi mais elevado que o usual. O aumento relativo do caixa de 44,83% nos dois primeiros meses deste ano foi o maior dentre os governos estaduais. Mais precisamente, a disponibilidade de caixa saiu de cerca de R$ 7,7 bilhões no 6º bimestre de 2021 e passou para R$ 11,2 bilhões no 1º bimestre de 2022 – o maior patamar histórico.
A Dívida Consolidada, que corresponde ao montante total das obrigações financeiras assumidas, se manteve com aparente estabilidade em 2019, até que a partir do quinto bimestre de 2019 houve uma evolução acentuada, saindo de um patamar de R$ 13,8 bilhões para R$ 18,7 bilhões, em um ano. A partir do quinto bimestre 2020, ocorreu nova estabilidade, encerrando 2021 em R$ 18,9 bilhões.
Sobre a importância do monitoramento do endividamento, é importante destacar que há uma discussão ativa sobre o papel potencialmente negativo do excesso de endividamento de países em suas trajetórias de crescimento desde a década de 1990, com especial atenção de pesquisadores e de organismos mundiais, tais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário