O dia

Olhe, que eu lembre direito,lá em casa tinha uma preguiça, um gato sem nome, morto de preguiçoso e o Fulial, um cachorro capado, do rabo grosso que dava pancada na gente com a alegria dele. Acho até que nome original seria Folião, daí o Fulial. Tinha umas galinhas no quintal, presas num galinheiro. Passarinho, não. Os sanhaços e alguns periquitos, dividiam o beijamim da frente de casa com a preguiça que saia de manhã do seu canto pra chegar na hora do almoço aos pés da cadeira à mesa, do Pai Vovô Pompeu Ferreira da Ponte. engraçado é que tinha no minimo 11 à mesa mas a "preguiça" do Seu Pompeu só parava do lado da cadeira dele onde recebia o almoço, comia e voltava pro beijamim onde só chegava de tardinha. Agora, passarim mesmo e até uma sariema quem tinha era seu Teodoro, pai da Nenca,da Sofia e do Deca de cuja casa saiam os mais maravilhosos tijolinhos de leite, goiaba e até de manga quando era tempo. Então são memórias assim que se juntam ao Jardim da Infância no Colégio Santana pronde eu ia todo dia, sozinho, atravessando a cidade aos 4 anos de idade. De três pra quatro. Saia de casa, atravessava a Praça João Pessoa pelo nosso campo de futebol, entrava no Beco do Dr.Zé Nilson e do dr.Biná, passava pelos esqueletos (aveloz) da Praça da Meruoca, descia a Rua da Aurora onde moravam o Cleto Ponte e o Pe.Zé Linhares, cuja casa era cheia de portas fingidas, passava na loja do seu Radiér, entrava a esquerda e subia pela calçada da Senador Paula em frente ao Chagas Barreto e chegava no Colégio. Fardado com a farda que minha mãe havia feito no capricho assistia a aula, cantava Rataplan e as onze voltava na mesma pisada. Minha Mãe à porta esperando. É como lembro dela e reverencio sua memória que passou a vida e deu a vida pela minha formação de gente. Nem sei se deu certo como ela queria, mas tentei, apesar de só fazer, até hoje, o que quero e Deus deixa. É o Dia das Mães,né. Deixa eu falar da minha. O domingo das mães vem fresquim e promete sol.

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